JUST FOR THE RECORD
Constatando que o assunto "greve dos professores" domina a blogosfera, à esquerda e à direita , e verificando-se a inédita circunstância de serem aqueles a criticar a decisão de greve dos professores e estes a criticar a reacção do Governo, importa esclarecer o seguinte, para que não haja equívocos:
1) A malta, pelo lado de cá, não se pronunciou sobre a questão de fundo: a nenhum de nós se ouviu um elogio a esta greve, ao direito à greve em geral, à legislação aplicável em particular ou ao peso excessivo dos direitos sociais dos trabalhadores no nosso ordenamento jurídico. Nem aqui, nem aqui, nem aqui, nem aqui (obrigada aos blasfemos pelas simpáticas referências).
2) A malta também não manifestou propriamente uma discordância ideológica sobre a forma como o Governo pretendeu contornar o problema ou sobre o que os seus delfins vieram à praça pública reinventar sobre o significado jurídico dos conceitos aqui em causa.
3) A malta limitou-se a assinalar, por um lado, o que há muito se sabe e que tem sido sempre salientado por esta malta: tal como está feita, a legislação laboral é perniciosa, iniqua e desigual. E de nada adiantam as interpretações correctivas desta nova esquerda, nem mesmo quando protagonizadas pelos ilustres responsaveis pelo estado da arte. É preciso mudar a lei. Ponto.
4) Por outro lado, a malta também só chamou a atenção para a coerência da comunicação social no tratamento do assunto. Ninguém disse que esta forma de comentar as opções dos governos não é séria. E também ninguém disse que estava errado evitar o prejuízo das populações, dos empresários, da economia ou do Estado por causa de meia dúzia de reivindicações sociais, num país onde essa coisa dos direitos da 3ª geração tem mais peso do que os da 1ª.
5) Enfim, a malta só queria saber a resposta à pergunta: Olha se era a malta a fazer isto?
-FCP-
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