sexta-feira, junho 17, 2005

ONDE PÁRA A OPOSIÇÃO?!

Lia há dias um artigo de opinião, ou uma notícia já não me recordo, sobre mais uma escandaleira qualquer do PS. Terminava dizendo que todos os partidos à excepção do CDS se haviam manifestado, e que as declarações do PSD teriam sido evasivas. Dito por outras palavras, perguntava-se: "Onde pára a Oposição?".

Devo dizer que não tinha, até ontem, argumento cabal contra a dita sugestão de inépcia. No PSD, o Dr. Marques Mendes entretém-se a enterrar autarcas que criou, que manteve, e dos quais se alimentou durante 20 anos... um destes dias leva com o boomerang na cabeça, mas ele é que sabe da sua vida. O CDS entretinha-se com propostas mobilizadoras e de profundo desígnio nacional como a divertida história do dia nacional da criança por nascer...

Era de facto complicado, encontrar argumento cabal... Até que ontem, alguém se lembrou de dar razão aos que entendiam nas suas estratégias ser fundamental para o CDS ter o seu Presidente no Parlamento. Foi um regresso em grande da combatitividade e da qualidade a que em tempos idos nos tinha habituado a melhor bancada do Parlamento. Através do seu líder parlamentar Nuno Melo, o CDS, volta a apresentar um claro alinhamento com aquelas que são as necessidades do país, e assim a falar para as pessoas, e sobre as pessoas. O fundamental em política dirão alguns, aparentemente não, pelas práticas de outros...

Assim, e depois de ter procurado na imprensa declarações de quem de direito, e de ter aguardado pela iniciativa de alguém aqui de casa, vejo-me na obrigação de ser eu a prestar aqui esta homenagem, ao Grupo Parlamentar do CDS na pessoa do seu Presidente, saudando este prometedor regresso. E, ao mesmo tempo, a indignar-me perante a inqualificável reacção da bancada do BE, a esta proposta da bancada parlamentar do CDS.

Tinha a foto com que abro o post na manga há já algum tempo. Era previsível com os resultados de 20 de Fevereiro que não tardaria muito a sair, e que tal se irá, infelizmente, repetir várias vezes.

Ana Drago e o BE, revelam com este seu comportamento o perigo que representam para o regime democrático. Gratuitamente promovem o ódio onde ele não existe, tentando desta forma uma capitalização de circunstância pela exponenciação de tensões sociais, no mínimo perigosas. Que eu saiba as leis quando se fazem são iguais para todos - brancos, pretos, amarelos, mancos, ceguinhos ou combinações destes. Insinuar que é xenofobia e preconceito propor que, em sede de revisão do código penal se reveja a idade mínima a partir da qual se pode ser alvo de responsabilização criminal, não é sério. Pior, não é sério, não é respeitador, não é leal, não é sobretudo aceitável. Agora, não deixa de ser uma argumentação desonesta e ordinária.

O BE e a sua estratégia cega de capitalizar votações em nichos sociológicos, demonstra mais uma vez que nunca chegará a ser um partido mainstream (se é que aquilo se pode chamar partido), e transforma o Parlamento num teatro de comuna, onde encena (em conluio com as televisões e os jornais) uma peça demagógica e de muito mau gosto, dirigida às suas franjas eleitorais. Desrespeita a casa, e o regime. Põe em causa, a prazo, este mesmo regime e a paz social (imperfeitos) que todos valorizamos.

Racista, assumidamente racista, é a posição dos que, como Ana Drago, descriminam positivamente um grupo de delinquentes, pelo facto de este ser composto por negros. É racista porque alavanca na instigação do ódio racial mais umas centenas de votos na cintura industrial da capital. Ganha, quanto a mim lugar no dispositivo acondicionador de artigos dispensáveis, ilustrado pela foto...

Com este triste episódio, dá o tempo razão a quem, em Abril, alertou para a necessidade de ter o Presidente do CDS na Assembleia da República. Enfim, pelo menos já ficamos a saber onde pára a Oposição!

-MB-

1 Comments:

Blogger AA said...

Tão verdade.

2:17 da tarde  

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