quarta-feira, agosto 31, 2005

ESTA NEM PARECE DELE...

O meu querido amigo PPM descobriu, num take da Lusa, um estudo cientifico segundo o qual as pílulas abortivas distribuidas pela Women on Waves mataram já 5 mulheres.
O PPM conclui, daí, que o então Ministro da Defesa fez muito bem em impedir, há um ano, a entrada de tal organização em águas territoriais portuguesas. Não consigo pereceber a relação...
Nunca fui de opinião de que valesse a pena discutir estes temas com pessoas esclarecidas. As suas opiniões sempre derivam de uma profunda reflexão e reflectem naturalmente as suas sensibilidades, mundividências e até convicções religiosas. Mas incomodo-me sempre com a demagagia, o excesso e o oportunismo.
Vamos por pontos.
1- A notícia da LUSA, como o PPM decerto já percebeu, além da não ser mais do que uma peça jornalistica é, também, uma peça jornalistica deficientemente traduzida. No original pode ler-se que a ausência de uma determinanda hormona aparenta, teoricamente, favorecer o desenvolvimento de uma bactéria letal quando alojada no útero.
2 - Não sou médica, nem cientista e não tenho a ousadia de discutir o rigor das conclusões de tal estudo. Tenho, no entanto, lido bastante sobre o assunto, e há muitas coisas que não desconheço.
3 - Em primeiro lugar, não é exacto que o medicamento em causa não seja comercializado em Portugal: ele existe e, apesar de não ser de venda livre, é habitualmente prescrito para úlceras gástricas. Um dos seus efeito colaterais é o de provocar fortes contracções uterinas, as quais, por sua vez impedem a produção de uma das hormonas que mantém o feto vivo.
4 - A sua capacidade abortiva indiscutivel tem a vantagem - segundo os médicos, e para os que não são contra o aborto - de dispensar, na grande maioria dos casos, intervenções cirurgicas mais ou menos complicadas, minorando-se assim os riscos que tais intervenções sempre acarretam.
5 - O seu principal risco - e de acordo com os estudos conhecidos - é o de não estar assegurada, sem vigilância médica adequada, a expulsão integral do feto e do restante conteúdo do útero. É a pernanencia intra-uterina das células mortas, em processo de decomposição, que tem sido atribuída a responsabilidade pelas septicémias mortais.
6 - Assim, nos estados americanos onde o aborto é livre, a utilização deste medicamento, embora dispense internamentos e cuidados médicos intensivos, não se dispensa de prescrição médica nem de vigilância e acompanhamento do processo abortivo.
7 - Pelo próprio estudo citado pelo PPM, ficámos a saber que em 5 anos quase meio milhão de mulheres usou este medicamento, e que 5 (sim, eu disse 5) vierem a morrer, aparentemente por causa da sua ingestão que, teoricamente, pode exponenciar uma infecção de que as mulheres já eram portadoras.
Falemos claro: o PPM tem todo o direito de ser contra o aborto, ou de achar repugnante a utilização de um comprimido que provoca a morte do feto e a sua explulsão, sem recurso a uma intervenção cirurgica. Vai ter é de concordar que este é o método mais seguro e eficaz de fazer um aborto. Logo, vai ter de pôr a questão onde ela se coloca: no problema em si e não no método.
E já agora, o PPM podia tranquilizar a minha militância: o Ministro da Defesa terá proibido a entrada do Born Diep por achar repugnante o uso de pílulas abortivas ou terá sido apenas um problema de legalidade? É que, tanto quanto constava dos comunicados oficiais, o fundamento de tal proibição radicava na defesa da ordem pública. Sendo a prática (activa e passiva) do aborto uma conduta criminalmente punida em Portugal, não vejo nada de estranho em um Estado de Direito impedir a entrada de alguém no seu território cujo único objectivo é desafiar o respectivo ordenamento jurídico. Já me pareceria muito estranho que um governante responsável actuasse de forma arbitrária ou discriminatória em nome de convicções pessoais, intransmissiveis e inoponíveis aos governados.

-FCP-

UMA CAMPANHA ALEGRE

Manuel Alegre é um escritor de mão cheia. É um dos poetas vivos de referência em Portugal. Já o li muitas vezes embora o prefira em romance. Falta de sensibilidade minha, certamente.
Politicamente não tenho uma única afinidade com ele. E depois de ontem continuo sem qualquer espécie de simpatia política (sublinhe-se “política”) pelo “poeta pescador” (na televisão chamam-lhe o “deputado poeta” que é também de um lirismo jornalístico delirante).
Alegre teve no entanto o dom de me por bem disposto e deixar alguns outros tristes. A mim alegra-me imaginar o clã Soares incomodado com tanta valentia.
Seja à esquerda ou à direita, ninguém ficou indiferente à forma de estar de Alegre. É um destemido. Mas esta qualidade não chegou para obter o apoio socrático.
Mas chegou para confirmar que Alegre não é um “cão como os outros…”

-GLX-

A LER

Sarsfield Cabral simples e clarividente. Leiam aqui. E assustem-se. É mesmo isto que temos.

-GLX-

O REGRESSO


Finalmente tirei os pés de molho. Para trás fica S. Martinho.

