quinta-feira, maio 12, 2005

Justiça e Liberdade, a propósito do caso dos sobreiros

Parece que sou o último da família a dizer algo sobre o “caso dos sobreiros”. Parece-me que ainda há algo para dizer e por isso aqui vai…

Sendo este um blogue que preza o valor da liberdade, é sobre ele que deixaria duas interrogações:

Haverá liberdade num país em que o decurso de investigações e o andamento de um processo judicial são tornados públicos, em exclusivo, por um canal de televisão?

Haverá liberdade num país em que, sem se conhecer a acusação, muito menos a sentença de um caso é permitido condenar-se na praça pública, não só os arguidos, como outras pessoas manchando o bom-nome e inquinando o direito de defesa dos visados?

Para mim há uma liberdade que subsiste e tem de ser usada a todo o tempo. A liberdade de expressão é aquela que não podemos deixar de usar no sentido de denunciar estas e outras situações. Mas, a liberdade de expressão deve também servir para que exijamos que a confiança na Justiça continue a ser um princípio básico de cidadania e não uma questão de fé. Para isso é necessário que alguns dos intérpretes da Justiça portuguesa se dêem ao respeito e acima de tudo respeitem a lei.
-JA-

3 Comments:

Blogger PML said...

Caro JA.
Não posso concordar mais com a tua opinão. O debate em torno do segredo de justiça já é antigo mas continuamos sem perceber como é que um crime (sim, é um crime) como a violação de segredo de justiça continua impune em todos os casos que têm vindo a público.
Mais preocupante é a dita liberdade da comunicação social que defendendo-se desse expediente vem ao longo dos tempos destruíndo vidas e reputações sem qualquer respeito por quem seja.
Restam os processos crime contra esses meios de comunicação que estão protegidos pois não são obrigados a revelar as suas fontes. Esses sim são verdadeiros corruptos (activos) pois aliciam sabe-se lá como os coitados dos funcionários judiciais (passivos). Em suma a justiça vai de mal a pior. Como outro dia li no Independente numa entrevista sobre o processo penal, estou de acordo, e todos deviamos estar, de que o principio da obrigatoriedade a que está adstrito o Min. Público deve cessar para dar lugar a um sistema em apenas se investigue o que realmente deve ser investigado.

4:44 da manhã  
Blogger E depois do adeus... said...

Ou seja:

O caso dos sobreiros, está muito apropriadamente sob o signo da Lei da Rolha!!!!

Abraço,

Miguel

11:04 da manhã  
Blogger JMTeles da Silva said...

Eu acho que esta violação apareceu a contrabalançar a outra, a da Casa Pia. Temos a vingançasinha política em toda a sua pujança. Uma vez tu, outra vez eu...
Enquanto for assim ninguém se aleija e o Sistema mantem-se. Vão dar uma curva. Hoje estou bem educado!

4:05 da tarde  

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