sábado, abril 30, 2005

AVISO



Ivan Smagghe, o príncipe da noite parisiense, vai estar esta noite no Lux

Depois não digam que não avisei!

-ZPA-

REFORMAR

O Eng. Sócrates devotou uma boa parte da sua jornada ao Parlamento a zurzir contra as reformas estruturais.

Contrapõe, do alto da sua sapiência iluminada, que o País precisa é de medidas concretas que resolvam problemas concretos.

Portugal viveu anos e anos sem as tais “medidas concretas que resolvem problemas concretos”, os interesses instalaram-se e o Estado, apoderando-se de tudo, engordou, engordou, engordou…

Os sucessivos Governos foram “varrendo onde passava a banda”, esquecendo-se que nos cantos também se acumulava lixo…

Hoje, qualquer “medida concreta para resolver um problema concreto” é engolida pela própria máquina do Estado, o monstro encalhado na praia que, sem outra alternativa, se alimenta do próprio corpo.

A necessidade de reformar nasce exactamente na falta de solução, na inoperância das “medidas concretas para resolver problemas concretos”.

Depois de anos e anos a adiar não basta abanar… É mesmo preciso implodir, para voltar a construir.

-ZPA-

A MALTA NÃO É ESTÚPIDA

Há duas coisas no referendo do aborto que me continuam a intrigar. Não percebo, e ainda por cima é um encore, por que raio há-de o Parlamento legislar a liberalização do aborto se, simultaneamente, entende que o assunto tem de ser referendado. Se a malta é que tem a palavra - e foi a própria Assembleia que decidiu devolvê-la - então a malta gostava que os senhores deputados tivessesm a delicadeza de esperar por ouvir o que a malta tem a dizer.
Já que não foi assim, então a malta ao menos gostava que não fizessem pouco dela. Se os senhores deputados aprovaram liberalizar o aborto até às 16 semanas, por que é que vão perguntar à malta se concorda com a sua descriminalização apenas até às 10 semanas?
A culpa é da malta. Ou não foi a malta que os elegeu?
-FCP-

sexta-feira, abril 29, 2005

COSTAS LARGAS

É caso para dizer que este governo tem Costas largas.

Suspeitámos que, no debate de hoje no Parlamento, o Ministro da Justiça, Alberto Costa nos pudesse brindar com uma pérola retórica das suas. Mas não… Foi o Ministro de Estado, António Costa, que não tendo intervenção directa no debate resolveu ser protagonista ao insultar um Deputado.

Se já havia neste governo um Costa infeliz na expressão, agora sabemos que há também um Costa, no mínimo, deselegante na acção.

-JA-

ASSIM NÃO VAMOS LONGE

Estou impressionada com a profundidade da reforma da justiça anunciada pelo Governo.
Cheques sem provisão, valor das injunções, execuções movidas por companhias de seguros, féria judiciais. Ah, e claro, as famosas alterações ao Código Penal (na parte que não interessa aos que gostam de meninos) e ao Código de Processo Penal (na parte que interessa aos políticos que têm telefones sob escuta) cujos projectos de lei se encontram na Assembleia há mais de 2 anos.
Bolas, ía-me esquecendo da responsabilidade extracontratual do Estado - hoje ainda regulado por um diploma do Estado Novo - cuja reforma e projecto estudei já na cadeira de Direito Administrativo, quando andava no 2º ano do curso
Verdeiramente inovador, verdadeiramente profundo e certamente muito eficaz.
Não sei por que nós, os de direita, nos preocupamos tanto com este Governo.
-FCP-

O EXAGERO JUSTIFICA-SE…

Depois do debate mensal com o Primeiro-ministro, compreendo finalmente a hipérbole que foi o anúncio dessa colossal reforma que alterou decisivamente a vida dos portugueses: a venda livre de medicamentos não sujeitos a receita médica…

Vou imediatamente ao Minipreço saber se já chegaram os comprimidos para estas náuseas que me invadem.

-ZPA-

Alberto Costa - versão remix

José Sócrates escolheu o tema da Justiça para o debate mensal no Parlamento, será que Alberto Costa se prepara para dizer que estes não são os seus juízes?

-JA-

Se um Bloco incomoda muita gente...

Já sabíamos que o Bloco de Esquerda incomodava muita gente, principalmente aqueles que “estupidamente”, como nós, acham que a direitos devem ser contrapostos deveres e que ao Estado não cabe dinamizar o caos mas sim evitá-lo.

O que muitos não sabíamos e os mais velhos não se lembravam era o incómodo que causa o outro Bloco da nossa política. O Bloco Central, essa triste realidade que tendo surgido nos anos 80 não tem o encanto de tantas outras coisas suas contemporâneas como o “restaurador Olex”, o “homem da Regisconta”, ou o “Duarte e companhia”.