-AB-

terça-feira, agosto 30, 2005

LEÃO POUCO PARDO

Anda uma discussão nos jornais a propósito de um artigo de opinião no Expresso (sem link disponível) sobre o “Fim dos intelectuais”. Ao que sei, Prado Coelho e Ruben de Carvalho acusaram o toque e rasgaram as vestes em defesa da ideia deles sobre a intelectualidade (de esquerda).
Este conceito de “intelectual de esquerda” servia na minha juventude para catalogar uns colegas mais “estranhos” (os adolescentes podem ser muito injustos) que se caracterizavam por algum desalinho nas indumentárias, algum desalinho no (inexistente) corte de cabelo, mas sobretudo, alguma arrogância e desprezo face às outras formas de estar, quer do ponto de vista da “moda” quer (e isto sim é que é importante) do ponto de vista das ideias, livros, credos, música e gostos desportivos.
Obviamente que não me vou meter em polémicas sérias sobre a intelectualidade, livros, filósofos e cultura. Não o faço porque me considero um pobre mortal, com interesses vários mas sem qualquer veleidade em entrar para o grupo de notáveis que normalmente se envolvem nestas coisas. Digo “normalmente” porque também isso me incomoda: terão de ser sempre os mesmos que os jornais nos “vendem” como intelectuais a discutir estes assuntos? E terão de ter um rótulo para o fazerem? É que podem existir outros, que pensam, reflectem e escrevem mas como não aparecem, não são reconhecidos. E têm um “aspecto” dito normal…
Julgo que nem Prado Coelho é o intelectual por excelência nem é o dono da verdade. E às vezes acerta, justiça lhe seja feita.
Enfim, o que eu queria mesmo dizer é que os “intelectuais de esquerda” do meu liceu de quem falei acima, rapidamente se tornaram em “simples” como eu. Explico-me.
Cortaram o cabelo, têm roupinha com mais símbolos do qualquer uma das minhas camisas (não compro roupa com insígnias há muito tempo), abandonaram a filosofia e até já gostam de Fórmula 1. No fundo eu é que não mudei…
Por não ter mudado é que fui ver (é certo que fui sozinho pois a família não alinha em todos os sons, o que fez e faz mal) um concerto memorável do Rodrigo Leão, na passada sexta feira.
Rodrigo Leão é um dos tais “queridos” pela ditos intelectuais. E por isso (na minha modestíssima opinião) deve provocar alguma desconfiança (as modas, as sensibilidades e os rótulos podem ser muito injustos) nos mais distraídos, mas a verdade é que assisti a um concerto absolutamente espantoso sobre qualquer ponto de vista.
A música é raríssima e no entanto transporta-nos para cenas do “Cinema Paradiso” ou o “Carteiro de Pablo Neruda”. Ao mesmo tempo ouvimos sons de filmes com o Humphrey Bogart e o Mickey Roonie. E ainda se dão gargalhadas a imaginar gaffes num qualquer filme com o Louis de Funès. Damos um passeio pelo que podia ser uma viagem de carro de Brideshead para Oxford com o Jeremy Irons ao volante e ainda passamos por Sevilha ao ouvir o lamento de um amor não inteiramente correspondido, tão comum em Almodovar. Não sei se foi isto que passou pela cabeça do Rodrigo Leão mas a mim foram despertados estes bons sentimentos. Em suma, um conjunto de sons fantásticos. Mesmo para um leigo.
E lá vi alguns jovens com o aspecto que descrevi no princípio deste post: algum desalinho estudado, uma ou outra carteira a tiracolo, aqui e ali tabaco de enrolar.
Mas também reconheci gente do meu tempo. Como mudaram! Trintões como eu apertando efusivamente as correias dos Rolex e com as chaves dos Audis na mão. Uns são médicos. Outros pedagogos. Mas todos com a barbinha feita. Só eu é que não mudei: continuo sem usar relógio e a ser gestor. E de vez em quando ainda cito de cor Eça de Queirós. Mas lido na altura certa: aos 15 e revisto aos 25, quando a maturidade já deixava apreciar as coisas de outra maneira. Chique a valer, está bom de ver.
Uma palavra para a voz de Ana Vieira. Trata-se da prova viva de que há vozes em Portugal que podem fazer sucesso em qualquer parte do mundo em que a crítica é impiedosa. O espectáculo que vi podia ter-se passado numa grande sala em New York, Paris ou Londres. Mas foi mesmo no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
Excelente, mesmo para não intelectuais.

-GLX-

segunda-feira, agosto 29, 2005

DIARIO DA SILLY SEASON

Tal como previsto, o país ardeu. Sócrates não quis saber (afinal, nunca se sabe se para o ano há mais Quénia e, com certeza, haverá mais incêndios) e os que passaram o Verão indignados serão os primeiros esquecidos da rentreé. Nada de novo. Entretanto, começou o campeonato e o Benfica mostra de que fibra são feitos os campeões. E os pontas de lança. Pode ser que lhes passe, com o fim do calor. Parece que Soares vai mesmo candidatar-se e Cavaco mantem o silêncio. Pode ser que o pessimismo me passe com a chegada do Outono, mas também tenho um bad feeling sobre isto. Os U2 foram condecorados de t-shirt e as púdicas do regime indignaram-se. É espantoso como o calor faz mal às pessoas. A propósito, dizem-me que o concerto foi fantástico e eu, infelizmente, tive de faltar. A Casa do Castelo fechou - dizem-me que a festa acabou ao meio-dia - e eu, infelizmente, tive de faltar. Regressada ao escritório, olhei para a minha mesa e fiquei convencida de que mais ninguém tirou férias em Agosto. Para o ano, com os tribunais abertos, vou afogar-me nas cálidas águas do Algarve no dia do regresso.
A boa notícia é que, cá por casa, não houve grandes estragos (parece que só avariou o micro-ondas). Os rapazes lá se aguentaram. Iguais a eles próprios. A malta foi toda a Colónia, querendo ou não crendo, e teve mesmo de prestar homenagem ao tempo da outra senhora. As famílias ecléticas são assim.
-FCP-

20.000.000

O candidato do PS à CM Coimbra tem um cartaz (vulgo, out-door) em que diz que vai “dar 20.000.000€ para ajudar à criação de 4000 (ou serão 5000? Fiquei tão atordoado a contar os zeros do primeiro número que não fixei o segundo) empregos no concelho".
Já vi muitos cartazes pelo país fora mas tenho de dizer que este leva o prémio: “O desespero entra já a seguir”, podendo ficar também com a menção honrosa - “Tentemos enganar mais uns quantos”.
Não consigo compreender como se pode pôr num cartaz tal promessa. A não ser que o candidato vá também dizer, tal como o seu chefe, que é só “um objectivo”.
Estamos numa fase do “vale-tudo”. Só espero que as pessoas percebam isso. Se assim não for, realmente, o melhor é mudar de país.

-GLX-

domingo, agosto 28, 2005

10.000

O edepoisdoaseus contabiliza já mais de 10.000 visitas.
É assim cá em casa, abrimos as portas de uma sala de visitas onde todos são bem vindos, e há espaço a todas as opiniões. Aqui continua a não haver delito de opinião, nem agendas mais ou menos secretas. Continuaremos a ter posição, a não abdicar de a publicar, e a não ter medo de quem eventualmente se incomode com ela.
É bom estar assim entre amigos!
Voltem sempre!
-MB-

quinta-feira, agosto 25, 2005

ENTÃO DEPOIS NÃO SE QUEIXEM



-MB-

AI DEIXARAM-ME SÓZINHO!?....



