WHAT A GREAT WEEK
Verifico que após uma semana longe deste blog, tudo mudou entretanto. Ou talvez nem tanto.
Mas vamos por partes.
Vítor Constâncio apresentou finalmente o relatório do défice. Fio Dental sucede à tanga. O Governo lança o pânico. Sócrates dramatiza. Previsível. Surpreendente foi a forma despudorada como o PS fez tábua rasa de tudo o que disse enquanto estava na oposição. 20 de Fevereiro 1, Eleitores 0.
Consequentemente, Sócrates apresenta o pacote salvador das medidas contra o défice. Sobe o IVA. Aumenta a taxa do último escalão do IRS. Aumenta os impostos especiais sobre o consumo. Acaba com as reformas dos deputados. Acaba com o sigilo fiscal. Extingue benefícios fiscais*. Previsível. Alarmante é que os eleitores continuem a achar que podem exigir todo o tipo de regalias e prestações do Estado, e teimem em não exigir do Estado que se governe apenas com o que tem. Não admira que continuem a ser enganados, campanha eleitoral após campanha eleitoral. Eleitores 1, Portugal 0.
Para variar, e para que a culpa não morra solteira, Cadilhe vem explicar o que o eudeusamento de Cavaco nunca permitiu que se dissesse com clareza. Afinal é ele o Pai do monstro. Previsível. Lamentável é que só os afins do dito tenham tido a coragem de fazer o seu mea culpa. CDS marcou um golo. Pena que Cavaco leve tantos de avanço…
Entretanto, lá se foi a dobradinha. O Benfica parou no Jamor, Vitória merecida do Vitória. Vagamente previsível (a coisa não prometia: além da anunciada ressaca, desanimei à entarda do estádio quando vi um grupo de algumas 100 pessoas com cachecóis verdes e vermelhos aleatoriamente espalhadosa gritarem em uníssono “olééé, olééé, e ninguém pára o IVA, e ninguém pára o IVA, e ninguém pára o IVA”. Embaraçante a forma como os campeões não quiseram ganhar o jogo. Setúbal 2, Benfica 1.
Na Europa, os pais do sonho europeu chumbaram o Tratado Constitucional. Totalmente previsível. Um passo maior que as pernas. Preocupante que os fanáticos do federalismo continuem a assobiar para o ar, mergulhados num autismo confrangedor. Europa 1, Constituição 0.
Por falar em autismo, por cá o Bloco Central lá se entreteve 2 dias a brincar aos juristas. Inventou a revisão constitucional mais estúpida de que há memória – excepções excepcionais com assento no texto – para permitir um referendo que se está mesmo a ver que não vai chegar a ser convocado. Recuso-me a aceitar a previsibilidade. A Constituição é uma coisa séria. Double Nill.
Pasme-se agora. O CDS – certamente achando tudo isto previsível e, portanto, indigno de comentários relevantes –, optou por marcar a agenda política de ontem com uma proposta de criação do dia nacional da criança não nascida. Não sei se era previsível, mas que é suspeito, é. Fetos 1, Direita Liberal 0.
* Qualquer uma destas palermices merece desenvolvimentos com honra de post. Fica para amanhã.
-FCP-
P.S. Vês o que acontece quando perguntas "es de la recepcion?"??? Da próxima, vamos para fora cá dentro!
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