terça-feira, agosto 02, 2005

A LENTA AGONIA DE SCHRÖDER



No mês passado, viamos aqui, o desenhar do fenómeno que hoje se pode já considerar uma tendência.


Apesar de um esforço desalmado, Schröder não descola dos vinte e tais pontos percentuais. Se o gap entre as duas principais forças políticas se vem lentamente reduzindo, tal deve-se a uma manifesta falta de brilho de Merkel, a à relação totalmente desprovida de empatia que a grande maioria do povo alemão mantém com aquela que será, ao que tudo indica, a primeira mulher, e primeiro cidadão da antiga RDA, a ocupar a chancelaria.
Shröder alicerça cada vez mais o seu esforço de campanha, na confrontação directa de perfis e estilos de liderança com Merkel. O verdadeiro animal político que Schröder se revelou ao longo dos anos, estará definitivamente "encurralado"? Que trunfos tem Gerhard ainda na manga? Nada faz prever a repetição do episódio das últimas eleições, no qual a reviravolta eleitoral se deveu ao oportunismo político de actual chanceler - apercebendo-se de que a entrada no Iraque lhe traria a derrota eleitoral, alinhou com Chirac na tese da velha europa, e tirou da cartola o coelho dos não alinhados, garantindo assim o sucesso eleitoral. Aparentemente, as semanas que nos separam das eleições de 18 de Setembro, serão uma lenta agonia para Schröder.


Uma coisa é certa, após 8 anos sob a liderança de um homem com o carisma do actual chanceler, e numa altura em que a coragem, a determinação e a união em torno de um desígnio de mudança são essenciais, a eleição de Merkel pode revelar-se desastrosa, caso a nova "dama de ferro" não se consiga afirmar e liderar o país na procura de caminhos para sair do impasse económico e social em que este se encontra.

-MB-