-MB-

quarta-feira, agosto 24, 2005

"SCHRÖDER LACKS ARTISTRY IN FOREIGN POLICY"


SPIEGEL: Mr. Gerhardt, the negotiations on Iran's atomic program have stalled, and Chancellor Gerhard Schröder has now warned the US to take "the military option off the table." Do you agree with this demand?
Gerhardt: If the chancellor fears the situation might not be resolved peacefully, then he should be getting on a plane immediately to visit the US president instead of voicing such speculation during an election campaign.
SPIEGEL: But isn't the combination of European diplomacy and US threats the solution to prevent Iran from developing a nuclear bomb?
Gerhardt: That will only work if this crisis diplomacy is conducted by statesmen, who would not bring up the matter during an election campaign. Schröder lacks artistry in his foreign policy. He talks a good game in public, but international diplomacy is not so easily swayed."
Mai'nada!
PS: Não quero acreditar que isto (também aqui) possa ser verdade. É o desespero elevado a níveis jamais vistos.
-MB-

sexta-feira, agosto 19, 2005

OS DITÂMES DA ICAR - OU A TESE DO AVENTAL

O CAA pode não ser Católico. Bem vistas as coisas, tal facto até lhe facilita a vida, uma vez que desta forma não vê recair sobre ele o dever de levar aos outros, através do esforço do seu exemplo, a mensagem de Cristo.
Independentemente da opinião do CAA relativa à mensagem de Cristo, stricto senso, o facto é que a ICAR, aparentemente, lhe provoca um determinado tipo de reacção cutânea, manifestamente deslocada.
Cada um segue as vestes que entende. No caso do CAA, as da Igreja não são, definitivamente, as preferidas. Ignora, porventura, que a Igreja não se resume a uma hierarquia clerical, pelo contrário, é feita de homens e mulheres livres, que, livremente, se comprometem perante Deus e a Igreja (i.e. todos os Católicos) a prosseguir um determinado modo de vida.
Independentemente do carácter demasiado "mistificador" (em minha opinião) de eventos como as Jornadas Mundiais da Juventude - onde admito poder ser difícil a cada um individualmente escutar e viver a sua relação com Deus -, estas são um exemplo de mobilização pessoal e adesão crítica a uma organização - obviamente terrena - como a ICAR.

Ou não!?

E CAA prossegue: «A significação católica da expressão "sentido religioso" recusa, por princípio, a motivação individual como elemento básico da relação com o sagrado preterindo-o em prol da intermediação, feita incontornável, de uma estrutura administrativa, i.e. a ICAR.»

Meu Caro CAA: a relação com o sagrado, tal qual os Católicos Apostólicos Romanos a entendem, não se faz às escondidas, não é como "fumar uma broca" nas traseiras e ficar pedrado, a sós, com o êxtase. Se bem que na sua raíz está um profundo encontro intímo com um desafio que entendemos abraçar, o sentido religioso é vivido não na intermediação, mas na comunhão universal, entre Deus e os Homens. Isto é: a igreja.

Ou não!?

CAA: «A ética católica é avessa ao individualismo, subalternizando ou, até, asfixiando, se o clima for propício, as manifestações do singular preferindo a exaltação das virtudes do conjunto uniforme.»

Caro CAA, não tenho agora tempo para porfiar de forma exaustiva (e sei que a sua bagagem cultural mo dispensa) nomes de Santas, Santos, Mártires e Beatos da Igreja Católica. Todos são, sem exepção, exemplos de manifestações no singular, as únicas aliás, mediadoras do acesso à santidade - o objectivo último que cada cristão é convidado a atingir. Julgo que o contraste com sua afirmação é esclarecedor.

CAA: «Ser católico significa, antes de tudo o mais, a submissão à ICAR; a diluição do indivíduo na massa dos "fieis" seguidores dos dogmas e das regras comportamentais impostos de fora para dentro - todos insindicáveis, claro.»

Caro CAA, a ICAR, como espaço de comunhão dos Homens com o seu Deus, apesar da forte componente transcendental que comporta nos mais variados artefactos da sua cultura, é um espaço de contínuo diálogo e participação. Esta abertura a leigos, crentes, não crentes, não baptizados, ateus, e a crentes de diferentes religiões, enforma uma dimensão de peregrinação, com inércia (natural, inevitável, e porventura desejável), é bom de ver, mas própria de uma instituição em movimento e modernização. Por muito que alguns discordem, a ICAR não é uma organização de venda nos olhos e espada apontada ao pescoço, é uma comunhão de pessoas, que diáriamente questiona as suas convicções e a verdade da sua existência, tão simplesmente pela exigência que colocam a si próprias.

CAA: « E os resultados dessa reflexão são nada menos do que catastróficos: a luta pela Liberdade fez-se quase sempre contra o poder da ICAR ou venceu-se apesar da oposição desta.»

Caro CAA: Três palavras - Karol Józef Wojtyła.

Ou não!?

CAA: «Quanto mais poderoso for um Estado no que toca à facilidade de imposição de condutas aos cidadãos, mais desimpedido está o caminho da ICAR para conseguir os seus intentos através da conquista de posições de influência no aparelho desse mesmo Estado.»

Caro CAA, não confunda vertigem de imposição de comportamentos com defesa de valores, e muito menos com o dever de todo o católico participar de forma activa e esclarecida na construção da sociedade. Sem impôr os seus pontos de vista, ao mesmo tempo que os não pode ignorar enquanto matriz orientadora da sua acção. E o argumento do poderio estatal como facilitador da tarefa da igreja não esbarra com o número de sacerdotes perseguidos e assassinados na ex-união soviética, ou com isto:

Esbarra não esbarra!?

Caro CAA, percebo que não seja católico, até era capaz de aceitar que sendo crente, se sentisse, como tantos outros, momentâneamente afastado da igreja e desiludido com as falhas dos homens que a compõe.

O que me parece inaceitável, em toda a sua exposição, é a tentativa de menorização intelectual de milhões de fiéis que, acredite ou não, vivem uma intensa relação com Deus, em comunhão com a igreja. Aceitaram o mais exigente dos desafios - Ser exemplo vivo da mensagem de Jesus Cristo.

