terça-feira, maio 31, 2005

PORQUE NÃO...

Andava baralhado, num estado desconcertante de hesitação, sem saber o que fazer num referendo onde me pedem para escolher entre o mau e o mau, sendo que obviamente existem diferenças entre estes “maus”.

Os Franceses (pasmem-se!) foram capazes de me ajudar… Os decadentes franceses que já não despertavam o interesse do mundo há muito, muito tempo, aclararam a minha inadaptada mente.

Mas vamos começar pelo princípio:

A 25 de Fevereiro de 2005, o Congresso Francês, que agrupa todos os deputados e senadores, pronunciou-se a favor do Tratado Constitucional Europeu de forma avassaladora (730 votos a favor e 66 contra).

Mas podemos ir ainda mais ao princípio:

A Europa tem os (maus) costumes Franceses. Sempre teve! O centralismo “controleiro” e intervencionista, o “eurocrata” (primo direito do burocrata gaulês), o (falido) “modelo social”, um inexplicável receio do mercado e da liberdade, o sorvedouro de dinheiro que é a PAC e principalmente o ódio a tudo o que é Americano. Há até quem diga que a França é um dos ventrículos do (suposto) coração da Europa. O “não” gaulês mostrou, por isso, que o (suposto) coração estava doente e sofreu um terrível “enfarte nas urnas”.

Vamos “às partes”:

1. O debate para este referendo europeu foi claramente franco-francês. Típico! Chauvinistas! Tontos! Patetas! “Pouco texto e muito contexto”, como dizia ontem o editorial de um jornal espanhol. Este era o campo mais abonado para o “não”. E o “não” aproveitou. O crescente número de desempregados e o descontentamento social, a desconfiança em relação aos políticos nacionais e a comprovada incapacidade do Governo para implementar as reformas necessárias tornaram-se temas centrais neste referendo. Chirac está enfraquecido, Sarkozy quer enfraquecê-lo ainda mais, os socialistas estão divididos e o populismo vivo e de boa saúde. O “não” encontrou um referencial no antigo primeiro-ministro Laurent Fabius, que deu credibilidade a uma estranha amálgama de personagens que se mostravam incapazes de ir tomar um café juntos. Quando o debate Europeu exigia muita pedagogia, mais explicações e toneladas de humildade, o “sim” ofereceu exactamente o contrário.

2. Entre o espectro turco (Muçulmanos… Lembram-se das manifestações “inclusivas” aquando da guerra do Iraque?) e os “canalizadores polacos”, substitutos, no imaginário gaulês, dos “trolhas portugueses”, os franceses incendiaram a discussão com discursos fortemente xenófobos, convidando os estrangeiros a ficar em suas casas, nos seus países. Le Pen é a marca da casa… Mas não foi o único: os líderes da esquerda fizeram campanha sobre a xenofobia, tal como em 2002 Chirac fez sobre a insegurança. Foi o ressurgimento do egoísmo nacionalista. Portugal padeceu destes mesmos argumentos, quando, há vinte e tal anos atrás, negociava a sua entrada na CEE. O alargamento está claramente comprometido.

3. Na noite de domingo, as palavras de ordem que se ouviam na rua, durante as comemorações da vitória do “não”, eram contra os EUA. A França parece perdida, sem saber o que está a discutir, presa a um malevolência quase patológica em relação aos EUA.

4. A agitação do fantasma liberal arregimentou muitos partidários do “não”. Prova da patetice dos Galos. Já escrevi aqui que é obvio que o velho continente também tem que prestar contas, também tem que apresentar resultados, também tem que produzir e ser competitivo. Mas também é prova de idiotice. O texto do tratado constitucional nada acrescenta de liberal aos textos precedentes. (É, se calhar, o seu maior defeito!) Evoca até “uma economia social de mercado altamente competitiva que tende ao pleno emprego e ao progresso social”.

5. A directiva de liberalização dos serviços, a famosa directiva Bolkenstein (a que o “não” carinhosamente chamou directiva Frankenstein), foi mais um dos exemplos apresentados para ilustrar o défice social da EU. Chirac deixou-se afundar nesta falácia e apresou-se a pedir a sua retirada.

6. O chamado plano B fez estragos no “sim”. Permitiu que muitos Franceses usassem o referendo como forma interna de protesto, deixando para outras núpcias a questão europeia.

7. A França olha para o alargamento e vê as contas para pagar dos novos países. É aliás o exemplo máximo da morte da Europa social que os Franceses tanto exigem. Esquecem-se sempre de dizer que o que realmente querem é uma Europa com o “social” em cima da França.

8. As deslocalizações. Disse-se que eram favorecidas por este tratado… Continuo sem perceber onde.

Voltou-se a falar da França. A maior representante, na sua triste ignorância, da “Velha Europa”.

Hoje, a Europa, por si só, não mobiliza ninguém. Já não funcionam os antigos argumentos da garantia de paz e, principalmente em época de crise grave, da prosperidade e do bem-estar.

Os Franceses conseguiram provavelmente matar a “sua” Europa. Isso deixa-me feliz… Mas mantêm a sua estranha atracção pelo abismo. E desta vez arrastaram a Europa para o “seu” abismo de incerteza.

Nota populista: Se os Franceses votaram “não”, estou cada vez mais inclinado para votar “sim”.

-ZPA-

ILUSÃO DE ÓPTICA

Divertida, esta gente!
Afinal os resultados dos referendos são para respeitar. Não é suposto serem repetidos até que o resultado esteja de acordo com o desejado, e quem o insinuar arrisca-se a levar com os remoques destes impolutos democratas.
Aparentemente, os EUA têm feito bem à JAD. Posso depreender que, em coerência com este seu último post, a JAD jamais voltará a participar neste tipo de petições, uma vez que a matéria foi já referendada em Portugal, tendo o povo português (os que o entenderam fazer) exprimido a sua opinião. Assim, novamente em coerência, os restantes mandatários da referida petição são, nas palavras da JAD - "pessoas para quem os referendos são para enfeitar, e se o voto não estiver de acordo com o esperado, repete-se ou manda-se à fava. "
Na identificação do grupo de mandatários podemos ler claramente "Joana Beatriz Nunes Vicente Amaral Dias, BI:XXXXXXXX". Mas essa era a antiga Joana, aquela para quem o referendo do aborto serviu para enfeitar, e como o voto não estava de acordo com o esperado, há que repeti-lo ou mandá-lo à fava através de, por exemplo, "manifs" partidárias à porta dos tribunais, exercendo uma pressão inaceitável sobre o funcionamento da Justiça.
Essa era a antiga JAD. A nova, como qualquer democrata de bom senso, sente-se incomodada com instrumentalizações desta ordem. Ilusão de Óptica!? Temo bem que sim...
-MB-

QUE ESTRANHO

Nunca o tinha feito. Agora, entendeu o Presidente da República que a complexa situação económica do país impunha este apelo ao “espírito patriótico” das associações sindicais e patronais para que convirjam na busca de uma solução para a "grave situação" das contas públicas.

Ora, só agora é que a situação passou a ser “grave”?

Não o era anteriormente, ou seja, em 2002, 2003 e 2004 quando no governo estavam o PSD e o CDS/PP?

Porque é que nessa altura, Jorge Sampaio não teve este impulso para fazer este apelo, uma vez que também nessa altura havia sinais preocupantes com o controle do défice?

Não queremos obviamente pensar que estamos perante mais uma “ajuda” de Belém ao S. Bento/Rato, mas que estranhamos, estranhamos.

-AB-

segunda-feira, maio 30, 2005

RELATÓRIO DE CONJUNTURA

O Sadino que há em mim, não cabe em si de alegria. Vitória!!!!
Que será da galopante recuperação económica da Nação, prometida na semana que passou, agora que a fornalha arrefeceu!?
-MB-

sábado, maio 28, 2005

ALLEZ LES BLEUS



É amanhã. Será o primeiro dia do resto das nossas vidas!?

-MB-

sexta-feira, maio 27, 2005

HELMUT KOHL'S "KLEINES MADCHEN"


-uma nova abertura- manifs anti-americanas apresentam Merkel como "lambe cu" aos EUA

Eis as duas grandes diferenças entre a Alemanha de Schroder e a Alemanha que, de acordo com todas as sondagens e fazedores de opinião locais, irá sair das eleições de 18 de Setembro próximo.
De um anti americanismo quase primário, a um re-afirmar da relação trans-atlântica. E de uma entusiástica militância pela adesão da Turquia à UE, a uma oposição declarada às pretensões de Ankara. Serão estas, tudo indica, as duas (nada pequenas) principais diferenças no posicionamento alemão, em consequência do turnaround político desta última semana.
Os jornais apresentam de forma cada vez mais consistente, Merkel como a princesa herdeira da coroa, que para ganhar não tem de fazer muito mais do que parecer difrente do cada vez menos popular partido de Gerhard Schroder - SPD.
Pelo seu lado, o actual Chanceler apelida a sua adversária como a reincarnação de Margaret Tatcher, alegando que está irá governar com tirania e sangue frio, impondo reformas ainda mais duras e menos amigas dos trabalhadores, do que as propostas impostas pelo SPD. Segundo a máquina de propaganda do SPD, Maggie II, fará da Alemanha um país conservador, onde só os que puderem pagar terão direito a uma rede de apoio social.
De acordo com os especialistas, podem ser esperadas reformas de flexibilização no mercado laboral, atacando e reduzindo o poder dos sindicatos e a sua aversão à mudança, bem como reformas no sector da saúde no sentido de aliviar a pesada factura que o "SNS" (entre muitas aspas, porque não sei como se organiza por cá o sector) todos os anos representa para o Estado. No entanto Merkel e a CDU ainda andam "às voltas" com a organização da sua plataforma de propostas.
A coisa promete, e parece importante neste momento que as políticas internas se clarifiquem. Veremos se Merkel irá ou não fazer juz à fama de só se decidir no último minuto, deixando as más noticias para o último momento.
Gerd, como lhe chamam os cronistas, vai a esta luta sozinho, tendo afastado os verdes na sequência das polémicas envolvendo Joschka Fischer e o acesso de imigração à UE através da Alemanha, que castigaram a popularidade do até agora Ministro dos Negócios Estrangeiros. Assim, a única coisa que neste momento poderá salvar Schroder é - Schroder, isto é, o seu instinto de sobrevivência política, e o seu carisma pessoal (o que mais o beneficia em relação a Merkel).
Sigam os links acima para mais dois artigos com algum interesse.
-MB-

quarta-feira, maio 25, 2005

BACK TO LIFE...