Desde essa altura ficámos a saber que PS e PSD quando se juntam, normalmente, não o fazem para servir o país mas sim para servirem o seu interesse enquanto maiores partidos do nosso sistema político.

Quando se discutem reformas do mesmo sistema este Bloco Central tem sempre a tentação de desafiar o princípio da proporcionalidade, constitucionalmente consagrado. Mais uma vez, ontem, com a aprovação de alterações à legislação autárquica, PS e PSD permitem subvalorizar os resultados eleitorais em função de uma suposta estabilidade nos executivos camarários.

Não gostamos da instabilidade proposta pelo Bloco de Esquerda mas a estabilidade interesseira do Bloco Central repugna qualquer cidadão livre.

Provavelmente, mais negociatas virão (atenção aos círculos uninominais) e será, como hoje, necessário denunciá-las.
É lamentável que à arrogância da maioria absoluta PS se junte o irresistível oportunismo da minoria PSD.
Aqui, à direita, estamos atentos...
-JA-

quinta-feira, abril 28, 2005

FALEMOS DO PROJECTO, ENTÃO

Também não sei bem o que é essa coisa da refundação da direita. Temo que seja um apelo desesperado daqueles que não se conseguem rever em nenhum dos partidos que, supostamente, a representam. Uma coisa lhes asseguro: não é certamente através do PSD que se funda ou refunda o que quer que seja. De resto, está visto que o PSD não é verdeiramente um partido de direita, é antes um partido de poder, cujo discurso programático assume os matizes que convêm a cada ciclo eleitoral. Se a coisa é bem planeada, lá temos governo, se bem que da última vez bem se viu que foi preciso vir bater a outras portas.
É verdade que o resultado do último Congresso do CDS não foi muito animador para os que, como eu, tinham a esperança de o ver assumir-se descomplexadamente como um partido que vê na organização da economia o principal factor de criação de riqueza, que defende os empresários, a concorrência, a classe média e a estruturação de um sistema de ensino que dote os cidadãos dos instrumentos necessários à sua afirmação. Mas não vejo no PSD, e muito menos neste PSD, a capacidade para propor ao país este nosso projecto, que é humanista porque se preocupa com as pessoas e com a sua individualidade, que é tolerante porque não assenta em visões totalitárias da sociedade, que é abrangente porque radica na inalienável liberdade de cada ser humano e que é coerente porque é presidido, construído e conduzido por fundamentos axiológicos bem definidos.
Ora a ressaca do Congresso tem mostrado que, mais do que pessoas, o que lá se venceu foi uma corrente liberal cuja importância e dimensão se revelaram precisamente na derrota. E isso, se quisermos ler bem as coisas, é muito mais positivo do que parece. É que, justamente, esta é a oportunidade da linha vencida se organizar, se estruturar, encontrar um líder e ocupar o seu espaço. E, acredite-se ou não, para quem conhece o CDS há tantos anos, perecebe-se que nunca como agora essa oportunidade surgiu de forma tão promissora.
-FCP-

AS PRIMEIRAS PALAVRAS

Verifico que esta coisa dos blogues é mesmo como eu supunha: ainda agora nascemos, e já os nossos - agora - companheiros de infortunio deram pela nossa chegada. Muito obrigada a todos pelas palavras simpáticas com que nos acolheram.

Este bébé promete crescer forte e cheio de vitalidade, fiel aos ensinamentos dos seus pais e, adivinha-se já - ou não fosse o João Almeida um dos seus progenitores - nem sempre de forma alinhada. Mas esta coisa das famílias é mesmo assim, e cá em casa toda a gente detesta jantar em silêncio.

Não seríamos pais verdadeiros se escondessemos as nossas filiações (por falar nisso, creio que o Benfica está em maioria...). Mas não se deixem impressionar pela data do parto: a concepção desta criança tem muitos anos, e foi longamente planeada na solidez de muitas conversas, muitas batalhas e muitas cumplicidades. É verdade que às vezes inspiradas por um senhor irlandês de quem todos gostamos mas, ora bolas, isso só quer dizer que a família se conhece bem.

De resto, o último fim-de- semana nem sequer precipitou o seu nascimento. Na verdade, a data já era certa, só não sabíamos - que imprudência! - que no hospital que escolhemos não se fazem partos. Paciência, não era isso que nos faria abortar. A criança nasceu noutro sítio, e isso é que conta.