E isso, caro CAA, não estando ao alcance de todos, não justifica uma predisposição visceral para com os que se aventuram num caminho difícil, tantas vezes assaltados por dúvidas, carregados de falhas e desvios ao caminho - mas que ensinam tantas vezes pelo exemplo: A infelicidade não está no facto de falharmos ou caírmos, está em virarmos costas à Fé que nos dá força para levantar.

Estimo-lhe um rápido restabelecimento das agruras estomacais por que foi tomado.

-MB-

AÇAMBARCADORES

A malta do BdE, parece querer açambarcar o espaço de demagogia e radicalismo de esquerda deixado ao abandono pela trupe do Barnabé.
Procurando monopolizar a banda passante da asneira, o JMS, o LR, e o JP, não conseguem perceber que a História, por mais voltas que dê, nunca lhes dá razão.
De facto, neste exercício de desonestidade intelectual, com o raciocínio toldado por ódios decorados em cartilhas pardacentas, provam ser o pior dos cegos - o que não quer ver.
Nós por cá, não ignorando o turtuoso caminho que a História do Médio Oriente tem percorrido e sem alinhar de modo fundamentalista por uma das sensibilidades, se calhar não somos de todo indiferentes a este tipo de abordagem, não!?

-MB-

BILDER VOM WJT 2005 - KÖLN



-MB-

quinta-feira, agosto 18, 2005

PEREGRINOS NUMA TERRA SEM FÉ?!

OITOCENTOS MIL - 800.000

-MB-

XX WELTJUGENDTAGS 2005 - KÖLN



Atmosfera descontraída e irreverente.



Oração e Procura Pessoal - Aqui rezando pela alma do Frère Roger Schutz



A Alegria da Reconcialiação com Deus e os Homens.

São apenas 200kms. Porque não estou ainda lá!? Este maldito comodismo!!!

-MB-

WIR SIND GEKOMMEN, UM IHN ANZUBETEN (MT 2,2)

Viemos para O adorar, (Mt 2,2).
This is the theme of the next World Youth Day. It is a theme that enables young people from every continent to follow in spirit the path taken by the Magi whose relics, according to a pious tradition, are venerated in this very city, and to meet, as they did, the Messiah of all nations.
My dear young people, do not yield to false illusions and passing fads which so frequently leave behind a tragic spiritual vacuum! Reject the seduction of wealth, consumerism and the subtle violence sometimes used by the mass media.
Worshipping the true God is an authentic act of resistance to all forms of idolatry. Worship Christ: He is the Rock on which to build your future and a world of greater justice and solidarity. Jesus is the Prince of peace: the source of forgiveness and reconciliation, who can make brothers and sisters of all the members of the human family.
There are so many of our contemporaries who do not yet know the love of God or who are seeking to fill their hearts with trifling substitutes. It is therefore urgently necessary for us to be witnesses to love contemplated in Christ. The invitation to take part in World Youth Day is also extended to you, dear friends, who are not baptised or who do not identify with the Church.
My dear young people as you move forward in spirit towards Cologne, the pope will accompany you with his prayers. May Mary, "Eucharistic woman" and Mother of Wisdom, support you along the way, enlighten your decisions, and teach you to love what is true, good and beautiful. May she lead you all to her Son, who alone can satisfy the innermost yearnings of the human mind and heart.
Go with my blessing!
Castel Gandolfo, 6 August 2004
John Paul II"
Retirado da mensagem do Santo Padre aos Jovens de todo o Mundo, por ocasião do 20º dia Mundial da Juventude 2005 em Colónia, na Alemanha.
Possa João Paulo II permanecer eterno interpelador dos Jovens, e ilumine o Santo Padre Bento XVI, nessa missão de guiar a Juventude ao Pai.
-MB-

quarta-feira, agosto 17, 2005

ASSIM SENDO

A situação não se apresenta nada fácil, e as últimas notícias (aqui e aqui), não permitem grandes auspícios.
O desequilibrio na balança comercial nacional, é por si só nota de preocupação, mas se atentarmos ao facto da exportações do sector calçado e vestuário contribuir ainda em cerca 10% do valor total exportado, os motivos de inquietação ganham outra dimensão assim que olhamos para o continente asiático.
Vamos por isso assistir ao agravar da situação global. E se o sector não for capaz de se modernizar, assegurar as actividades de maior valor acrescentado e apresentar elementos claramente diferenciadores, estará irremediavelmente condenado.
O sector automóvel, na força dos seus 17% de exportações, é definitivamente estratégico para Portugal. Notícias de abandono, ou menor interesse dos maiores investidores estrangeiros no nosso país, devem ser escutadas com todo o cuidado. O facto de continuarmos a não oferecer uma força de trabalho fléxivel e qualificada, bem como a "perda de face" do país perante os investidores ao não reduzir, conforme prometido, a taxa de IRC, podem hipotecar o futuro do sector.

Os nossos empresários do sector têm de afirmar a sua ambição, não basta, hoje, manter actividades no cluster, as empresas portuguesas têm de ser capazes de se afirmar nas cadeias logísticas globais das grandes empresas do sector - e isso, mais uma vez, só se consegue com uma força de trabalho qualificada e flexível, e com a aposta na inovação.

Há bem pouco tempo, o Prof. Daniel Bessa, defendia e bem, que o défice da balança comercial era mais difícil de combater do que o défice público, e argumentava que "a única forma de resolver o problema é as empresas nacionais centrarem-se na produção de bens transaccionáveis para exportação, deixando de dirigir os seus investimentos para o mercado interno."

A todas estas notas acresce uma outra, orientada às importações - o preço do petróleo. Não bastasse a aparente crescente depêndencia do exterior em produtos agrícolas, alimentares e químicos, os máximos históricos do preço do petróleo vêm contribuir ainda mais para o afundar deste desequilíbrio. A indústria transportadora já veio chorar custos de exploração na ordem dos 30% devido aos combustíveis. Sem razão, a meu ver. Perderam durante anos a oportunidade de modernizar frotas e apostar nas eficiências ecológica, energética e operacional. Os privados em particular vivem há décadas ancorados no estado. Não se podem queixar deste. Apenas de si próprios, da sua incapacidade de visão, antecipação e aposta.