Malta, chega de discussões e previsões do défice...hoje é dia de bola!!!

A única futurologia que interessa fazer é: quem vai ganhar!?

Façam como o resto da malta, desliguem o canal parlamento e vamos à bola, alguém há de resolver!!!

-MB-

PROMESSAS LEVA-AS O VENTO

“Lançar impostos, neste momento, no meu ponto de vista, criaria ainda condições para um arrefecimento ainda maior da economia portuguesa. Ora eu acho que esse não é o caminho.

O Caminho é o caminho do crescimento, da aposta no crescimento, porque só a aposta no crescimento pode fazer com que possamos resolver o problema das finanças públicas, combater o desemprego e também combater as injustiças sociais.”

José Sócrates no Frente a frente com Santana Lopes, em Fevereiro de 2005 em campanha para as Legislativas.

-AB-

NUNCA FAÇAS XIXI CONTRA O VENTO…

E a confiança… Como é que a malta ganha confiança?

- “A confiança exige que haja outras políticas. Por exemplo, nas finanças públicas, a confiança não se obtém, certamente, aumentando despesas correntes, aumentando impostos, cortando no investimento público, não tendo nenhuma política de ataque à fraude e à evasão fiscais.” – Ferro Rodrigues no debate mensal com o primeiro-ministro sobre produtividade e competitividade, a 31 de Maio de 2002.

Já sei! Já sei! Boa ideia era aumentarmos o IVA… Que te parece, pá?

- “Dr. Durão Barroso, se tivesse dito na campanha que ia aumentar 2% do IVA a partir de Junho, não estava aí sentado nessa cadeira” – Ferro Rodrigues no debate mensal com o primeiro-ministro sobre produtividade e competitividade, a 31 de Maio de 2002.

É melhor dramatizar… muito. Pinta de preto porque cinzento não chega! Alguma vez viste uma telenovela venezuelana?

- “Ora, neste momento, o que se verifica é que mantêm o diagnóstico da catástrofe, mas escondem tudo aquilo que representava a redução de impostos, que fez com que tivessem ganho milhares de votos, e, pelo contrário, vêm aqui dizer aquilo que sempre esconderam durante a campanha eleitoral, isto é, que vão aumentar o IVA. Mais depressa se apanha quem não está totalmente bem na vida política do que quem tem, às vezes, outro tipo de dificuldades pessoais.” – Ferro Rodrigues no debate do Programa de Governo, a 17 de Abril de 2002.

Será?

- “Na campanha eleitoral, dissemos que temíamos que a contrapartida das reduções que então se prometiam se traduziria em acréscimos do IVA.
Será que, agora, do choque fiscal, vai restar apenas aquela parte que se escondeu no programa eleitoral, a do aumento de impostos e, nomeadamente, de um imposto socialmente cego - e, aqui, cito um dos parceiros desta coligação, o CDS-PP? .” – Ferro Rodrigues no debate do Programa de Governo, a 17 de Abril de 2002.

Parece que passamos da juventude para a senescência... Tens explicação para isto, pá?

- “Num ápice, o Executivo parece ter transitado da juventude para a senescência. É este o seu trágico paradoxo, para o qual há, aliás, explicação. Desde o início que a nova maioria parlamentar se instalou na ideia da crise e a tal ponto se alimentou da sua exploração que acabou rapidamente refém dela.” – Francisco Assis no debate parlamentar de 19 de Junho de 2002.

Sinto uma força dominadora em mim… Quem está aí?

- “A Sr.ª Ministra (Manuela Ferreira Leite) estava dominada pela vertigem dos números e estava disposta a fazer a economia das pessoas” - Francisco Assis no debate parlamentar de 19 de Junho de 2002.

Sra. Promessa! Onde se meteu?

- “No momento em que, das promessas, se passa ao Programa do Governo, tudo muda! Tudo muda e, imediatamente, do discurso e da prática política, desapareceu tudo quanto tinha a ver com convergência real e manteve-se apenas um objectivo para o País: o controlo do défice público. Esse passou a ser o problema do País e o objectivo para o País.”- Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Mas afinal o que é que a malta anda a fazer?

- “Acontece que as consequências desta acção, desta actuação e desta atitude por parte do Governo são absolutamente desastrosas para o País. E são desastrosas a vários títulos: são desastrosas, primeiro, porque acabam por transformar a questão do défice - que, sendo importante, não é a questão fundamental - na questão cerne, na questão central de Portugal. Ao fazerem isto, ao não terem um Programa de Governo claro (foi aqui denunciada a existência de um não-Programa do Governo) e ao terem criado um ambiente e uma expectativa completamente desastrosos para a economia portuguesa para resolverem o défice, não só não o controlam como arruínam as perspectivas de desenvolvimento para o País.” – Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Quem?

- “Há vários exemplos de medidas deste género. Primeiro, Sr. Primeiro-Ministro, não vale a pena criar uma agenda para o desenvolvimento se o Primeiro-Ministro de Portugal diz que o seu País está de «tanga» e à beira da catástrofe. Pergunto: quem é o investidor que investe num país de «tanga» e à beira da catástrofe?” - Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Não tens mais nada para dizer sobre o IVA, pá?

- “Depois, não vale a pena, Sr. Primeiro-Ministro, estar preocupado com as questões de desenvolvimento quando, relativamente ao controlo do défice, os senhores não conseguem cortar nenhuma despesa e, pelo contrário, a única política que fazem é de aumento das receitas através não do controlo e fiscalização sobre os impostos mas do IVA, dos dois pontos percentuais que introduziram na economia, e isso não é despiciendo. E não é despiciendo a vários títulos, porque, de facto, a subida da taxa do IVA provoca inflação, provoca uma tendência para o acréscimo dos salários. E não é despiciendo a vários títulos, porque, de facto, a subida da taxa do IVA provoca inflação, provoca uma tendência para o acréscimo dos salários. E aqui cito apenas o que diz o relatório do Banco de Portugal, tantas vezes aqui invocado: «A não se verificar a moderação salarial incorporada nas projecções,…» - e essa moderação é acentuada pelas perspectivas de desemprego - «… o crescimento poderá ser menor,…» - menor do que aquele que está projectado, que é praticamente zero - «… por via da perda da competitividade da economia portuguesa, e a taxa de desemprego poderá vir a registar aumentos claramente mais acentuados». É isto que diz o relatório do Banco de Portugal. Isto é, a consequência última da aposta no aumento de receita no IVA é que há pressões inflacionistas que serão corrigidas através de uma revisão em baixa dos salários portugueses, em lugar de se fazer uma revisão em alta associada a uma dinâmica de produtividade. Isto é grave internacionalmente para a posição de Portugal, é grave para a competitividade e é grave para o futuro do País numa Europa alargada.” - Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Achas que sou bruto?

- “Sejamos claros, o combate ao défice é um desígnio nacional, com duas ressalvas que não são menores: em primeiro lugar, é um desígnio, mas não pode ser o único desígnio; em segundo lugar, não pode ser combatido "à pancada", como tem acontecido. Estamos a falhar o alvo e os danos colaterais estão a ser demasiado graves!” – Elisa Ferreira no debate parlamentar de 2 de Outubro de 2002.

Não vejo nada! O que é que aconteceu?

- “O défice foi o cerne do seu discurso. Não foi uma luz no fundo do túnel mas um foco com o qual se cegou o Governo” - Elisa Ferreira no debate parlamentar de 17 de Fevereiro de 2003.

Dás-me a receita, pá?

- “Quando o Sr. Primeiro-Ministro chegou ao Governo, a primeira coisa que fez foi pôr na gaveta as suas promessas para consumo eleitoral e apresentar a sua verdadeira política económica: discurso catastrofista - o já célebre discurso "da tanga" -, aumento de impostos e cortes brutais no investimento. Esta foi a "receita".” – José Sócrates no Debate Parlamentar de 2 de Outubro de 2003.
-ZPA-

O DÉFICE DO BLOCO



6,83%.

Este podia ser um resultado eleitoral do CDS, nesse caso seria mau. Mas infelizmente é pior, é o resultado da política do bloco central. Deus lhes dê um dia este resultado numas eleições. Pelo menos mereciam.
(prometo desenvolver e justificar esta posição num próximo post, agora tenho de ir ouvir o Eng. Sócrates dizer que mais uma vez vamos todos pagar a comida do monstro)

-JA-

ZANGAM-SE AS COMADRES...

Este artista é o Jorge Coelho cá do sítio e ameaça sair do SPD, formar uma coligação de extrema esquerda e concorrer contra Schroder às eleições de 18 de Setembro próximo, como forma de protesto contra as polémicas reformas introduzidas pelo governo do seu partido.
A perspectiva de ficar acima dos 5%, inviabilizando definitivamente uma maioria do SPD, ou mesmo pondo em causa o cenário no qual a CDU governaria sozinha apoiada por uma maioria confortável dos votos, está a entusiasmar os Louçãs e rastamans desta praça.
As atenções viram-se assim uma vez mais para a CDU, e para a sua capacidade de manter a liderança nas intenções de voto, o que parece depender apenas da estabilidade e união que demonstrarem em torno de Angela Merkel.
Parece ganhar cada vez mais força o slogan: Eles mentem, Eles perdem!
-MB-

terça-feira, maio 24, 2005

GOOD BYE LENIN!

