sexta-feira, julho 29, 2005

FREITAS BEM AS CONTAS

Eu sei que já está tudo dito sobre o putativo (não sei porquê mas gosto da aplicação específica do termo) candidato Soares.
Eu sei que a atitude do ps é o espelho do miserabilismo em que eles nos tentam mergulhar.
Eu também sei que o Soares foi fixe para muita gente e que “old habits die hard” mas não posso deixar de me rir a imaginar o Prof. Freitas a tentar perceber como é que tudo isto lhe caiu em cima da cabeça.
Melhor do que isso, só imaginar o Prof Diogo a tentar perceber a máxima do futebol aplicada ao caso concreto - que ele e só ele poderá entender, pensar e explicar- que diz que, em política é possível passar-se de bestial (sobretudo na avaliação vaidosa que ele faz de si próprio) a besta num instante!
Por tudo isto me lembro da “estória” (verdadeira) do velhinho que toda a gente julgava ser analfabeto, que ia religiosamente votar nas presidenciais e escrevia no boletim de voto: “vão todos à merda que eu sou monárquico!”

-GLX-

Na praia é que eu estou bem

Sou daqueles que trabalha em Julho e em Agosto, ie, quando metade do país está de férias. A profissão não se compadece com a suposta paragem sazonal e confesso que aproveito para fazer trabalhos que noutra altura do ano se tornariam dificeis de fazer. Se me perguntam se gostaria de fazer férias agora, a resposta é um claro sim. Mas não as posso ter e vivo bem com isso. Há prioridades.
Vem isto a propósito das férias (às quais todos temos direito) e o seu timing. Perguntava o VLX no Mar Salgado (não há meio de aprender a linkar isto! FCP, ajudas?) onde é que o Ministro da Administração Interna andava enquanto o país ardia. (felizmente para nós e para o descanso dele -acho eu-já chove há 3 dias…)
Pois bem, descobri tudo! Um amigo atento passou pelo Ministro Costa (o António) na praia dos Salgados em pleno Algarve. O Ministro esteve/está portanto a banhos . Está ao fresco. Imagino que "à sombra". Se quiserem, está ao largo! Um dia destes dará à costa!
Está explicado o mistério: enquanto na semana passada o país ardia , o ministro andava a salvo pela dita praia, untado com protector 60 para não se queimar demasiado. Ainda bem para o ministro. Que lhe tenha feito bom proveito. E desde já se louva a imprensa em geral, que o deixou descansar. Nem sequer lembrou a sua falta. Se fosse há dois anos atrás a conversa era outra, claro. Mas a nossa imprensa evoluiu e agora é muito compreensiva. Sinais dos tempos!
E já agora, ainda bem que começou a chover: não se queima (mais) o ministro nem se queima o país.
Perde-se em bronzeado mas ganha-se em conservação da natureza. E eu continuo a trabalhar à espera de melhores tempos para Setembro.

-GLX-

PROGRESSÕES DE INSULTO

Nunca foi especialmente dotado para abstracções matemáticas. A grande custo fiz o Liceu com aproveitamento e qualidade suficiente para me permitirem suportar as sevícias das Matemáticas ensinadas em Engenharia.
Lembro desses tempos o capítulo dedicado ao estudo das progressões que com esforço e muita prática (em Matemática é sempre assim) lá consegui compreender e dominar:
Progressões Aritméticas (termo geral): an = a1 + (n – 1) . r;
Progressões Geométricas (termo geral): an = a1 . q^(n-1); (^ lê-se - elevado a)
Lamentávelmente, há um conceito de Progressão que nunca consegui entender, é ele:
Progressão Automática (termo geral): sou Funcionário Público, tenha ou não feito por isso, venham de lá mais umas massas ao fim do mês, sem avaliações de desempenho, ou outro tipo de incómodos.
Este tipo de progressões é particularmente dificíl de entender por todos aqueles que, como eu, têm de dar «o coiro» todos os dias, lutando para ser os melhores num mundo cada vez mais competitivo; de esperar tempos indefinidos por uma progressão/promoção/aumento, sendo sugeitos a avaliações de desempenho de elevada exigência, e apresentando produtividades incomparávelmente superiores às produtividades manifestadas pelos que progridem automáticamente.
Eu não o entendo, acho-o injusto porque os serviços que nos prestam não me merecem qualquer apreciação positiva. Por isso não acho que devam ser congelados. Defendo a sua extinção pura e simples.
Assim, quando ontem se manifestaram na Assembleia da República, à margem da lei e proferindo um sem número de impropérios, os funcionários públicos não insultaram os deputados ou o governo.
Os verdadeiramente insultados fomos nós - os que têm de ir à guerra e merecer o sucesso. Bem sei que é este o sal e a pimenta da vida, mas mesmo assim não deixam de me incomodar estas progressões de insulto.
-MB-