Os números do desemprego teimam em não retroceder. A este respeito, no entanto, gostaria de questionar a dimensão destes números, confrontando-os com as repetidas notícias de dificuldades em recrutar junto dos centros de emprego. Será aceitável, assistir vezes sem conta a empresários afirmar que se encerram linhas de produção uma vez que as pessoas preferem o subsidio de desemprego a uma situação de emprego, comparativamente, menos favorável? Uma fiscalização mais apertada destas situações, poderá não reduzir o problema a uma dimensão menos preocupante, mas restaura a confiança e a justiça no sistema. O que já não é mau. Mesmo nada mau.

Assim sendo: ainda bem que estamos na silly season, e o país a banhos, sem querer saber de mais nada. Caso contrário, dado o panorama, ainda alguém tinha a peregrina ideia de pedir ao governo ajudas, subsídios e medidas perante a situação. Aí sim, estariamos defenitivamente perdidos. Agora, assim, ainda podemos ter a esperança de que quem pode de facto fazer alguma coisa, o faça - os empresários, os homens e as mulheres de Portugal. Todos. Sem o Estado a incomodar. De preferência.

-MB-

DESEMPREGO

O INE, publica hoje, sem grande novidade, as Estatísticas do Emprego relativas ao 2º Trimestre de 2005.
No 2º trimestre de 2005, a taxa de desemprego foi de 7,2%, ie, 399,3 mil pessoas. Se bem que este valor é inferior ao registado no 1º trimestre anterior, em 0,3%, não deixa no entanto de represaentar uma variação homóloga de 0,9%.
No 2º trimestre de 2005, a taxa de desemprego mais elevada registou-se na região Norte com um valor de 8,7%.
A diminuição trimestral do número de desempregados ocorreu essencialmente no grupo dos indivíduos desempregados à procura de primeiro emprego.
Considerações e conclusões, uma vez mais, já a seguir.
-MB-

EQUILIBRISTAS

O INE, publica hoje as Estatísticas sobre o Comércio Internacional entre Janeiro e Dezembro de 2004. Se o panorama já era confrangedor, torna-se assustador.
Em 2004, registou-se um agravamento do défice da balança comercial, face ao ano anterior, de 19,2%. A taxa de cobertura das entradas pelas saídas diminuiu assim de 67,3% em 2003 para 64,5% em 2004.
As entradas continuam a crescer a um ritmo superior ao das saídas, com variações homólogas de +9,8% e de +5,3%, respectivamente.
O Mercado Comum, representa 80% do total de exportações, e 78% do total de importações.
Dentro da UE, 70% do que importamos é Espanhol, Francês ou Alemão, e quase 80% do que exportamos tem como destino a Espanha (que cresce aprox. 13%), a França, a Alemanha (que recua em quase 5%) e o Reino Unido.
No Comércio Extracomunitário, a balança apresenta um agravamento do défice de 31,7%, impulsionado por uma variação de +7,4% nas exportações e de +16,6% nas importações, em relação a 2003. Assim a taxa de cobertura das exportações passou de 62% em 2003, para apenas 57% em 2004.

Analisando a contribuição dos grupos de produtos percebemos que tanto o sector automóvel como o das máquinas e aparelhos contribuem, cada um, com cerca de 17% do valor total exportado. O sector do vestuário, apesar de ainda responsável por 10% do valor global de exportações, apresenta uma variação negativa de quase 5%.
Conclusões e implicações, embora muitas delas sejam óbvias seguem dentro de momentos.
-MB-

terça-feira, agosto 16, 2005

TRISTE ESPECTÁCULO



Chega de jornalismo sensacionalista. Já não suporto ver a abertura dos telejornais com os ecrãs atrás do pivôt, a crepitar com as matas nacionais.
Chega de repórter a fugir das chamas em directos arfados e chorados.
Chega de ver os media transformar-se no palco da fama efémera de um bando de doentes mentais que espumam de prazer ao ver o poder de imagens por si proporcionadas.
Chega de competir pela peça jornalística com mais ranger de dentes, baba, ranho e cordeirinhos resgatados das chamas.
Isto não é informação, isto não é jornalismo, isto não é, sobretudo, socialmente responsável.
Informar não é sinónimo de impressionar. Programação informativa não é programação de entretenimento. É assim tão dificil perceber isto caramba!?
Parece que sim. Infelizmente.
PS: O comportamento dos média, não deixa a desejar apenas neste assunto em particular. O comportamento é infelizmente padrão transversal a todos os temas tratados. Os media não se podem alhear da componente de formação inerente à função de informar. Vai ser interessante daqui a 20 ou 30 anos, olhar para trás, e analisar os danos causados na sociedade portuguesa por esta época sem ética nem responsabilidade social.
-MB-

sexta-feira, agosto 12, 2005

A TRADIÇÃO AINDA VAI SENDO O QUE ERA

Despedir-se da família. Usava-se em tempos idos despedir-se da família antes de partir para férias.
O GLX, como bom conservador que é dizia acertadamente ali mais em baixo: "Entendo que devo ser conservador no que deve ser conservado e progressista naquilo que pode evoluir com princípios conservadores.". E assim entendeu não faltar ao bom costume de dar um adeus antes de partir para as merecidas vacances.
Pena é, que os mais liberais, os nem por isso, e os assim-assim cá de casa, tenham abalado "de fininho", sem deixar um adeus à casa. Não é, meninos AB, JA, ZPA e meninas CM e FCP?
Um abraço GLX. Eu por cá fico, prometo abrir as janelas de vez em quando e regar as plantas cuidando que não murchem! E claro, a dar o meu melhor para ver se vou bebendo alguma coisa mais que conhecimento aqui por terras d'Alemanha!
-MB-

VACANCES

Bom, como não estou na Alemanha a beber conhecimento; não entrei agora para o governo; paguei os impostos e ainda não recebi o reembolso do IRS; limpei a secretária; organizei o trabalho para a reentre; paguei o subsídio de férias à mulher-a-dias; comprei vinho; pedi livros emprestados e comprei outros; despejei o lixo; não dependo dos horários dos tribunais; não dependo do governo; trabalhei como um cão e fiz as malas, chegou a minha hora.
Uff, chegou a minha vez de ir duas semanas de férias. Entre sol, praia, mergulhos e família, estarei sempre com o pensamento em vocês. MB e FCP, tomem conta disto. Eu vou aparecendo. Sintam-se à vontade e façam como se estivessem na vossa casa.
Aquele abraço e boas férias para mim.