Angela Merkel, Mulher, 50 anos, Protestante, dois casamentos, sem filhos, formada em Física, com carreira de I&D, Alemã de Leste, viveu 35 anos da sua vida sob o regime ditatorial de Honecker. É esta a mulher que lidera a CDU alemã e pode vir a fazer história na Democracia da Alemanha reunificada.

Prometi aqui estudar a questão, e aqui está o primeiro deliverable do projecto! Não tenho ainda grande informação no que toca à proposta política, mas tenho já bastantes dados sobre aquela a quem apelidaram de Merkel Raider.

O caminho para o poder está aparentemente livre para Merkel (uma sondagem ontem dava-lhe 17% de vantagem nas intenções de voto). Os alemães questionam no entanto se o país está preparado para ter uma Mulher no comando da Chancelaria. Mais, questionam sobretudo, se o país estará preparado para ter um alemão de leste, no lugar de Chanceler. O actual Chanceler, Schroder, não é alheio a esta questão, e propõe-se a orientar a campanha no sentido do confronto de perfis e de personalidade, algo nunca visto nos combates eleitorais alemães.

No entanto, os trabalhos que a esperam não são fáceis. Apresentada como hesitante na tomada de decisão, sem grande cariz ou capacidade de turnarounds quando atacada, questiona-se a sua preparação e adequação para os desafios que pode vir a ter de abraçar. Acusada pelos que privaram consigo no outro lado do Muro de Berlim de se ter convertido ao modo de vida ocidental, enfrenta também hostlidades no seu partido, onde nunca foi vista como uma igual (por ser mulher, por ser de leste e por ser protestante), é apontada como alguém que teme a qualidade dos que a rodeiam, tendo afastado muitos dos melhores quadros da CDU, e criticada pela ânsia de poder que aparenta (alegadamente o seu percurso pautou-se por um aproveitar dos vazios de poder gerados pela saída de Helmut Khol em consequência dos escândalos que em 98 assolaram os Democrata Cristãos Alemães).

Retratam-na como uma Mulher demasiadamente ocidental quando vista da Alemanha de Leste, e demasiadamente oriental quando vista da antiga RFA. Uma estrangeira na actual Alemanha! Assim termina o artigo que proponho para quem queira aprofundar o resumo que aqui vos deixo.

É um artigo dividido em duas partes, que são lógicamente a primeira, e a segunda!

-MB-

Educação para a sexualidade

Começo por pedir desculpa pelo atraso no post mas nem todos os prazos são iguais: há uns mais iguais que os outros.
Telegraficamente relembro a polémica: foi amplamente noticiada a metodologia proposta às nossas escolas, em matéria da chamada “Educação sexual”. Os “horrores” da nova praxis levaram o nosso MB a explorar o tema com humor e fantasia. Não questiono o facto da matéria ser um “projecto” ainda por aprovar mas desde já me oponho à forma como ele nos está a ser apresentado.
Vejamos então o meu pensamento:
Não me repugna nada que haja uma matéria que aborde a temática da “Educação para a sexualidade” (desculpem, prefiro esta forma), desde que bem enquadrada, responsavelmente exposta e limitada a um propósito estritamente educativo. Para isso há que ter pessoas bem formadas e responsáveis à frente dos jovens de forma a que não se ceda à tentação fácil da risota e do gozo, nada pedagógicos.
Não posso concordar com metodologias que “achincalhem” uma matéria que deve ser levada a sério, sob pena de continuarmos a formar pessoas sem respeito pelo seu corpo, pelos seus sentimentos e individualidades. (sim, eu disse, INDIVIDUALIDADE).
Entendamo-nos: não é possível (nem desejável) que as crianças não tenham espírito crítico e não conheçam o “calão” em vigor, mas se querem que a matéria seja pedagógica, não podem deixar que a brincadeira impere e descambe para um “rogabofe” sem sentido. (e não me venham dizer que o facto de pôr em cartolina os vários nomes dos órgãos genitais é educativo e convida à partilha de ideias!). Digo isto porque a metodologia proposta em tudo convida a uma situação como a que o MB tão bem descreveu.
Entendo que se deve explicar às crianças o sentido da sua sexualidade. Entendo que se deve explicar às crianças o sistema reprodutor e toda a sua envolvente mas que não se deve confundir biologia com “fornicação” massiva, libertinagem ou outro tipo de alforrias que podem confundir o espírito de um jovem menos esclarecido. É que a sexualidade não é seguramente isso! Tem de haver respeito pelos indivíduos, respeito pelo próximo e pelo relacionamento das pessoas. E isso é o que parece que não abunda nestas metodologias.
Finalmente, preocupa-me como pai que este tema seja legislado sem que se consultem os vários interessados. E eu acho que os Pais são os principais interessados! Eu não acredito que um Pai, por mais liberal que seja, queira ver o seu filho a confundir-se com práticas e sentimentos que não são seguramente os seus. Respeito pelos outros? Sim! Fomento de famílias que não se enquadram no espírito da própria família? Não!
Finalmente, quando se fala na questão das doenças sexualmente transmissíveis, fala-se normalmente em utilização de preservativos como o método mais eficaz para afastar a doença. Este facto é verdade e não vou sequer entrar nesta questão mas há uma coisa que ninguém refere antes de falar nestes temas. Pois bem, que me perdoem os cientistas mas há uma realidade que a mim ninguém me pode negar: a única maneira 100% eficaz de eliminar o risco de transmissão do vírus da SIDA é a fidelidade recíproca ao companheiro ou companheira de toda a vida. Não existem panaceias, remédios, preservativos ou o que quer que seja que substitua a fidelidade. Esta é a minha melhor opinião. E que Deus me ajude.
-GLX-

VESTE A TUA BARBIE

<<Barbie clothes maker accused over child labour>>
Aparentemente, o fabricante da loira mais plástica dos últimos 30 anos, põe as crianças a interagir com o produto bem antes de este chegar às montras dos bazares do primeiro mundo.
A decana, sexy, e provocante boneca que alimentou sonhos e transformou gerações, foi já dona de casa modelo, mulher rebelde-independente, amante sofisticada, vestiu peles e manifestou-se contra elas. Atravessou gerações, provocou e participou em transformações sociais, é um dos case studies mais interessantes do ponto de vista da estratégia de marketing...é pena vê-la envolvida em notícias com meninos que não podem brincar.
-MB-

segunda-feira, maio 23, 2005

PORQUE HÁ VIDA PARA ALÉM DO FUTEBOL...

...Mas não deve haver muita para além do défice, ponham os olhos neste rapaz. Excelente.

-FCP-

OS CABEÇUDOS IMPORTAM-SE DE EXPLICAR MELHOR?

Very light? Estarão os meus amigos a falar daquele caso que resultou na expulsão do seu protagonista - um único - da respectiva claque? Que, à época, a direcção do Benfica publicamente reprovou? Estarão a falar de um caso de homicidio julgado e condenado pelos tribunais?
Não vejo o que possa haver em comum com uma manifestação organizada, apadrinhada - ou pelo menos nem impedida nem reprovada - pela direcção do FCP, na qual participou um colectivo - e não apenas um marginal -, de resto com ligações institucionais àquela, cujo desiderato único foi impedir a festa dos vencedores e reafirmar um proverbial mau perder.
Não vejo nada em comum. Mas é de mim, por certo. Devo estar a precisar de óculos. Espero encontrar uns à minha medida. Que não é a de cabeçudo...
- FCP-

NUM HÁ PALABRAS






-FCP-

CABEÇUDOS



Pobres coitados.
É por eles serem assim que dá tanto gozo ganhar-lhes.
-FCP-

CAMPEÕES



-FCP-

BENFICA A FUNCIONAR

Já repararam que a vitória do GLORIOSO, já está a dar frutos?
De ontem para hoje, o défice público do país passou dos 7 por cento para 6,83 por cento.
Passámos a última semana a ser bombardeados, com estes sete por cento, como sendo um dado adquirido. Logo de imediato se seguiram os comentários e as conclusões. O País está mal!
Boa estratégia a do governo, que assim foi preparando o terreno até ao anúncio formal das duras medidas necessárias para controlar o défice.
Pelo caminho foram sendo ajudados pelo Governador do Banco de Portugal e até pelo Próprio Presidente da República.
Assim, quando José Socrates, for ao parlamento na quarta-feira, anunciar que é preciso apertar de novo o cinto e deixar cair algumas das suas promessas eleitorais, o caminho já foi devidamente preparado e os comentários vão ser sobre as medidas anunciadas.
O número mágico esse, já aí está, 6,83 por cento.
Obrigado Benfica! Em poucas horas já ajudou a controlar o défice.
É obra só para o GLORIOSO!

-AB-

GLORIOSOS

Admitam!

Foi LINDO ver o país pintado de vermelho de norte a sul.

Obrigado BENFICA!

E já agora obrigado João.

-AB-

DENTAL FLOSS

6,83%

Isto não é Tanga....é Fio Dental!!!!

