quarta-feira, maio 25, 2005

NUNCA FAÇAS XIXI CONTRA O VENTO…

E a confiança… Como é que a malta ganha confiança?

- “A confiança exige que haja outras políticas. Por exemplo, nas finanças públicas, a confiança não se obtém, certamente, aumentando despesas correntes, aumentando impostos, cortando no investimento público, não tendo nenhuma política de ataque à fraude e à evasão fiscais.” – Ferro Rodrigues no debate mensal com o primeiro-ministro sobre produtividade e competitividade, a 31 de Maio de 2002.

Já sei! Já sei! Boa ideia era aumentarmos o IVA… Que te parece, pá?

- “Dr. Durão Barroso, se tivesse dito na campanha que ia aumentar 2% do IVA a partir de Junho, não estava aí sentado nessa cadeira” – Ferro Rodrigues no debate mensal com o primeiro-ministro sobre produtividade e competitividade, a 31 de Maio de 2002.

É melhor dramatizar… muito. Pinta de preto porque cinzento não chega! Alguma vez viste uma telenovela venezuelana?

- “Ora, neste momento, o que se verifica é que mantêm o diagnóstico da catástrofe, mas escondem tudo aquilo que representava a redução de impostos, que fez com que tivessem ganho milhares de votos, e, pelo contrário, vêm aqui dizer aquilo que sempre esconderam durante a campanha eleitoral, isto é, que vão aumentar o IVA. Mais depressa se apanha quem não está totalmente bem na vida política do que quem tem, às vezes, outro tipo de dificuldades pessoais.” – Ferro Rodrigues no debate do Programa de Governo, a 17 de Abril de 2002.

Será?

- “Na campanha eleitoral, dissemos que temíamos que a contrapartida das reduções que então se prometiam se traduziria em acréscimos do IVA.
Será que, agora, do choque fiscal, vai restar apenas aquela parte que se escondeu no programa eleitoral, a do aumento de impostos e, nomeadamente, de um imposto socialmente cego - e, aqui, cito um dos parceiros desta coligação, o CDS-PP? .” – Ferro Rodrigues no debate do Programa de Governo, a 17 de Abril de 2002.

Parece que passamos da juventude para a senescência... Tens explicação para isto, pá?

- “Num ápice, o Executivo parece ter transitado da juventude para a senescência. É este o seu trágico paradoxo, para o qual há, aliás, explicação. Desde o início que a nova maioria parlamentar se instalou na ideia da crise e a tal ponto se alimentou da sua exploração que acabou rapidamente refém dela.” – Francisco Assis no debate parlamentar de 19 de Junho de 2002.

Sinto uma força dominadora em mim… Quem está aí?

- “A Sr.ª Ministra (Manuela Ferreira Leite) estava dominada pela vertigem dos números e estava disposta a fazer a economia das pessoas” - Francisco Assis no debate parlamentar de 19 de Junho de 2002.

Sra. Promessa! Onde se meteu?

- “No momento em que, das promessas, se passa ao Programa do Governo, tudo muda! Tudo muda e, imediatamente, do discurso e da prática política, desapareceu tudo quanto tinha a ver com convergência real e manteve-se apenas um objectivo para o País: o controlo do défice público. Esse passou a ser o problema do País e o objectivo para o País.”- Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Mas afinal o que é que a malta anda a fazer?

- “Acontece que as consequências desta acção, desta actuação e desta atitude por parte do Governo são absolutamente desastrosas para o País. E são desastrosas a vários títulos: são desastrosas, primeiro, porque acabam por transformar a questão do défice - que, sendo importante, não é a questão fundamental - na questão cerne, na questão central de Portugal. Ao fazerem isto, ao não terem um Programa de Governo claro (foi aqui denunciada a existência de um não-Programa do Governo) e ao terem criado um ambiente e uma expectativa completamente desastrosos para a economia portuguesa para resolverem o défice, não só não o controlam como arruínam as perspectivas de desenvolvimento para o País.” – Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Quem?

- “Há vários exemplos de medidas deste género. Primeiro, Sr. Primeiro-Ministro, não vale a pena criar uma agenda para o desenvolvimento se o Primeiro-Ministro de Portugal diz que o seu País está de «tanga» e à beira da catástrofe. Pergunto: quem é o investidor que investe num país de «tanga» e à beira da catástrofe?” - Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Não tens mais nada para dizer sobre o IVA, pá?

- “Depois, não vale a pena, Sr. Primeiro-Ministro, estar preocupado com as questões de desenvolvimento quando, relativamente ao controlo do défice, os senhores não conseguem cortar nenhuma despesa e, pelo contrário, a única política que fazem é de aumento das receitas através não do controlo e fiscalização sobre os impostos mas do IVA, dos dois pontos percentuais que introduziram na economia, e isso não é despiciendo. E não é despiciendo a vários títulos, porque, de facto, a subida da taxa do IVA provoca inflação, provoca uma tendência para o acréscimo dos salários. E não é despiciendo a vários títulos, porque, de facto, a subida da taxa do IVA provoca inflação, provoca uma tendência para o acréscimo dos salários. E aqui cito apenas o que diz o relatório do Banco de Portugal, tantas vezes aqui invocado: «A não se verificar a moderação salarial incorporada nas projecções,…» - e essa moderação é acentuada pelas perspectivas de desemprego - «… o crescimento poderá ser menor,…» - menor do que aquele que está projectado, que é praticamente zero - «… por via da perda da competitividade da economia portuguesa, e a taxa de desemprego poderá vir a registar aumentos claramente mais acentuados». É isto que diz o relatório do Banco de Portugal. Isto é, a consequência última da aposta no aumento de receita no IVA é que há pressões inflacionistas que serão corrigidas através de uma revisão em baixa dos salários portugueses, em lugar de se fazer uma revisão em alta associada a uma dinâmica de produtividade. Isto é grave internacionalmente para a posição de Portugal, é grave para a competitividade e é grave para o futuro do País numa Europa alargada.” - Elisa Ferreira no debate parlamentar de 9 de Julho de 2002.

Achas que sou bruto?

- “Sejamos claros, o combate ao défice é um desígnio nacional, com duas ressalvas que não são menores: em primeiro lugar, é um desígnio, mas não pode ser o único desígnio; em segundo lugar, não pode ser combatido "à pancada", como tem acontecido. Estamos a falhar o alvo e os danos colaterais estão a ser demasiado graves!” – Elisa Ferreira no debate parlamentar de 2 de Outubro de 2002.

Não vejo nada! O que é que aconteceu?

- “O défice foi o cerne do seu discurso. Não foi uma luz no fundo do túnel mas um foco com o qual se cegou o Governo” - Elisa Ferreira no debate parlamentar de 17 de Fevereiro de 2003.

Dás-me a receita, pá?

- “Quando o Sr. Primeiro-Ministro chegou ao Governo, a primeira coisa que fez foi pôr na gaveta as suas promessas para consumo eleitoral e apresentar a sua verdadeira política económica: discurso catastrofista - o já célebre discurso "da tanga" -, aumento de impostos e cortes brutais no investimento. Esta foi a "receita".” – José Sócrates no Debate Parlamentar de 2 de Outubro de 2003.
-ZPA-