segunda-feira, maio 16, 2005

A "NOVA EUROPA" E A "VELHA EUROPA"



Acredito numa Europa, talvez utópica, que coloque no topo das suas prioridades a dignidade humana, a liberdade, a democracia, a justiça, o pleno emprego, o desenvolvimento económico e social e que junte à hipérbole de deveres e regulamentos, os direitos fundamentais dos cidadãos.

Hoje, na Europa, é grande a briga entre o “sim” e o “não”. Mas, por muitas razões, eu prefiro acreditar que a batalha é entre a “Velha” e a “Nova” Europa.

No referendo Francês, por exemplo, o “não” político rapidamente se transformou num “não” afrancesado, chauvinista. Um “não” que acha incompreensível que a Europa tenha que deixar de ser apenas “social”. Que acha inacreditável que o velho continente também tenha que prestar contas, também tenha que apresentar resultados, também tenha que produzir e ser competitivo.

Sentadas no mesmo banco, a Nova e a Velha Europa não conseguem camuflar as suas evidentes diferenças.

A “Nova Europa” já compreendeu que as preocupações económicas e que as óbvias consequências dessa preocupação, são mais uma maneira de estar ao serviço dos homens.

A “Nova Europa” olha de frente para o mundo… Olha directamente nos “olhos do mundo”.
É jovem e quer ser solidária… Tem “killer instinct” mas “esforça-se” por alcançar consensos.

Não se vê em permanente choque com os EUA, porque acha que há outras formas de ser grandiosa e relevante… Crê na liberalização, tão só, porque odeia a Europa regulada para tudo, mas nunca para todos.

Não acredita que alguns membros da UE cedam cada vez mais partes da sua soberania enquanto outros engordam cada vez mais a sua. Mas sabe que a Europa é um projecto comum e que tem que ser vivido com tal.

Sonha… Acredita num projecto!
Detesta a “Velha Europa” em quem não confia…

A “Velha Europa” é essencialmente velha… mas também é adiposa e está de costas voltada para o mundo…

Comunicam pouco... Dizem que a Velha tem medo da Nova!

Há apenas uma certeza: ou a UE se constrói na base duma união entre iguais ou não se construirá… Esta é a mensagem que a “Nova Europa” tem para a “Velha Europa”.

-ZPA-