-MB-

AMARGO DE BOCA

Acossado por uma derrota esclarecedora nas eleições regionais para o estado de North Rhine-Westphalia, o SPD decide antecipar as eleições legislativas, esperadas em 2006, para o Outono de 2005. Note-se que em causa está a derrota eleitoral num dos estados mais populosos e industrialisados da Alemanha, onde a taxa de desemprego, segundo li algures chega aos 12,5% da população activa. Note-se, por contraponto, que a CDU governa na Baviera desde a 2ª Guerra Mundial, sempre com votações maciças, e apresenta entre outros indicadores, a mais baixa taxa de desemprego da Alemanha.
A notícia está aparentemente a provocar uma onda de entusiasmo na blogosfera lusitana. Efectivamente, o simples facto de ver estraçalhada a teoria bloquista do "Eles mentem, eles perdem", não deixa de justificar algum regozijo.
No entanto, segundo informações arrancadas a saca-rolhas*, aos meus companheiros alemães (que não são fanáticos do SPD), a situação não gera grandes optimismos pois, apesar de a CDU liderar as sondagens, não terá - aparentemente - um líder capaz de ombrear com Schroder, ou com o carisma exigível à imposição de medidas para retirar o país do impasse em que se encontra. Será mais avisado esperar para ver, e guardar as trombetas da vitória para mais tarde. Até porque, a bem da verdade, não sabemos quais as diferentes opções no que toca aos principais vectores da política externa e económica entre os dois partidos. Prometo aprofundar esse tema, e voltar com alguns esclarecimentos assim que possível.
* - Sim, a saca-rolhas! Em Portugal o Benfica ganha o campeonato e o país (aparentemente com o agreement de governantes e fazedores de opinião) pára. Por cá, o governo pede a antecipação das eleições, o Eintrach Frankfurt sobe à primeira divisão, e nos locais de emprego, business as ususal, quais comentários, RGA's na sala do café, ou conversas de de corredor. É talvez por isso que alguns, "passando-a" mal, "passam-na" bem melhor que nós.
-MB-

CASH-COW KARL MARX

É BONITA A FESTA, PÁ

Não sou benfiquista, nem queria que o Benfica tivesse ganho o campeonato. Mas que interessa isso agora. É impressionante vêr a festa de quem esperou onze anos por este momento. Muitos são meus amigos e quero dar-lhes um abraço de parabéns. Um abraço especial à Filipa, ao Alexandre e ao Zé Pedro. Espero que isto não se repita muitas vezes e por isso aproveitem bem!

-JA-

sábado, maio 21, 2005

IMPORTA-SE DE REPETIR!?

"Jorge Coelho diz que não haverá portagens na Via do Infante"

A talhe de foice, garante também a construção do novo Hospital Central do Algarve.

Aí está o PS, a meter o Governo na ordem. Sentem este homem no Conselho de Ministros!

O quanto se bradou contra as trapalhadas do anterior governo! Pelos vistos, o problema era estarmos a lidar com amadores. Agora sim, chegaram os profissionais!

-MB-

BEING ZPA TURBO

Meet Sue Be She...
Suzuki
BMW

1, 2, 3...

-ZPA-

BEING ZPA CCCP

Your Kremlin turned out to be a Gremlin!
-ZPA-

sexta-feira, maio 20, 2005

CHEGOU A HORA DOS SACRIFÍCIOS...

De facto, às vezes parece que o Mundo está virado de cabeça para baixo. Depois de termos tido três anos de PS a vociferar contra a obsessão pelo défice, eis que os papéis se invertem. O PS é neste momento o grande paladino do combate ao défice, prestes a iniciar a grande Cruzada da Consolidação Orçamental. Para isso começou, com o precioso auxílio de vários comentadores iluminados e da comunicação social de uma maneira geral, uma grande encenação com o único objectivo de transferir a responsabilidade dos sacrifícios e das medidas impopulares para o anterior Governo.
E, por muito que nos custe, a verdade é que o que o António Pires de Lima disse é isso mesmo: é verdade. O anterior Governo tem a sua quota parte de responsabilidade. Mas o que é também verdade, é que os portugueses votaram no PS precisamente por não acreditarem nisso. Por acreditarem que não são precisos sacrifícios. Por não estarem dispostos a fazê-los. Por acharem que o Estado não gasta demais. Por pensarem que basta fazer cortes nos gabinetes ministeriais para que o problema desapareça.
Ora, infelizmente, o problema não vai desaparecer com facilidade. São precisas medidas difíceis. São mesmo precisas medidas em muitos casos injustas. A dura realidade é que Portugal não tem recursos para proporcionar a todos aquilo que seria justo que o Estado prestasse. E enquanto os eleitores não perceberem isto, vão continuar a votar em partidos que depois não cumprem o que prometeram. Não cumprem porque é simplesmente impossível cumprir. Prometem porque sabem que não ganham eleições se não o fizerem. O desastre eleitoral dos partidos que constituiram o anterior Governo é o exemplo mais eloquente disso.
E, portanto, é preciso que as pessoas tenham noção de que a situação financeira de Portugal é sobretudo responsabilidade de todos nós. É o resultado de todos querermos pagar menos, e receber mais do Estado. Seria bom se fosse possível. Mas não é...
Chegou a hora dos sacrifícios...
-CM-

CARPINTARIA E OUTROS OFÍCIOS

Depois de insinuar que há blogs financiados por forças ocultas, a Joana Amaral Dias estreou-se nestas andanças e fundou, juntamente com José Medeiros Ferreira e Maria João Regala, os bichos carpinteiros.
Fieis ao nome com que se baptizaram, e obedecendo à agenda do BE - que prefere fazer oposição à oposição em vez de fiscalizar o Governo - escolheram o Manuel Queiró como primeira vítima. Escolheram madeira da boa, é o mínimo que lhes podemos dizer.

Seja como for - leia-se, com ou sem financiamentos - sejam bem vindos.

-FCP-

BEING NOT FCP

NUNCA MAIS É DOMINGO...

- FCP-

O EXEMPLO

António Pires de Lima, no “Público”, assume a responsabilidade do CDS pelo nível do défice.

Afirma que é “evidente que os défices desta natureza significam que medidas que anteriores Governos tomaram não foram suficientes para combater o défice” e que o anterior Governo “não teve o tempo e, se calhar, o engenho necessário para fazer as modificações estruturais ao nível da consolidação orçamental que permitissem uma situação diferente no sentido da melhoria”.

O défice tem pai, mãe e tio. O tio parece querer assumir as suas óbvias responsabilidades… Falta que o pai e a mãe assumam as suas.

-ZPA-

POR OBSÉQUIO, IMPORTA-SE DE REPETIR?

"Hitler se queda corto al lado de Aznar"- Hugo Chavéz, imaculado democrata venezuelano.

-ZPA-

OS TIRANOS USAM CUECAS


-ZPA-

AS OPRESSORAS E OS OPRIMIDOS

O mundo continua igual... Continuam a existir os opressores desprezíveis e os desgraçados dos oprimidos.

Algures numa ilha paradisíaca, com o curioso nome de Phi Phi, dizem que debaixo de sol abrasador, alguns exemplares femininos da nossa espécie, agraciadas por um espantoso esbanjamento de beleza do Criador, exibem-se e torturam dois pobres fotógrafos que, desesperadamente, tentam realizar o seu desventurado trabalho.

É o culto da brutalidade… Querem trabalhar, têm que enfrentar este terrível mar, vão ficar todos molhados (sem muda de roupa!), vão sofrer, vão sofrer muito… e elas, candidatas ao título de Miss Universo, divertem-se e desprezam os infelizes.

Um lavrador de pé continua a ser mais pequeno que um fidalgo de joelhos… Triste mundo o nosso!

-ZPA-

PRÉMIO “DE BURRO NÃO TENHO NADA”

"Estou interessado na Galp, nas águas e no turismo"- Stanley Ho, empresário “à séria”.

-ZPA-

O NÚMERO

Durou uma semana… E vai durar até à próxima quarta-feira.

Depois de 3 anos a acusar PSD e CDS de estarem obcecados com o défice, depois de uma campanha a dizer que “havia vida para lá do défice”, o PS prepara meticulosamente o novo discurso (da “tanga”) da nova maioria.

“O País está nu!”- anunciará um deprimido Sócrates.

Ajudou Mário Soares, ajudou Constâncio, ajudou Sampaio… Todos figurantes num filme cujo actor principal, José Sócrates, promete finalizar, “em glória”, na próxima quarta-feira.

O tão aguardado número aparecerá lá para segunda ou terça-feira. Pela voz de Constâncio. Será a última das cenas antes do gran finale

Sócrates e o PS farão de conta que nada tem a ver com o número… E depois do número virá mais um pacote de medidas... um daqueles pacotes cheio de cintos para serem apertados.

Depois de 3 anos a criticar o excesso de dramatismo que envolvia o número, Sócrates prepara-se para fazer chorar as pedras da calçada.

-ZPA-

quinta-feira, maio 19, 2005

NAZI SPAM

FALTA DE SORTE

Também ontem sofri pelo Sporting.
Estava sinceramente à espera que os vizinhos da 2ª Circular ficassem com a Taça. Mas faltou aquela estrelinha aos leões, tão importante nos momentos decisivos.
Mas também lhes faltou um pouco de experiência para, chegar a uma final europeia e conseguir jogar à altura do momento. Ou seja, jogar bem, controlar a equipa adversária e vencer. Não marcaram e como quem não marca ...
Acho ainda que houve excesso de confiança, por estarem a jogar em casa e por acharem que o CSKA, não estava à sua altura. Ingenuidade como se viu!
Mas este problema de excesso de confiança, não é só do Sporting. É algo que atinge quase todos quando se aproximam grandes momentos. Aconteceu isso com a selecção no Euro. E aqui a culpa passa em grande medida pela Comunicação Social, que na ânsia de dar notícias, cria factos e embandeira em arco, provocando um sentimento excessivo de óptimismo.
Por isso, seja selecção, seja uma qualquer equipa nacional antes do jogo é sempre a melhor. Depois quando vamos a ver os resultados finais, a queda é muito maior, o moral vai abaixo e surgem as críticas, à tal equipa que era a melhor.
É preciso ter calma, a festa só se faz no final.
É isto que espero e desejo fazer no próximo Domingo à noite.
-AB-

A tristeza do Tonecas

Ainda não estou recomposto da tristeza de ontem. O estádio estava lindo e, pasme-se, arrepiei-me com os cânticos e com a vibração da minha primeira final europeia. A fronteira da euforia com a desolação é de facto muito ténue. A linha é tão fina que nem espírito tive para passar no balcão do Gambrinus antes de regressar ao Porto. (e aquele balcão faz milagres com a minha disposição)
Hoje o trabalho é mais que muito mas prometo que nas próximas 24 horas responderei ao humor do MB sobre as lições do Tonecas. A “estória” presta-se a grande gozo mas infelizmente o assunto é demasiado sério para “postar” (para eu “postar”, entenda-se) simples trocadilhos, analogias e fino “calão” português. Fica a promessa e até já.