quinta-feira, julho 28, 2005

CAMPOS DE FÉRIAS

A campanha de Soares, começou.
Numa intervenção feita ontem perante jovens socialistas mostrou, claramente, ao que vem. O som, sem a imagem, não completa o quadro de radicalidade que constituiu a sua intervenção, mas deve ser ouvida a sintese da sua intervenção, aqui.
Este caminho, deixa todo o eleitorado do centro (o mesmo que já se deve ter arrependido de dar a maioria absoluta a Sócrates) à mercê dos adversários. Ainda assim, e conhecendo a facilidade com que largas faixas da nossa sociedade se deixam seduzir por esta abordagem, não deixa de ser arrepiante...
-MB-

terça-feira, julho 26, 2005

PDI

Aos incomodados do regime:

É obvio que o problema de Soares não é a PDI (em leitura de salão: PDI - Problema Da Idade). Os problemas de Soares são, entre muitos outros, este e este.

Estamos na silly season. Quem entender produzir ensaios sobre os motivos pelos quais Soares é a pior solução, é livre de o fazer. A mim, de momento, apetece-me brincar com o tema, e sonhar com as férias que não vou ter!

-MB-

POSTS POLÍTICAMENTE CORRECTOS II

Agradecemos a nobreza de Manuel Alegre, ao disponibilizar-se para o combate presidencial.

-MB-

FLICK - FLACKS

segunda-feira, julho 25, 2005

POSTS POLÍTICAMENTE CORRECTOS

Passados 20 anos, Soares está numa forma física impressionante!



-MB-

O HOMEM DA REGISCONTA

O Choque Tecnológico versão Soares:


-MB-

sexta-feira, julho 22, 2005

PONTO DE ORDEM ESSENCIAL

Para todos em geral, mas em especial aos que por essa blogosfera me vão comparando à Ana Drago - rectius, a minha agenda à agenda do BE - venho informar o seguinte:
1) A discussão das chamadas qustões morais ou de costumes, muito embora seja muito atraente do ponto de vista da argumentação, da retórica e da mundividência de cada um, não ocupa, nem de perto nem de longe, o topo das minhas preocupações em matéria de redução do peso do Estado na vida das pessoas.
2) Não me reclamo liberal por ser a favor do aborto, da homossexualidade ou das drogas, até porque nunca manifestei as minhas posições sobre tais matérias, especialmente porque considero que ninguém tem nada que ver com o que penso sobre elas.
3) Bem ao invés, tenho manifestado a minha opinião sobre qual deve ser o papel do Estado relativamente a estas questões - tendencialmente nenhum, esclareço - e tenho repudiado a forma arbitrária e desigual comoo nosso sitema jurídico impõe modelos de comportamento privados que só podem ser subscritos por alguns.
4) Mais informo que não tenho nada contra homófobicos, homofilas, ganzados, heroinomanos, vegetarianos, pílulas do dia seguinte, abstinência sexual, bebedores compulsivos de Jameson, sexo em grupo, uniões de facto, famílias tradicionais, casamentos em Las Vegas, bacanais ou orgias, desde que ninguém me imponha nenhuma destas coisas e que me assegurem que todos podem escolher em liberdade se quer alguma delas.
5) Para os mais distraídos, o meu ponto é só o de que o ESTADO NÃO DEVE TER O PODER DE LIMITAR A FORMA COMO CADA UM CONDUZ A SUA VIDA PRIVADA, DEVENDO MANIFESTAR NEUTRALIDADE RELATIVAMENTE A TODOS OS COMPORTAMENTOS PRIVADOS E A TODAS AS DECISÕES QUE NÃO IMPLIQUEM COM A LIBERDADE DOS OUTROS.
Muito obrigada pela vossa atenção.
-FCP-

AO QUE CHEGOU O DEBATE LIBERAL

Ajudem-me, por favor, a perceber se isto é o que parece. É que se é, a malta está toda convocada para fazer claque. Mais informações em breve sobre a data e o local.
-FCP-