-GLX-

COISA FEIA A INVEJA

Nesta, gostava de ter participado.

-MB-

quinta-feira, agosto 11, 2005

VAQUINHAS*

Um motorista pára no trânsito e alguém bate no vidro do carro. Receoso baixa um pouco o vidro e pergunta o que o outro homem quer. O homem diz:
"O Primeiro Ministro José Sócrates, e o Ministro das Obras Públicas Mário Lino foram sequestrados e o pedido de resgate é $50 milhões de euros. Se o resgate não for pago, o sequestrador ameaça encharcá-los em gasolina e pegar-lhes fogo. Nós estamos a fazer uma vaquinha e a juntar contribuições. Você gostaria de participar?"
O homem no carro pergunta: - "Na média, com quanto é que as pessoas têm ajudado?"
O outro responde: "Entre 5 a 10 litros".
*- recebida por mail, sendo os personagens Lula da Silva e Severino Cavalcanti (Presidente do Parlamento Brasileiro)
-MB-

quarta-feira, agosto 10, 2005

NINGUÉM PARA O BENFICA!

Quase ninguém.

-MB-

QUEM ERROU?

Em quem é que devemos acreditar? Li aqui o que se terá passado para o jornalista do DN ter assumido como válidas as declarações de MM Carrilho. Este por sua vez assusta-se com a reacção do seu chefe tribal (agora que Sócrates está no safari, esta aplica-se que nem uma luva) e toca de desmentir tudo e fazer juras de amor eterno à disciplina partidária.
Quem errou mais? O jornalista que pega em declarações “relaxadas” de um Carrilho em óculos escuros e a gozar o spleen, ou Carrilho que, tão superior, mas tão superior a estas “maçadas” de dar atenção aos jornalistas, falou o que não devia?
Erramos todos nós enquando perdermos tempo com "grandes filósofos" que um dia meteram na cabeça que até tinham jeito para serem gestores de bom senso.

-GLX-

E NO ENTRETANTO...

Meu Caro GLX:
Agora é que conseguimos fazer a vigilância cair da cadeira! Se não me engano, isto vai ser o bom e o bonito!
Concordo contigo quando referes a sensação de insegurança gerada pela total ausência de respeito pela propriedade privada, pelo próximo e pelo fruto do seu legítimo esforço. Diria que não há uma falta de respeito pela autoridade, pelo simples facto de não haver um conceito de autoridade.
Importa no entanto registar, que a manutenção da ordem pública e o respeito pelo "alheio", verificados outrora, eram fruto de um estado autoritário e não da ausência dos motivos subjacentes, ainda hoje (infelizmente) existentes que estão na origem da bandalheira e selvagaria a que diariamente assistimos.
Ainda assim, não deixa de ser interessante verificar que os que se lamentam com o “ainda diziam mal do Salazar; no tempo dele havia respeito” e o clássico - “e a polícia nem passa aqui; ninguém olha por nós” são os mais fracos, os mais desprotegidos - idosos, mulheres, crianças, em regra pertencentes a uma classe média baixa (a muito baixa) e urbana. São os "esquecidos" de um regime surgido após uma revolução feita em seu nome. Irónico, no mínimo.
Não sou, e tu certamente também não, um militante do saudosismo serôdio que ainda se vai encontrando por aí. Mas não deixo de ficar preplexo com o que se passou no entretanto.
No entretanto, quiseram transformar Portugal na Cuba da Europa, perseguiram e destruiram um patrimonio cultural e económico capaz de, em Democracia, dar um rumo de sucesso ao país. Devastaram a reserva intelectual do país - a Universidade, subverteram os seus processos, afastaram-na da sua missão, e impuseram os seus caprichos. Acabaram logo aí com qualquer ideia de responsabilidade, de ética, de autoridade. Assim se enterra uma ideia de Nação.
No entretanto, estralhaçaram o país com uma descolonização atabalhoada, propícia a que alguns amealhassem verdadeiras fortunas à custa de gerações de portugueses, e condenando milhares de inocentes a mais de 30 anos de guerras pós-coloniais.
No entretanto, fez-se a aprovou-se uma constituição que condena, como é hoje bom de ver, o país a um estado de letargia e incapacidade de reacção perante os desafios e oportunidades com que é confrontado.
No entretanto, engordou-se um estado que sofre hoje de uma obesidade mórbida, impedindo-o de cumprir com eficiência os seus (discutíveis) deveres.
No entretanto, o país foi vivendo na ilusão de uma esmola vinda de Bruscelas e que não acaba, abdicando de tomar as medidas necessárias para se posicionar de forma a vencer os obstáculos vindouros.
No entretanto, passados 30 anos, preparam-se para nos impingir outra vez com a personagem que personifica toda uma geração que hipotecou o nosso futuro.
Espero bem, que no entretanto, o país saiba reconhecer que o Dr. Soares não tem mais nada de positivo a acrescentar ao nosso futuro colectivo.
Pronto! Aqui temos o caldo definitivamente entornado!
-MB-

MEMÓRIAS DA SEGURANÇA

Esta manhã, como qualquer outra manhã, fui à padaria da esquina buscar o pão para a família. Saí de casa e deparei-me com a tragédia! O café do prédio tinha sido assaltado e, dono e empregados, lamentavam-se dos prejuízos. Bastante calmos, tendo em conta o sucedido (foi a terceira vez em dois meses) estavam no entanto obviamente desanimados: os “amigos do alheio” (acho que só eu e o Diário de Coimbra é que ainda usamos esta expressão) deveriam ser os jovens adolescentes de sempre à procura de trocos para vícios urbanos (levaram também "tabaco e café").
Mas, curiosa era a reacção de outros vizinhos que por ali andavam a espreitar. Amedrontados com a onda de assaltos só lhes entendi duas frases: “ainda diziam mal do Salazar; no tempo dele havia respeito” e o clássico - “e a polícia nem passa aqui; ninguém olha por nós”.
Antes que caiam em cima de mim a chamar-me nomes, quero dizer que apenas quero partilhar esta triste realidade: as pessoas sentem-se ameaçadas, sobretudo as mais idosas, que são à partida as com menos possibilidades de se defenderem.
Em função deste medo as pessoas lembram-se de quem, aparentemente, mantinha a ordem pública e os costumes. E as fazia sentirem-se protegidas.
Bem sei que os tempos são outros mas a comparação é inevitável: hoje não há respeito por nada e ninguém respeita ninguém, muito menos uma autoridade. Dantes, com todos os condicionalismos que sei que existiam (está bem, eu digo para evitar maçadas: censura, pide, etc, etc) havia mais respeito e havia mais segurança. E esta malta não andava na rua a desrespeitar toda a gente que passava. Havia mais respeito.
E outra diferença é que, quando havia um assalto, ninguém se lembrava de invocar o "tempo do Sidónio Pais"…