-GLX-

quarta-feira, maio 18, 2005

TRISTEMENTE, SOUBE-ME MUITO A DEJA VU


Tristeza, tristeza, tristeza, tristeza.

Parabéns ao Sporting, ao seu treinador, ao plantel e a todos os seus adeptos. Foi uma grande jornada, cheia de mérito, dedicação e garra.
Talvez nem valha a pena perder tempo com os que já pedem cabeças e querem sangue. São os do costume: não sabem perder e não costumam saber ganhar. Mas ainda assim, era bom que se lembrassem, neste momento, que só têm do que se orgulhar. Só se perde uma final, ou um campeonato, quando se está em condições de os ganhar. E, se há coisa apaixonante no futebol, é essa alea, de perder ou ganhar. De estar a um milímetro da glória e a um milímetro da frustração. À beira de uma grande alegria e à beira da maior tristeza.
Como é sabido, sou uma ferrenha benfiquista. Mas o Sporting também mora no meu coração, e sempre que o Benfica não ganha, é pelo Sporting que torço. E por isso hoje sofri muito. Não como portuguesa (não me revejo nada nessa visão tão portuguesinha de que todos ganhamos quando os nossos ganham: há inimigos a quem nunca se dá a mão, e há inimigos que não são dos nossos), mas como adepta, que só não vestiu o cachecol porque os clubes são como as mães - têm-se a mesma para toda a vida.
Em todo o caso, há que dizê-lo: o Sporting e os 45 mil sportinguistas que invadiram Alvalade encheram de orgulho o meu patriotismo. Pela 2ª vez, em menos de 1 ano, soubemos ser excelentes anfitriões, soubemos perder com dignidade e fair-play e soubemos proporcionar ao futebol uma enorme festa. E tudo com o coração a sangar.
Para quem esteve hoje em Alvalade - ou na Luz na final com a Grécia - bem sabe do que falo.
Ainda bem que o Sporting é um Sporting CLUBE DE PORTUGAL.
-FCP-

AS LIÇÕES DO TONECAS

Não resisti e segui o link que me levou à transcrição do tal artigo do Expresso sobre Educação Sexual nas Escolas, digo, Perversão Sexual nas Escolas, epíteto mais conforme com o conteúdo.
Segundo o dito artigo, em Outubro de 2000, os Ministérios da Saúde e Educaçã0 lançaram as linhas orientadoras da "Educação Sexual em meio Escolar", que passaram a estar em vigor.
No meio da confusão, como sempre, aparece a Associação para o Planeamento da Família (sim, a mesma que no site do IPJ, se referia ao aborto como um método contraceptivo) a facturar umas massas e a promover a Educação Sexual nas Escolas. Para esse efeito, a dita associação publicou já um livro do Dr. Júlio Machado Vaz, dirigido ao pré-escolar e ao primeiro ciclo (corrijam-me se estiver errado, mas correspondem à Escola Primária e ao 5º e 6º anos do "nosso tempo"), onde os meninos aprendem, entre outras habilidades, a "masturbar-se".
De acordo com o Expresso, apesar de ficarem doutores no que toca a saber para onde vai o esperma e o que é o sexo oral, os alunos não vão ler (os que já souberem ler) uma linha sobre doenças sexualmente transmissíveis ou sobre a importância dos afectos no desenvolvimento da sexualidade.
É um regabofe de barbaridades, o que para lá vai, pelo que vos maço apenas com uma transcrição:
"EM EXERCÍCIO de 50 minutos, destinado a turmas do 5.º e do 6.º ano, propõe que, durante a aula, os professores ponham os alunos de 10 a 12 anos a pensarem no maior número possível de sinónimos para palavras como testículos, pénis, vagina ou relação sexual. De acordo com os manuais para os professores é «normal e aceitável utilizar expressões consideradas menos adequadas» e que podem mesmo «causar embaraço ou tornar-se desagradáveis». No final, e esgotadas todas as hipóteses, os estudantes devem afixar num «placard» o resultado deste trabalho."
Ora como não tarda aí filharada, sobrinhada ou primalhada de caderno de linhas numa mão e lápis roído na outra, a pedir ajuda para os TPC's, o melhor é irmo-nos preparando para participar desses "momentos de família"!!! Assim, convoco todos os interessados a contribuir para a realização do exercicio proposto pelos nossos distintos pedagogos. Prometo um dia destes fazer a colecção de todos os contributos.
Eu dou o mote (atenção, não valem sinónimos que não sejam imediatamente reconhecidos por camionistas do IP5 após 3horas parados num acidente):
Testículos = tomates, azeitonas, bolas, tin-tins, partes baixas, ovos, guizos...
Pénis = pilinha, tarolo, marsápio, cobra zarolha, palhaço, martelo, brinquedo, moca...
Vagina = passarinha, docinho, buraquinho, pachacha, raxa, pito...
Relação Sexual = entaladela, pinocada, afogar o palhaço, pô-la de molho, ir ao castigo...
Agora, o menino Julinho, vai passar tudo a limpo nesta cartolina branca, e vamos afixá-la no placard das perversões! Digo, placard das descobertas!!!!
Ai do Professor(a) que experimentasse meter um filho(a) meu(minha) numa "actividade lectiva destas"...
PS: É caso para perguntar ao Deputado da casa, se os termos em que este projecto se iria concretizar, foi alguma vez debatido, apresentado ou conversado na AR? Conhecendo o -JA- como conheço, sei que não foi, mas não lhe faltam instrumentos para a questionar e debater. Aqui fica o desafio!
-MB-

SÓ EU SEI PORQUE NÃO FICO EM CASA

É verdade, hoje também vou ao estádio, com o meu cachecol do Belenenses, puxar pelo Sporting. Foi assim que há um ano apoiei o Porto na Alemanha e resultou. A vantagem de ser do Belenenses é esta conseguimos ficar mesmo felizes com o sucesso dos outros clubes portugueses.



Força Sporting!

-JA-

BOA SORTING


-FCP-

terça-feira, maio 17, 2005

OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS

Há momentos em que, infelizmente, não tenho pena nehuma de estar longe.
Dou graças a Deus, por não me ter feito passar pelas mãos o Expresso desta semana...É que não é preciso ser-se muito faccioso para desabafar com um triste: os deuses devem estar loucos!!!
-MB-

SHINE… AGAIN



História bizarra a que acabo de saber…

A polícia inglesa encontrou este rapaz numa ilha (Sheppey), elegantemente vestido (apesar de não se encontrar nenhuma etiqueta nas roupas que usava) e com a mente destroçada.

Não fala desde que foi encontrado e os seus gestos evidenciam o medo e o desconforto que sente.

Internado num hospital psiquiátrico, o único gesto revelador que teve ocorreu somente quando alguém do hospital teve a brilhante ideia de o deixar sozinho com um papel e um lápis. Emergiu então o primeiro indício intrigante: um esboço detalhado de um piano de cauda.

Não fala… Mas, quando foi levado pela equipa que o acompanha ao piano da capela do hospital, tocou piano durante horas e parece fazê-lo maravilhosamente. Pela primeira vez, pareceu calmo e relaxado, como se tivesse regressado a casa.

Não fala… Mas é óbvio que o piano diz alguma coisa por ele, apesar de não ser propriamente o que os terapeutas precisam para realizar o seu trabalho.

Nas seguintes semanas, o “Homem Piano” retornou regularmente à capela. Tocou o Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, mas parece preferir executar o que parecem ser suas próprias composições, que foram comparadas ao trabalho do compositor italiano Ludovico Einaudi.

Pelo que me apercebi (pelo que li aqui e aqui), muito se tem especulado sobre o “Homem Piano”, nomeadamente sobre o facto de, apesar de parecer ter perdido a memória, se recordar de elaboradas peças musicais.

A mim, assumido leigo na matéria, parece-me que o “Homem Piano” decidiu falar apenas com a ajuda do piano, decidiu esquecer-se de muitas coisas para recordar apenas algumas. Por cima dos palpáveis traumas e sofrimentos que parece ocultar, decidiu ser somente de uma maneira, na linha de muitos artistas que cobrem com a imaginação maravilhosa das suas criações o poço negro da sua dor, da sua miséria ou da sua culpa. Parece querer ser reconhecido por todos apenas pelas maravilhas que oferece… E só dessa forma deixa que entrem no seu mundo. No poço, não entra ninguém.

É um pouco como na rua, como na vida… Apesar da psicose colectiva e dos milhões de outros mundos em que milhões de pessoas escolheram viver, todos nos sentamos na esplanada e pedimos um café.

Uma história a seguir…
-ZPA-

HOW GERMANS SEE THEMSELVES

"The German self-image is a complex, painful mess of contradictions which is often misunderstood, even by themselves." - Artigo do Spiegel-Online, que esclarece algumas das perguntas, que os meus amigos me vêm fazendo, e nem sempre sei responder....

