terça-feira, outubro 04, 2005

OS ARRUACEIROS DO COSTUME

NOTA PRÉVIA: Estive longe de um computador durante 5 ou 6 dias, por isso só hoje escrevo sobre o tema. O facto de mais ninguém aqui de casa o ter feito em tempo útil parece-me indesculpável. Era difícil fazer o link para estas imagens?


A Democracia tem virtudes variadas, de entre elas, e a propósito do assunto em causa, destacaria as lições de humildade com que por vezes nos presenteia.
Nas eleições autárquicas de Dezembro de 2001, no Porto foi assim. Manda a inteligência que aprendamos com estas lições, e evitemos uma atitude sobranceira perante os desaires eleitorais sofridos. O PS-Porto, feliz ou infelizmente, aparenta não ter essa inteligência.
A arrogância socialista patente na postura de senador adoptada por Fernando Gomes na campanha de 2001, mereceu-lhes um resultado eleitoral que, reconheçamos, nem o próprio Rui Rio estava certo de poder alcançar.
À arrogância, seguiu-se um periodo em que algum PS da cidade invicta aparentava aceitar o resultado com elevação democrática. Estávamos no Inverno, sol de pouca dura portanto. Cedo se começou a perceber a estratégia socialista para estes últimos 4 anos - a arruaça. A mais emblemática de todas será certamente a ligada ao "caso" Futebol Clube do Porto e Euro2004. Espisódios pontuais mas não de menor importância foram o problema do bairro das Fontaínhas, S. João de Deus, Coração da Cidade, Fundação para o Desenvolvimento do Vale de Campanhã, Construção no Parque da Cidade, e PDM. A estratégia resumia-se em 2 linhas: com o contributo da demagogia incendiária do Bloco de Esquerda, as estruturas do PS no terreno atiçavam as brasas da agitação social, enquanto que, sob a capa virginal da incredulidade, os membros socialistas da Assembleia Municipal do Porto se encarregavam do resto. Durante a quase totalidade do mandato tivemos de assistir a estes episódios - Assembleias Municipais intermináveis, demagogia barata, ausência de critério e elevação democrática.
No entanto, até a arruaça tem limite. O que se passou no Porto nos últimos dias põe em causa o Estado de Direito, é ultrajante para a Democracia. É como o azeite, o verdadeiro PS acaba sempre por vir acima. Francisco Assis, não se demarcou deste tipo de atitudes, foi demagógico e conivente com elas. A sua mão está assim de forma inegável, ligada às pedras lançadas sobre a comitiva do PSD/CDS.
Francisco Assis, destruiu Amarante, partiu para Lisboa onde se fez baronete de um polvo execrável, esqueceu-se no entanto, de aprender a cidade com a qual se queria envolver. O Porto não é assim, não gosta de pessoas assim, não vive bem com gente desta.
O PS não aprendeu a lição em tempo útil, os seus homens de campo transformaram-se nestes arruaceiros do costume, e sem saber está a fazer o jogo do adversário. Em termos puramente matemáticos poderá ser proveitoso. Para a Cidade, as suas gentes, para a nossa democracia, é uma vergonha e um dano irreparável.
Posso estar enganado, mas dia 9 vamos ver novamente acossados nas urnas estes arruaceiros do costume.
PS: Uma palavra para a Juventude Popular do Porto, pela coragem força e alegria que transmitem a esta campanha. Que bom é ver, a milhares de km's de distância, caras conhecidas, sem medo e a lutar! Um abraço a todos!
-MB-