terça-feira, maio 24, 2005

Educação para a sexualidade

Começo por pedir desculpa pelo atraso no post mas nem todos os prazos são iguais: há uns mais iguais que os outros.
Telegraficamente relembro a polémica: foi amplamente noticiada a metodologia proposta às nossas escolas, em matéria da chamada “Educação sexual”. Os “horrores” da nova praxis levaram o nosso MB a explorar o tema com humor e fantasia. Não questiono o facto da matéria ser um “projecto” ainda por aprovar mas desde já me oponho à forma como ele nos está a ser apresentado.
Vejamos então o meu pensamento:
Não me repugna nada que haja uma matéria que aborde a temática da “Educação para a sexualidade” (desculpem, prefiro esta forma), desde que bem enquadrada, responsavelmente exposta e limitada a um propósito estritamente educativo. Para isso há que ter pessoas bem formadas e responsáveis à frente dos jovens de forma a que não se ceda à tentação fácil da risota e do gozo, nada pedagógicos.
Não posso concordar com metodologias que “achincalhem” uma matéria que deve ser levada a sério, sob pena de continuarmos a formar pessoas sem respeito pelo seu corpo, pelos seus sentimentos e individualidades. (sim, eu disse, INDIVIDUALIDADE).
Entendamo-nos: não é possível (nem desejável) que as crianças não tenham espírito crítico e não conheçam o “calão” em vigor, mas se querem que a matéria seja pedagógica, não podem deixar que a brincadeira impere e descambe para um “rogabofe” sem sentido. (e não me venham dizer que o facto de pôr em cartolina os vários nomes dos órgãos genitais é educativo e convida à partilha de ideias!). Digo isto porque a metodologia proposta em tudo convida a uma situação como a que o MB tão bem descreveu.
Entendo que se deve explicar às crianças o sentido da sua sexualidade. Entendo que se deve explicar às crianças o sistema reprodutor e toda a sua envolvente mas que não se deve confundir biologia com “fornicação” massiva, libertinagem ou outro tipo de alforrias que podem confundir o espírito de um jovem menos esclarecido. É que a sexualidade não é seguramente isso! Tem de haver respeito pelos indivíduos, respeito pelo próximo e pelo relacionamento das pessoas. E isso é o que parece que não abunda nestas metodologias.
Finalmente, preocupa-me como pai que este tema seja legislado sem que se consultem os vários interessados. E eu acho que os Pais são os principais interessados! Eu não acredito que um Pai, por mais liberal que seja, queira ver o seu filho a confundir-se com práticas e sentimentos que não são seguramente os seus. Respeito pelos outros? Sim! Fomento de famílias que não se enquadram no espírito da própria família? Não!
Finalmente, quando se fala na questão das doenças sexualmente transmissíveis, fala-se normalmente em utilização de preservativos como o método mais eficaz para afastar a doença. Este facto é verdade e não vou sequer entrar nesta questão mas há uma coisa que ninguém refere antes de falar nestes temas. Pois bem, que me perdoem os cientistas mas há uma realidade que a mim ninguém me pode negar: a única maneira 100% eficaz de eliminar o risco de transmissão do vírus da SIDA é a fidelidade recíproca ao companheiro ou companheira de toda a vida. Não existem panaceias, remédios, preservativos ou o que quer que seja que substitua a fidelidade. Esta é a minha melhor opinião. E que Deus me ajude.
-GLX-