-MB-

ADESÃO À REALIDADE

Enquanto lá fora o país enfrenta dias difíceis, o Parlamento anda entretido com pormenores processuais relativos à sessão legislativa, marchas libertadoras e outras mariquices que tais.
É a adesão das intelectualidades reinantes à relidade existente!
A actual composição do Parlamento, promete uma legislatura, rica neste tipo de folclores. Não falta por isso espaço para quem, no combate político, se queira posicionar com uma maior adesão à realidade, deixando assim a "banda" a tocar sózinha...
Alguém se arrisca a enfrentar a realidade!?
-MB-

segunda-feira, maio 16, 2005

COELHINHOS, MENINOS E OUTRAS COISINHAS


Vamos lá ver se nos entendemos: o acórdão que julga inconstitucional a redacção do art. 175º do CP apenas se aplica ao caso concreto em que foi proferido e tem de ser lido à luz da interpretação que o tribunal criminal fez do preceito. Tratava-se pois de saber se, estando em causa relações homossexuais consentidas com menor (no sentido em que não foi necessário o uso de violência para as ter, caso em que estaríamos perante um crime de violação, em que a violência contra a orientação sexual da vítima há-de pesar na graduação da pena), o tipo legal de crime se preenche apenas com a consumação do acto sexual ou se, como sucede no caso do art. 174º do CP, é necessário que o agente se aproveite de uma "inexperiência da vitima".
Dito de outro modo, a questão põe-se porque, na letra da lei, para que seja crime a prática de actos homossexuais com menores, basta que o acto sexual tenha lugar, independentemente da maturidade, da experiência ou da orientação sexual do menor. Já o crime de actos heterossexuais com menores depende, por um lado, de um estado de inexperiência da vítima - o que carece de prova -, e por outro, de um abuso, por parte do agente, desse estado.
Nestes crimes - contra a autodeterminação sexual - parte-se do princípio de que é juridicamente irrelevante a vontade do menor na prática do acto sexual (isto é, o legislador entende que quem tem menos de 16 anos não está em condições de formular uma vontade sexual consciente), pelo que o adulto tem a obrigação de não se aproveitar dessa vontade. Simplesmente, se forem todos straight, o legislador admite que o menor seja um sabichão e que conheça muto bem o metier, altura em que o agente não é punido. Se não forem, não admite, caso em que há crime.
Note-se que o juizo preconceituoso e reaccionário do CP não se traduz, como sugerem alguns, ao nível das penas: elas são as mesmissimas num caso e noutro. O juizo é mais subtil, tornando afinal relevante a juridicamente irrelevante vontade do menor, desde que ela seja a de preservar a espécie, não seja contra-natura, pervertida ou outras baboseiras.
Ora, é justamente aqui que reside a desigualdade. Um Estado de Direito Democrático não pode partir do princípio de que há sempre inexperiência do menor se ele consente numa relação homossexual quando dá outro relevo à sua vontade se a relação for heterossexual. Aceitar isso seria o mesmo que aceitar que não há um direito à opção pela homossexualidade ou que essa opção - por ser anormal, desviante, amoral ou mesmo por ser uma não-opção - tem uma idade e um prazo diferentes da outra opção - a normal, correcta, desejável, enfim, a opção.
Cuidado com os que se insurgiram contra o acórdão: o mesmo princípio que os leva a aceitar que o Estado oriente as nossas vidas sexuais já matou milhões de judeus, ciganos, combatentes anti-comunistas, fascistas e outros anormais.

Get it now?

-FCP-

IN-CONSTÂNCIAS

"The Prince who relies entirely on fortune is lost when it changes." - Niccolò Machiavelli
Desconfio que sei por que é que esse relatório nunca mais sai....
-MB-

NO ROLE MODEL FOR DIVERSITY

Uma "posta" por interposta pessoa, que questiona o que se entende por diversidade, e como as empresas a abordam.
Questiona se de facto a palavra "diversidade" representa uma procura activa de competências que permitem às empresas aumentar os seus "stocks de criatividade", ou se é apenas uma palavra-chave nas suas estratégias de relações públicas:
"My colleague and good friend Tom Catan grew up in Mexico, the US and Britain, attended a state school in England, graduated from a university that wasn’t Oxford or Cambridge and, as a journalist, has lived and worked in countries including Argentina, the US and the UK.
I, on the other hand, was born and bred in Britain, attended a private school in Britain, graduated from Cambridge University and, as a journalist, have lived and worked in countries including Britain, Britain and Britain.
Using this information as a guide, which one of us do you think: (a) was recently invited to speak at an event aimed at promoting diversity in journalism; (b) receives an invitation to attend some such event every month; (c) was once offered a newspaper traineeship especially created to improve diversity?
Well, despite the fact that Tom’s international background makes me appear as diverse as the seventh Marquess of Bath, the answer to (a), (b) and (c) is: me. Tom has never attended, spoken at or even served chicken tikka canapés at a diversity event. Which raises another question: why am I considered a poster boy for diversity, when Tom isn’t?
In short, it is cos I is black. The fact is that the diversity agenda, as propounded by corporations, values some differences more than others. Things such as class, geographical background, education, accent and personality don’t matter. But things such as race, gender, disability and sexuality matter so much that they have become synonymous with the very word “diverse”.
.....
It’s just that most companies, all of which now routinely claim they are “passionate about diversity”, are trying to diversify in a crude manner. In the eyes of most corporations, ethnic minorities are great for diversity, while white people, if not afflicted by disability or homosexuality or old age or the female gender, are not.
But as the descriptions of Tom and me illustrate, this is clearly not true. It is perfectly possible to be white, able-bodied, straight, male and “diverse”, and brown and not very “diverse” at all.
....
The fact is that there are now huge differences within and between ethnic groups, in terms of employment opportunities, income and education. A recent report found that while weekly earnings for white people in Britain average £376, the figure for ethnic minorities is £347. But within that, the average is £373 for people of Indian origin and £235 for those of Bangladeshi origin.
.....
Frankly, I could have made myself sound like something out of a Dickens novel earlier by pointing out that my parents were labourers, that I worked in a sewing factory every weekend and every holiday between the ages of eight and 16, that my school fees, uniform and meals were paid for by the state, that I was the first person in my family to attend university.Equally, I could have given Tom the lah-di-dah treatment, pointing out that his Mexican father is an opera composer, that his English mother is a psychoanalyst, that he attended a good comprehensive school in Sussex and a university as posh as mine (the London School of Economics), and that while his family didn’t have much money, he grew up in a middle class district of Brighton.
And this is my point: people are complex mixtures of privilege and underprivilege, but corporations do not acknowledge this in their box-ticking approach to diversity. I suspect this is because it rather suits them not to. For all the talk of diversity, large companies are spectacularly undiverse in practice. Most want their employees to conform and see things in a certain way.I’m sure recruiters rather like the fact that with second generation immigrants like me, they can hire people who are diverse on paper but who are, in terms of experience, quite similar to them. However, I don’t think such an approach does much good at all. What we need is a more intelligent, more subtle approach to promoting diversity. And I’m going to get the ball rolling by declining this speaking invitation. I may even suggest that a certain Mexican-American-British colleague of mine takes my place. "
Artigo da autoria de Sathnam Sanghera, publicado no Finantial Times de 6ª feira dia 13 de Maio.
Para quem quiser a versão integral, e de borla, aqui está!
-MB-

A "NOVA EUROPA" E A "VELHA EUROPA"



Acredito numa Europa, talvez utópica, que coloque no topo das suas prioridades a dignidade humana, a liberdade, a democracia, a justiça, o pleno emprego, o desenvolvimento económico e social e que junte à hipérbole de deveres e regulamentos, os direitos fundamentais dos cidadãos.

Hoje, na Europa, é grande a briga entre o “sim” e o “não”. Mas, por muitas razões, eu prefiro acreditar que a batalha é entre a “Velha” e a “Nova” Europa.

No referendo Francês, por exemplo, o “não” político rapidamente se transformou num “não” afrancesado, chauvinista. Um “não” que acha incompreensível que a Europa tenha que deixar de ser apenas “social”. Que acha inacreditável que o velho continente também tenha que prestar contas, também tenha que apresentar resultados, também tenha que produzir e ser competitivo.

Sentadas no mesmo banco, a Nova e a Velha Europa não conseguem camuflar as suas evidentes diferenças.

A “Nova Europa” já compreendeu que as preocupações económicas e que as óbvias consequências dessa preocupação, são mais uma maneira de estar ao serviço dos homens.

A “Nova Europa” olha de frente para o mundo… Olha directamente nos “olhos do mundo”.
É jovem e quer ser solidária… Tem “killer instinct” mas “esforça-se” por alcançar consensos.

Não se vê em permanente choque com os EUA, porque acha que há outras formas de ser grandiosa e relevante… Crê na liberalização, tão só, porque odeia a Europa regulada para tudo, mas nunca para todos.

Não acredita que alguns membros da UE cedam cada vez mais partes da sua soberania enquanto outros engordam cada vez mais a sua. Mas sabe que a Europa é um projecto comum e que tem que ser vivido com tal.

Sonha… Acredita num projecto!
Detesta a “Velha Europa” em quem não confia…

A “Velha Europa” é essencialmente velha… mas também é adiposa e está de costas voltada para o mundo…

Comunicam pouco... Dizem que a Velha tem medo da Nova!

Há apenas uma certeza: ou a UE se constrói na base duma união entre iguais ou não se construirá… Esta é a mensagem que a “Nova Europa” tem para a “Velha Europa”.

-ZPA-

WORST CASE SCENARIO

Caríssimos,

Mais do que vivas ao dito glorioso, proponho-vos um exercício de gestão prudente: e se o Boavista de repente se tornar num Boavistão? E se o FCP (não, FCP nem sempre “stands for” Filipa Correia Pinto) ganhar à AAC.? O que é que vai acontecer? O que é?...
Deixo-vos a pensar neste “estudo de caso” pois como Leão ferido, acho agora que devíamos ter pensado no pior cenário possível para o jogo da luz: perder o campeonato com um "auto-golo"...
Taça UEFA, aí vou eu para a bancada com a esperança de aproveitar o momento que deverá ser único na minha vida. (o de ver o SCP ganhar a UEFA no seu próprio estádio, bem entendido!)