-GLX-

terça-feira, agosto 09, 2005

SÃO 13 E 13 E CORRE TUDO BEM

O Discovery aterrou às 13 e 12 e eu estou muito contente. Estou mesmo. Não sou um particular entusiasta destas coisas mas não me deixa indiferente esta conquista do espaço e procura contínua do impossível.
Ainda bem que às 13 e 13 continuava tudo bem. A NASA está de parabéns.


-GLX-

segunda-feira, agosto 08, 2005

DEMAGOGIA ESTIVAL

Os telejornais têm-nos informado sobre as férias dos ministros e da sua prole. Também se têm mostrado preocupados em nos dizer aonde é que algumas figuras que, julgam eles, nos interessam, passam as suas férias de verão.
Ontem, enquanto dava o jantar a um bebé de 20 meses, fiquei a saber as férias desta malta toda. Ele é Açores, ele é África, ele é Algarve, enfim, eles andam aí, o que eu até acho muito bem.
Mas decidi escrever sobre o assunto por puro gozo demagógico; não me interessa saber aonde é que esta “súcia” passa o seu tempo de lazer, provavelmente a saber do que se vai passando no mundo através de sms’s enviados por diligentes assessores ou mesmo, camaradas do aparelho, com vontade de mostrar serviço.
Tão-pouco me interessa o que vão ler (quando aplicável) ou ouvir.
Agora o que eu queria mesmo saber é de quem são as férias que o nosso Ministro das Finanças vai gozar. Eu explico. Segundo a TV o ministro vai “desfrutar férias na segunda quinzena de Agosto, altura em que um grupo de ministros que as gozou na primeira, regressa ao trabalho.”
Daí a minha pergunta: estas férias que ele vai “gozar”, são já deste lugar que ele ocupa agora, ou são ainda do "emprego" da CMVM? E se são, será que ele quando se despediu da CMVM pediu para lhe pagarem as férias que tinha em atraso? E finalmente (esta é muito boa), entrando no 2º semestre para a “empresa” governo, será que ele vai ter férias no Natal? Os habituais dois dias por cada mês de trabalho?
Ahhh, estou saciado. Às vezes uns tiques de demagogia fazem bem ao espírito. Quase que dava comigo a perceber os bloquistas.
Goze bem as férias Sr. Ministro, isto era só para brincar!
--GLX-

IS THAT REALY YOU?!

O IPPAR que permite o aterro das escadarias do Mosteiro de Alcobaça (via "Nós por cá", SIC Notícias de ontem, ainda não disponível online), será o mesmo que ameaça tomar posse das obras do Túnel de Ceuta no Porto, por este ter a saída a 50m da entrada do museu e reduzir (alegadamente) a acessibilidade ao edifício?
Se é, está irreconhecível.
-MB-

SARGENT PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND

Domingo. 11h30m. Render da guarda em Buckingham Palace. A Banda toca um "medley" dos Beatles. As centenas de turistas presentes acompanham, trauteando como podem, as letras das músicas imortalizadas pela banda de Liverpool. Os intérpretes Japoneses e demais Asiáticos esforçam-se para papageuar um tímido "Yesterday".
A casa real inglesa tem um papel incontornável na promoção da indústria de turismo britânica, é certo. Mas o render da guarda ao som do "Yellow Submarine"?! Já agora porque não uma peladinha no pátio frontal - Paul Gascoine, Gary Lineeker, Bruce Grobelar, e outras estrelas das ultimas décadas, defrontam a equipe da guarda real?
Para tudo, há limites.
-MB-

sexta-feira, agosto 05, 2005

AVISO À NAVEGAÇÃO

Serve o presente para informar os engraçadinhos cá de casa que eu, apesar de estar a banhos, estou atenta e vigilante.
Agradece-se pois que, na minha ausência, mantenham a ordem habitual. Se não lavarem a loiça e arrumarem os quartos, e se as festas acabarem de manhã, garanto que não os volto a deixar sózinhos em casa.
Estamos entendidos?
-FCP-

quinta-feira, agosto 04, 2005

YOU TOO BEN HARPER?

Em matéria de concertos não me posso queixar: já vi os U2 em Atalanta, Geórgia, na Phillips Arena em 2001 e no mesmo ano, em New Orleans, pude assistir a um concerto memorável do Ben Harper. Tinha-o visto um ano antes no coliseu do Porto (ainda não era muito conhecido pelo que foi um concerto muito intimista) e estive também no pavilhão Atlântico em Outubro de 2003 a ver um Ben Harper mais comercial mas igualmente, do meu ponto de vista, genial.
Mas será por isto que sou agora castigado com uma total ausência de bilhetes (no caso dos U2) e disponibilidade (no caso do Ben Harper; ir ao Sudoeste é para mim uma logística familiarmente incomportável)???
Pesado castigo. A coisa é de tal maneira grave que dei por mim hoje no carro a responder a um concurso na rádio Comercial para arranjar bilhetes para os U2!
Is it getting better? Do u feel the same?

