sexta-feira, maio 27, 2005

HELMUT KOHL'S "KLEINES MADCHEN"


-uma nova abertura- manifs anti-americanas apresentam Merkel como "lambe cu" aos EUA

Eis as duas grandes diferenças entre a Alemanha de Schroder e a Alemanha que, de acordo com todas as sondagens e fazedores de opinião locais, irá sair das eleições de 18 de Setembro próximo.
De um anti americanismo quase primário, a um re-afirmar da relação trans-atlântica. E de uma entusiástica militância pela adesão da Turquia à UE, a uma oposição declarada às pretensões de Ankara. Serão estas, tudo indica, as duas (nada pequenas) principais diferenças no posicionamento alemão, em consequência do turnaround político desta última semana.
Os jornais apresentam de forma cada vez mais consistente, Merkel como a princesa herdeira da coroa, que para ganhar não tem de fazer muito mais do que parecer difrente do cada vez menos popular partido de Gerhard Schroder - SPD.
Pelo seu lado, o actual Chanceler apelida a sua adversária como a reincarnação de Margaret Tatcher, alegando que está irá governar com tirania e sangue frio, impondo reformas ainda mais duras e menos amigas dos trabalhadores, do que as propostas impostas pelo SPD. Segundo a máquina de propaganda do SPD, Maggie II, fará da Alemanha um país conservador, onde só os que puderem pagar terão direito a uma rede de apoio social.
De acordo com os especialistas, podem ser esperadas reformas de flexibilização no mercado laboral, atacando e reduzindo o poder dos sindicatos e a sua aversão à mudança, bem como reformas no sector da saúde no sentido de aliviar a pesada factura que o "SNS" (entre muitas aspas, porque não sei como se organiza por cá o sector) todos os anos representa para o Estado. No entanto Merkel e a CDU ainda andam "às voltas" com a organização da sua plataforma de propostas.
A coisa promete, e parece importante neste momento que as políticas internas se clarifiquem. Veremos se Merkel irá ou não fazer juz à fama de só se decidir no último minuto, deixando as más noticias para o último momento.
Gerd, como lhe chamam os cronistas, vai a esta luta sozinho, tendo afastado os verdes na sequência das polémicas envolvendo Joschka Fischer e o acesso de imigração à UE através da Alemanha, que castigaram a popularidade do até agora Ministro dos Negócios Estrangeiros. Assim, a única coisa que neste momento poderá salvar Schroder é - Schroder, isto é, o seu instinto de sobrevivência política, e o seu carisma pessoal (o que mais o beneficia em relação a Merkel).
Sigam os links acima para mais dois artigos com algum interesse.
-MB-