-GLX-

VITÓRIA

Só falta um jogo!

Mais um para voltarmos a gritar Campeões, Gloriosos Campeões!

Filipa como é óbvio não precisamos da ajuda vinda das teras de Sua Majestade. Só que a dita bandeira aparece quando linkamos para a página oficial do GLORIOSO, logo abaixo da nossa GLORIOSA Águia.

-AB-

QUEM PAGA MAIS?

O sórdido mundo do futebol explicado por Rui Santos, no Tempo Extra da SIC Notícias. Sem pudores. Em directo. A não perder.

-FCP-

sábado, maio 14, 2005

SÍNDROME DE PORTEIRO


Acabo de ouvir a SIC Notícias divulgar que a maioria dos sócios presentes na Assembleia Geral do SLB aprovou a expulsão de Vale e Azevedo.

Pode ser que sim. Pode ser que os sócios, os estatutos do clube e a autonomia da vontade da pessoa colectiva privada o permitam. Pode ser que faça sentido.
Temo apenas que o exemplo - triste, numa instituição com tão longa história democrática - se espalhe. Imaginem que, um dia destes, além das sanções criminais a que se encontrem sujeitos, os governantes condenados por crimes praticados no exercício de cargos públicos passem ainda a incorrer na perda total dos seus direitos políticos.
Pois está ao nível. Vários pontos abaixo do ideal democrático.
Péssima forma de começar o dia em que o Benfica pode ser campeão.
-FCP-


sexta-feira, maio 13, 2005

INTERVALO NO FILME DOS COELHINHOS


Confesso que me apetecia mais escrever sobre o glorioso. Ou sobre o aniversário dos meus amigos imperialistas. Ou até sobre o prazer do reencontro de amanhã com esses e outros amigos.
Mas pronto, já que insistem, vou detalhadamente explicar a minha posição jurídica e obviamente ideológica sobre o Acórdão do TC. Só que não pode ser agora.
Fica prometido. Daqui a 300 km, no primeiro PC que encontrar.

-FCP -

ATÉ AMANHÃ CAMARADAS!!!!

Tá na hora de "despegar"!!!

-MB-

EU TAMBÉM NÃO RESISTO

Se amanhã Vitória de Guimarães e Boavista empatarem, se o Belenenses ganhar os próximos dois jogos e se o Vitória e o Boavista perderem na última jornada, então o Belenenses irá à Taça UEFA.
Força rapazes são só três ses.
-JA-

DESCULPA, NÃO PERCEBI

Sim, Alexandre. Vamos ganhar. Mas será que não é possível fazer a coisa só na 2ª Circular? Teremos de recorrer a terras de sua majestade?

-FCP-

2/5

Obrigado!
Em vossa homenagem, relembro dois posts que me deixaram sem palavras!
Este e este!!!!

-MB-

BOA SORTE !



Não resisto!

Vamos Ganhar!!!!!!!!!!!!!

-AB-

É tudo na brincadeira

Manias!

O mundo é velha cena ensanguentada,
Coberta de remendos, picaresca;
A vida é chula farsa assobiada,
Ou selvagem tragédia romanesca.

Eu sei um bom rapaz, -- hoje uma ossada, --
Que amava certa dama pedantesca,
Perversíssima, esquálida e chagada,
Mas cheia de jactância quixotesca.

Aos domingos a deia já rugosa,
Concedia-lhe o braço, com preguiça,
E o dengue, em atitude receosa,

Na sujeição canina mais submissa,
Levava na tremente mão nervosa,
O livro com que a amante ia ouvir missa!

Cesário Verde



Ps: é com todo o gosto que me aproprio deste actualíssimo poema e o dedico ao árbitro de futebol, Sr. Jacinto Paixão.

-GLX-

O SEGUNDO DO QUINTO

Falo de aniversário claro. Os nossos imperialistas fazem dois anos e merecem um grande abraço de parabéns, por cinco razões principais:

1ª - Pela amizade ao Diogo, ao Fernando, ao Francisco, ao João e ao Martim;

2ª - Pela coragem de invocar a portugalidade supostamente ultrapassada;

3ª - Pelo humor sempre presente;

4ª - Pela independência de sempre mesmo quando alguns estiveram ou estão mais comprometidos com determinado projecto;

5ª - Por terem ficado e mantido a metrópole mesmo quando alguns levaram o Império a novos mundos, alguns mais acidentais.

Por estas, porque são cinco, e por muitas outras razões um grande abraço de parabéns.

-JA-

BIRTHDAY GIFT


Nós preferimos. Moet é muito conservador.

-FCP-

O GRANDE IMPÉRIO DA NOSSA AMIZADE

quinta-feira, maio 12, 2005

VÁ LÁ, VÁ LÁ

O Governo decidiu bem. A inversão da inversão do ónus da prova nas situações de não sujeição tributária é tão boa medida quanto foi estúpida a que ora se corrige.
Ao menos alguma coisa corre bem...

-FCP-

HORRORES...

Há assuntos sobre os quais é difícil falar. A violência sobre as crianças é um deles. Mas quando vemos notícias como as que temos visto nos últimos tempos, não podemos deixar de nos perguntar como é possível que estas coisas aconteçam.
O problema é que depois a tentação imediata é procurar culpados longe do ambiente familiar em que tudo aconteceu. A culpada é a assistente social, que não teve cuidado a fazer o relatório; é o tribunal, que demorou muito tempo a decidir; é o Estado, que não tem mecanismos, nem pessoas, nem apoios; é a sociedade que discriminou o pai toxicodependente ou a família disfuncional...
Tudo isto tem muito de verdade, mas não terá também muito de facilidade? Ao procurarmos causas que podemos controlar, não estaremos também a fechar os olhos àquilo que não podemos evitar? Até que ponto conseguimos lidar com a realidade de que há pessoas capazes de cometer atrocidades contra os seus próprios filhos?
Nunca acreditei que a desresponsabilização das pessoas face aos seus actos, e que a imputação das suas culpas aos outros, sejam os outros a sociedade, o Estado e os tribunais, fosse solução para alguma coisa.
Mas também nunca acreditei, nem vou passar a acreditar, que o melhor seja desistir e achar que os problemas não têm solução. Por isso, tem que ser possível fazer alguma coisa para que estes casos deixem de acontecer. O quê, não sei. Mas sei que vale a pena fazer a pergunta.
- CM -

ESTE RAPAZ TEM BOMBAS NUCLEARES…

AGUARDENTE!? ENTENDI PERFEITAMENTE!!!



Argumentação: perfeitamente inteligivél, sensata, com a qual até poderei, bem conversadas as coisas, concordar.

Reacção: Divertida, mas sobretudo previsível!

E isso leva-nos a interrogar sobre qual a verdadeira motivação do post!!!

-MB-

NÃO TE ESTIQUES


É por estas e por outras que propus o lápis azul...
Sabes, Miguel, num Estado de Direito Democrático (posso desenvolver o conceito mais tarde), que assente na liberdade individual e na igualdade entre as pessoas, não faz sentido que a tutela penal distinga entre actos homossexuais e actos heterosexuais praticados com menores. Está em causa, em qualquer dos casos, a irrelevância jurídica da vontade do menor. E nessa medida, Miguel, por muito que ofenda a tua sensibilidade, para o Estado, tem de ser irrelevante a orientação sexual da irrelevante vontade do menor.
Get it?
- FCP -

CONSTITUCIONALIDADES

Fico satisfeito por a mais alta instância judicial do meu país, se ter pronunciado contra uma daquelas desigualdades que faz de Portugal uma "nação mergulhada nas trevas". Ficamos a partir de hoje mais iluminados! É bom, é moderno!
Agora pessoal, é fazer como no futebol: investir na formação das camadas jovens!!! Trazer à competição cada vez mais cedo, mais e melhores talentos!!! Força aí!!!
Vai lá vai...

-MB-

BARALHA E VOLTA A DAR

In Público-OnLine:
"Escutas desvendam bastidores de decisões
As intercepções telefónicas poderão ter sido preciosos auxiliares nas investigações efectuadas por Rosário Teixeira e por Gonçalves Pica, um investigador da Polícia Judiciária destacado no Departamento Central de Investigação e de Acção Penal (DCIAP). Ambos, recorde-se, foram as principais figuras da investigação do caso Moderna."

Sou eu, que não percebo nada disto, ou a coisa começa a descambar?

-MB-

FLORESTA MEDITERRÂNICA

Mais um post sob o signo da rolha...

Floresta mediterrânica em colapso: Pinheiro arrasa com mais de 2 mil sobreiros...

Está explicado o avanço do deserto Norte Africano sobre o Sul da Europa! Nos escombros de um Império, outro se levanta!

-MB-

BEING ZPA, DEBAIXO DE UM SOBREIRO

1.Segredo de Justiça” é pecado em Portugal… A redenção é a transmissão, de preferência às 8 da noite e com caricatas imagens.

2. “A luz estava acesa e o advogado veio ao carro buscar uns bolos”… Quando não tiveres nada para dizer, diz qualquer coisa…É já a seguir… É já a seguir!!

3. Na Quinta da Justiça, quem é que ordenha a vaca?

4. Nobre Guedes e Abel Pinheiro não deviam ter avisado a SIC da hora a que iam sair dos seus escritórios.

5. Uma investigação judicial não serve para apurar factos… Serve para fazer uma peça para o Jornal da Noite.

Nota (ainda debaixo do sobreiro): A justiça é uma das auto-estradas para a liberdade. E não me parece que seja preciso reinventar a roda para fazer esta viagem… Provavelmente só é preciso alinhar a direcção.

-ZPA-

O CHOQUE TECNOLÓGICO E O SISTEMA JUDICIAL PORTUGUÊS…



A rolha...