Seja como for, o importante é que saibam que ela veio para ficar: espera-se que com a ajuda de todos, o empenho dos pais e a tolerância das respectivas entidades patronais, se torne num adulto divertido, culto, consistente, activo e cuja opinião se gosta de ouvir.
- FCP-

A DIREITA

"Se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude"- Il Gatopardo

O futuro da direita portuguesa passa pela sua própria afirmação, pela capacidade que tiver de destruir complexos e edificar o seu próprio espaço… sem titubear!

O “mais ou menos” tipicamente português inundou a direita que, perdida, perturbada e desalinhada, tenta sempre ajeitar-se com o “centro”, como que pedindo desculpas por existir, negando-se a si própria, impressionada com os esquisitos estigmas que a esquerda gosta de lhe provocar.

A direita portuguesa anda, há muito tempo, a indagar de si própria…

É preciso uma refundação da direita” é provavelmente uma das frases mais repetidas do País… Quase tão repetida como “Deixem jogar o Mantorras!” em dia de jogo no Estádio da Luz.

A refundação da direita começa a tornar-se um daqueles irresolúveis problemas de matemática, cheios de letras em vez de números, que sempre me atormentaram.

Em Portugal, a direita habituou-se a falar de democracia-cristã e até, pasme-se, de social-democracia e a susceptibilizar-se com a palavra liberal. Estranho…

Em Portugal sempre se alimentou a hostilidade à economia de mercado, às empresas e aos empresários. Sempre se cultivou a inveja aos ricos e à riqueza, o medo do risco, um Estado tentacular e omnipresente e “artimanhas” para esconder a pobreza. Estranho…

Em Portugal, a direita sempre olhou para a Igreja… Não para pedir perdão, mas para pedir protecção. E a Igreja sempre lhe virou as costas…

Portugal é hoje um País urbanizado e desregulado, em total crise de valores, comodamente gerenciado pelo “politicamente correcto”.

Portugal precisa de ideias radicalmente novas.

Antes de se refundar a direita precisa de se fundear ideologicamente…
Antes de se refundar a direita precisa de se arregimentar, talvez num projecto mobilizador para Portugal.

-ZPA-

ESTOU ABISMADO!

Esta manhã ao passar por uma banca de Jornais olhei rápidamente para as GORDAS e não queria acreditar. Ele ainda tem dúvidas? Que diabo, fiquei com esta frase na cabeça até finalmente poder ler o referido artigo. Então não é, que o dito ainda não sabe se quer ou não candidatar-se ao mais alto cargo da Nação. Mas, fiquei ainda mais Abismado, quando, ao continuar a ler o referido artigo, percebo que podemos estar perante um segundo caso de trampolinismo. Pasme-se mas o dito protocandidato revê-se no programa do actual Governo. Ora, isto faz-me lembrar uma manchete de um jornal diário, onde precisamente este indeciso dizia em plena campanha eleitoral que gostava de ver uma Maioria Absoluta do PS. De imediato, foi desmentida, mas agora tenho de facto dúvidas sobre esse desmentido. Estará este homem que dantes tinha tantas certezas a fazer de facto campanha, junto do eleitorado do Bloco Central, sem no entanto, assumir para já que será candidato. Ou estará apenas a apalpar terreno, para ver como as coisas correm? ESTOU ABISMADO!

-AB-

CONVERSAS EM FAMÍLIA...

- Lembrei-me de um nome para o nosso blog…
- Então?
- Que te parece “E tudo o vento levou”?
- Apetecia-me muito…

-ZPA-

quarta-feira, abril 27, 2005

PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós

Porque acreditamos que a liberdade e responsabilidade individual são os principais fundamentos da sociedade.

Porque acreditamos que o Estado é apenas um instrumento dos cidadãos que serve.

Porque acreditamos numa justiça célere, capaz de produzir veredictos justos, livre de qualquer influência política.

Porque acreditamos que o controlo do Estado sobre a economia ameaça decisivamente a liberdade política.

Porque acreditamos que deveres e direitos têm obrigatoriamente de andar de mãos dadas, e que cada um de nós tem uma responsabilidade ética sobre o outro.

Porque acreditamos na liberdade individual e nos direitos humanos, em sociedades e economias abertas e na cooperação global.

Porque acreditamos que a liberdade individual assenta na educação, plena e variada, no acesso à informação, no primado da lei, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, na tolerância e na diversidade, na inclusão social e na promoção da iniciativa privada capaz de gerar emprego.

Porque acreditamos que uma economia baseada no mercado livre conduz a uma distribuição mais eficiente da riqueza e dos recursos, encoraja a inovação e promove a flexibilidade.

Porque acreditamos que os valores centrais são a liberdade, a responsabilidade, a tolerância, a justiça social e a igualdade de oportunidades.

E, acima de tudo, especialmente depois do adeus, porque não ficámos sós…