-GLX-

IMPRESSIONANTE

Por motivos de trabalho, esta manhã tive de sair muito cedo do Porto e debaixo de uma nuvem de fumo impressionante e terrífica.
A viagem até Coimbra deixou-me ainda mais triste: contei 3 nuvens de fogos, algures entre Vila da Feira, Aveiro e Mealhada.
No regresso ao escritório, as colunas de fumo aumentaram para o dobro: contei seis fogos bem visíveis da A1.
Amigos motards que conhecem os montes e vales deste nosso Portugal, dizem-me que só ardem as matas que não estão limpas e que não estão devidamente organizadas (com corta-fogos; caminhos limpos e amplos etc) . Será assim? Não consigo fazer uma estatística infalível mas verifico que pelo menos na sondagem feita junto dos companheiros de trabalho e família, esta posição verifica-se.
O dia está quente e tem com toda a certeza implicações no que está a acontecer. Confesso que nem sequer consigo fazer humor com uma situação tão grave e tão devastadora para o país mas continuo a perguntar-me: têm visto os responsáveis a dar explicações? A imprensa tem procurado falar com quem manda? (leia-se: ministros da tutela e o seu 1º) É que eu não os vejo em lado nenhum (descontando aqui e ali a utilização de meios aéreos que deveriam é estar ao serviço...).
De tudo isto só lamento que esta tenha sido a área em que o governo decidiu cumprir uma promessa eleitoral. De facto “a época dos fogos começou mais cedo” como eles prometeram e por este andar vai também acabar mais cedo do que nos outros anos, quando já não houver mais nada para arder.
Isto é uma perda que não nos pode deixar indiferentes.

-GLX-

quarta-feira, agosto 03, 2005

CHEFIA DO ESTADO

Por muito que não queira, Sampaio terá sempre a pairar no seu 2º mandato a sombra da imagem de protector dos seus pares e amigos.
É certo que a direita não lhe perdoa a atitude de mandar “abaixo” um governo legítimo.
É certo que qualquer crítica que se faça agora vinda dos sectores da direita magoada, terá sempre resposta do outro lado, tratando estes últimos de apelidar quem agora se sangra em censura, de maus perdedores.
Mas, um olhar isento mostra que o que fica disto tudo é a fraqueza do PR em se alhear de quem o pôs lá (e não foram os “portugueses”; Foi quem “deitou” o voto).
O que fica disto tudo é que Sampaio tem de fazer fretes em fim de festa.
Sampaio não foi hábil a gerir a “crise” do governo de direita e assobia agora enquanto este governo socrático faz asneira atrás de asneira, tem tiques de nepotismo e avança alegremente para a destruição rápida do que resta da nossa moral.
Pobre país, pobre povo e triste desígnio. Pergunto: haverá outro modelo em que a Chefia do Estado possa ser entregue a alguém que não deva favores aos partidos? Respondo: há. Chama-se monarquia constitucional e aqui ao lado há quem se dê bem com isso. Goste-se ou não da figura, o argumento é imbatível.

-GLX -

PAR TOUTATIS! ILS SONT FOUS CES GAULOIS!

Excelente, como sempre, o artigo de opinião de Francisco Sarsfield Cabral, no DN de hoje.
"O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, defendeu na semana passada o "patriotismo económico". O motivo próximo foi a ameaça de compra da francesa Danone pela (horror!) americana Pepsi.
....
Mas no gaullismo serôdio que hoje impera na França política não encaixam alguns factos. A Danone foi fundada por um grego, em Barcelona. E a maior parte dos seus empregados está fora de França. "
É caso para dizer, eu cá sou pela Coca-Cola!
-MB-

HOME ALONE

Caro GLX:

Estamos, aparentemente, sózinhos em casa. Os restantes comensais devem andar a banhos.

Que tal aproveitarmos para escrever uns posts de fazer a FCP cair da cadeira?

-MB-

terça-feira, agosto 02, 2005

PROMOÇÕES

Depois de ser acusado por Sampaio de estar a promover embustes, o sector da banca vinga-se e dá um pontapé na crise: promoção a sério é passar de sub-gerente de balcão em Vinhais a Administrador da Caixa Geral de Depósitos. Já há um case-study disponível: Armando Vara, o até ontem, “coordenador dos Administradores” da CGD.
E ainda dizem que é mau trabalhar nos sectores (Estado e Banca socialista). São os únicos onde se vêem coisas deste tipo.

-GLX-

A LENTA AGONIA DE SCHRÖDER



No mês passado, viamos aqui, o desenhar do fenómeno que hoje se pode já considerar uma tendência.


Apesar de um esforço desalmado, Schröder não descola dos vinte e tais pontos percentuais. Se o gap entre as duas principais forças políticas se vem lentamente reduzindo, tal deve-se a uma manifesta falta de brilho de Merkel, a à relação totalmente desprovida de empatia que a grande maioria do povo alemão mantém com aquela que será, ao que tudo indica, a primeira mulher, e primeiro cidadão da antiga RDA, a ocupar a chancelaria.
Shröder alicerça cada vez mais o seu esforço de campanha, na confrontação directa de perfis e estilos de liderança com Merkel. O verdadeiro animal político que Schröder se revelou ao longo dos anos, estará definitivamente "encurralado"? Que trunfos tem Gerhard ainda na manga? Nada faz prever a repetição do episódio das últimas eleições, no qual a reviravolta eleitoral se deveu ao oportunismo político de actual chanceler - apercebendo-se de que a entrada no Iraque lhe traria a derrota eleitoral, alinhou com Chirac na tese da velha europa, e tirou da cartola o coelho dos não alinhados, garantindo assim o sucesso eleitoral. Aparentemente, as semanas que nos separam das eleições de 18 de Setembro, serão uma lenta agonia para Schröder.


Uma coisa é certa, após 8 anos sob a liderança de um homem com o carisma do actual chanceler, e numa altura em que a coragem, a determinação e a união em torno de um desígnio de mudança são essenciais, a eleição de Merkel pode revelar-se desastrosa, caso a nova "dama de ferro" não se consiga afirmar e liderar o país na procura de caminhos para sair do impasse económico e social em que este se encontra.

-MB-

Audiências

Imaginem agora que todos os portugueses que quisessem mudar de emprego, fossem pedir uma audiência ao Presidente Sampaio para auscultar a opinião dele sobre o assunto. Era dar muito trabalho ao PR, não acham? Além de que o nosso PR pode nem ter opinião sobre o assunto.
Mas não é isso que se vai passar hoje às 3 da tarde.
Soares pede uma audiência com o PR porque, diz ele, tem dúvidas sobre o que vai fazer. Mas não tem dúvidas nenhumas sobre as audiências que tal audiência dará.
Sampaio cumpre o seu papel de "catalizador" de candidaturas de esquerda (seja para o governo seja para a chefia do Estado) e ainda se atreve a cuspir para o ar.
Já não há paciência para todo este circo onde nos querem fazer de palhaços. Desculpem mas como nunca fui ao circo (infância feliz) tenho legitimidade para dizer: tirem-me deste filme!

-GLX-