-ZPA-

NA RUA

Aproveitei há pouco que não estava a chover e fui à rua. Não fui comprar cigarros, porque não fumo.

Fui sim, andar por aí, à procura do Segredo de Justiça.

Ele é que verdadeiramente anda por aí, na Rua.

Ora, dei algumas voltas ao quarteirão, espreitei nos recantos, estive nas esquinas, mas nada! Desisti e voltei para o meu gabinete e pasmem, não é que encontrei o segredo de justiça, à minha espera em cima da minha secretária, com toda a calma e descontracção nas páginas dos jornais de hoje.

Para não variar, nos últimos anos em Portugal, são inúmeros os casos – não preciso falar deles – basta folhear os jornais, ver televisão ou ouvir rádio, para perceber que de facto o segredo de justiça, anda realmente por uma qualquer rua deste país à beira mar plantado.

-AB-

PROCURA-SE


Jovem morena, de olhar altivo, óculos vanguardistas, mente brilhante e futuro promissor.
A última vez que foi vista - no passado dia 2 de Maio - vestia provavelmente azul claro ou lilás (talvez roxo) e, embora comunicasse no estranho dialecto do eduquês, não aparentava perturbações mentais.
Oferece-se recompensa a quem a devolver à família.
-FCP-

EM PERSPECTIVA

Quando chegamos a um país, conhecendo relativamente pouco da sua história e cultura, procuramos de todas as formas "aprender esse lugar", é o que tenho procurado fazer.

Tenho tentado analisar e sentir este país sem estar enviesado por preconceitos ou estereótipos. Quando escrevi o post imagens sem livro, disseram-me: "Trata-te". Não seria muito inteligente da minha parte que eu, um latino com bem menos de 1,80m, moreno, olhos e cabelo castanhos, me dedicasse nas horas livres a branquear ou defender as atrocidades defendidas pelo projecto nazi - convenhamos!

O facto é que, embora não tenha a presunção de uma inteligência fora-de-série, também não gosto muito de sentenças ditadas do "alto", atestando a existência de uma só verdade.

A quem procure encarar outras perspectivas, sem juizos de valor, aqui ficam três leituras, que não me deixaram nada sossegado...um texto do Embaixador Alemão em Londres, uma entrevista do Embaixador Inglês em Berlim, e a abordagem da imprensa alemã à inauguração do memorial do holocausto em Berlim.

-MB-

Justiça e Liberdade, a propósito do caso dos sobreiros

Parece que sou o último da família a dizer algo sobre o “caso dos sobreiros”. Parece-me que ainda há algo para dizer e por isso aqui vai…

Sendo este um blogue que preza o valor da liberdade, é sobre ele que deixaria duas interrogações:

Haverá liberdade num país em que o decurso de investigações e o andamento de um processo judicial são tornados públicos, em exclusivo, por um canal de televisão?

Haverá liberdade num país em que, sem se conhecer a acusação, muito menos a sentença de um caso é permitido condenar-se na praça pública, não só os arguidos, como outras pessoas manchando o bom-nome e inquinando o direito de defesa dos visados?

Para mim há uma liberdade que subsiste e tem de ser usada a todo o tempo. A liberdade de expressão é aquela que não podemos deixar de usar no sentido de denunciar estas e outras situações. Mas, a liberdade de expressão deve também servir para que exijamos que a confiança na Justiça continue a ser um princípio básico de cidadania e não uma questão de fé. Para isso é necessário que alguns dos intérpretes da Justiça portuguesa se dêem ao respeito e acima de tudo respeitem a lei.
-JA-

quarta-feira, maio 11, 2005

A ÉTICA

Decidiu A Bola, na semana do Grande Derby, não publicar, até Sábado, todas as afirmações, venham de onde vierem, “que de forma directa e declarada optem por expressões, atitudes ou comportamentos que apelem à violência, ao desrespeito por princípios éticos desportivos ou à dúvida infundada sobre a integridade moral e cívica de qualquer cidadão.”

Mas o editorial da Bola vai mais longe e diz “ não seremos veículos da violência verbal, da suspeição, da manipulação de todos os que entendem que tudo vale para atingir os fins…”.

A Bola tem estatuto para o fazer, e espero sinceramente que não fique apenas por esta semana e que o passe a fazer sempre.

Aliás, seria interessante que alguns órgãos de comunicação social nacional olhassem para este exemplo de A Bola e o pusessem em prática. Isto porque assistimos uma vez mais, nas últimas horas, a um julgamento na Praça Pública. É certo que a nossa Praça é grande, do tamanho deste país à beira mar plantado, mas há limites, como o da presunção da inocência até prova em contrário.

Depois temos outros interesses, não percebemos quais, mas são aqueles que avisam os jornalistas, devidamente seleccionados, de que “daqui a pouco podem ir a tal sítio que vão ter umas imagens interessantes”. Obviamente que estes interesses apenas dão uma versão dos factos a qual é, normalmente, a que mais lhes convém.

Nem interessa depois se os visados estão inocentes porque, na lenta marcha da justiça portuguesa, haja ou não processo, ou nem é notícia, ou já não tem honras de abertura de Jornal da Noite ou de primeira página.

Acima de tudo, é preciso ter ética e relatar apenas os factos, não fazer leituras. Para essas, existem os comentadores do politicamente correcto. E desta forma evita-se a “ manipulação de todos os que entendem que tudo vale para atingir os fins…”.

-AB-

BATOTA

Independentemente de todas as questões que possam surgir a favor ou contra as pessoas referenciadas na Comunicação Social sobre o tema dos sobreiros, pode-se assinalar desde já um facto (quanto a mim) triste para a sociedade portuguesa: mais uma vez condenam-se as pessoas antes mesmo dos órgãos competentes o fazerem. De quem é a culpa?
Não me atrevo a comentar o caso, até porque supostamente está em “segredo de justiça” (whatever that is!!!?), pelo simples facto de ainda só saber o “que se diz e escreve” sobre o assunto E quem fala e escreve sobre um assunto que supostamente está em “segredo de justiça” ou é bruxo ou constrói puzzles com a destreza de quem tem o trabalho já feito...E isso assim é “batota”.
Mais: que uma televisão tenha direito a um exclusivo “ao vivo e a cores” sobre todos os passos que culminaram com a prenuncia de pessoas, que até prova em contrário estão inocentes, mostra bem a confusão em que este país anda metido. Não está bem e não parece bem.
Esperemos que se faça justiça, seja ela qual for independentemente das personalidades envolvidas, mas a verdade é que os citados já levam “uma volta de atraso” sem terem culpa nenhuma: ninguém os avisou da partida.

-GLX-

UMA CASA NA PRADARIA, VERSÃO 2

Enquanto cidadã, também eu acho lamentavel que os casos sensiveis da justiça cheguem ao conhecimento dos jornalistas de modo truncado, num momento em que os processos se encontram em segredo de justiça e em que é ilegal o seu esclarecimento oficial. Como jurista, tenho imensas dúvidas sobre as vantagens de um sistema em que, quanto maior for a pressão da opinião pública, maior é a reserva em que decorrem os julgamentos.
Mas não posso concordar com quem pretende reduzir a importância do caso dos sobreiros às fontes anónimas de um órgão de comunicação social. Num país em que a imprensa é livre, não vejo como possa condenar-se eticamente a SIC pela divulgação da notícia, ainda que em exclusivo. Também não aceito que se condene genericamente o sistema, como se não bastasse um só funcionário judicial para divulgar o que, face à lei, não é suposto saber-se. Ponto é que, em casos destes, o sistema funcione, e puna - já se exije que de forma exemplar - o culpado por tal divulgação.
Mas vamos ser sérios: o que conta realmente neste caso não é a quebra do segredo, são os factos, indesmentiveis, que deixaram de ser secretos. E quanto a esses, a única coisa que sabemos é que 2 figuras públicas, uma delas ex-governante, se encontram indiciadas pelo crime de tráfico de influências.

Como não sabemos mais, resta-nos aguardar, num prudente silêncio. É isso que se impõe a quem deplora julgamentos populares ou a quem acredita na presunção de inocência. Mas nada de ilusões: se se provar a prática de um crime no exercício de cargos políticos, sejam quem forem os seus agentes e sejam quais forem as suas afiliações, o silêncio - pelo menos o meu - será provisório. E parece-me que é este o dever de qualquer cidadão.
-FCP-

A CASA NA PRADARIA

Se no post anterior, comentava a forma como o caso que baptizei de "A CASA NA PRADARIA" veio a público, devo em coerência dizer alguma coisa, ainda que muito pouco, sobre o seu conteúdo.

Dada a sensibilidade da questão, a reduzida informação disponível, e depois da sensatez do meu amigo FA, dizer mais do que espero que tudo não passe de um equívoco e que gostava de ver o caso bem esclarecido, é dizer de mais!!!

Queira Deus que tudo não passe mesmo de um mal entendido. Caso contrário, coitadinhos dos "Pobrezinhos de Coimbra", mal acabaram de converter uma alma à sua causa, e pimba! Já a querem "engavetar"!!!

-MB-

O PREÇO CERTO EM EUROS

Quanto terá valido o exclusivo com que a SIC abrilhantou o serão de ontem?

Numa forma de contribuir para a celeridade da Justiça, a estação de Carnaxide podia adiantar serviço e enviar já um fax para o tribunal, com o texto da acusão, e de uma eventual sentença.

Para haver Segredo de Justiça, existe uma condição necessária ex-ante: Que a Justiça se dê ao respeito!!! Francamente, não me parece que as caves das redacções dos orgãos de comunicação social encerrem obscuras câmaras de horror, onde Meirinhos são torturados até lhes "arrancarem a verdade".

A verdade, por mais desanimadora que ela seja, é que a Justiça tem um comportamento de "rameira", e não pode exigir respeito, quando de um modo assutadoramente pornográfico, não se sabe dar ao mesmo...

-MB-