ISTO NÃO SÃO MANEIRAS DE SE NEGOCIAR

AVISO À NAVEGAÇÃO - FREITAS É O MEU CANDIDATO

Jorge Coelho vê-se obrigado de tempos a tempos vir a público dar a táctica, e pôr a banda a tocar, afinadinha, a mesma música. Foi assim no passado, e é também assim hoje com a questão das presidênciais.
Já anteontem, Jorge Coelho dedica a sua intervenção mais marcante da quadratura do círculo à questão presidêncial, deixando duas notas: a esquerda e o PS recusam-se a plebiscitar o salvador da pátria da direita, vão apresentar um candidato vencedor, vão à luta. E o PS tem que resolver esta questão "rapidinho"... Isto vai animar, exlamava. O mote estava dado!
No artigo que escreve no DN. Coelho não se inibe, baptiza o artigo de "As eleições presidenciais". Reafirma a tónica das intervenções na "Quadratura". E vai mais longe, definindo as caracteristicas do tipo de candidatura que deverá mobilizar o PS. Este artigo é claramente um aviso à navegação - Freitas é o seu candidato, e não parece estar com disposição para grandes debates sobre a estratégia presidencial. Ao escrevê-lo, Coelho cria as condições para Freitas avançar, vejamos:
"Em primeiro lugar, quero relembrar que os candidatos a Presidente da República devem surgir de personalidades ou movimentos em torno de personalidades. Não são representantes directos dos partidos." - Percebes Manuel Alegre!? Se não te calas, levas! Quem é a grande personalidade do momento, que do alto da sua qualidade de estadista se tem posto a jeito de um movimento deste tipo? Freitas!
"Em segundo lugar, quem se apresenta ao próximo acto eleitoral deve ter um projecto para o País e a capacidade de ser uma voz credível e que possa reflectir as várias correntes de pensamento, grupos sociais e em particular aqueles que nunca têm voz." - Não conheço quem tenha voz mais (in)credível e que no passado recente tenha dado provas de chegar a várias correntes de pensamento, ou grupos sociais, que o contorcionista político Freitas do Amaral (o tal que apoiava entusiásticamente Cavaco, que entretanto teria que se abster pois apesar de ter em grande conta o senhor, o seu patrão agora era o PS, e que finalmente se recusa a pebliscitar o salvador da pátria proposto pela direita).
"Cada coisa deve ser tratada no momento adequado. E o tempo para o PS tratar da questão presidencial está para breve, mas, como já referi, não cabe ao PS lançar, em nome do partido qualquer candidato." - ò poeta calas-te, e mandas calar as tuas tropas de uma vez por todas, ou é preciso eu ir aí abaixo!?
"...será tida em conta a necessidade de apoiar um candidato ganhador e que defenda os valores e os princípios que sempre nos nortearam. Questões como as da liberdade e da democracia, como a justiça social, a solidariedade, a defesa de um modelo de crescimento sustentado económico e a defesa de um Portugal com valores modernos, são temas que devem fazer parte dos princípios e dos valores da candidatura apoiada." - critérios suficientemente abrangentes para acomodar qualquer deriva ideológica ou política do Dr. Freitas. Neste saco cabem perfeitamente o Freitas fundador do CDS, o do PPE, o da ONU, o anti americano, o que pede a maioria para Barroso, o que a reclama para Sócrates, e por fim o Freitas ministro do PS. Freitas é definitivamente um homem de valores. Mutáveis, mas de valores.
"Queremos que no vértice do Estado português se encontre uma personalidade que se identifique com estes valores..." - Ora, é que nem de propósito, tenho aqui o homem que corresponde à sua descrição!
"Faltar fazer o mais difícil, mas também o mais entusiasmante - lutar pelo que se acredita. Saibamos responder a esse desafio." - Está tudo pronto Dr. Freitas, mando embrulhar e entregar em casa ou é para comer aqui!? Convinha que o Senhor se chegasse à frente rápidamente...
-MB-

THANK YOU, MR. BUSH!

Louçã, Jerónimo, Carvalho da Silva, seus apóstolos, e todos quantos se obrigam ao exercício matinal, ainda antes do pequeno almoço, de zurzir na administração norte americana, na guerra do Iraque e no imperialismo dos EUA, devem hoje um agradecimento a W. Bush.
Uma vez que defendem medidas proteccionistas contra as importações chinesas e a deslocalização das indústrias trasformadoras, sob o argumento da concorrência desleal da china e restante mercado asiático, deveriam ser estes senhores os primeiros a registar o sucesso da pressão norte americana sobre a administração chinesa, forçando Pequim a ceder na sua política monetária e a permitir a apreciação do renminbi.
Um pequeníssimo passo eventualmente, esta apreciação de cerca de 2%. No entanto, é emblemática e muito promissora esta decisão, uma vez que deixa de indexar a moeda unicamente ao dólar americano, e passa a permitir a sua flutuação (ainda que limitada) face a um cabaz (não conhecido) de várias moedas.
Singapura já há muito que utiliza um método semelhante denominado BBC (basket, band and crawl) em que a moeda é indexada a um cabaz de moedas onde estão incluidas as moedas dos seus principais parceiros e concorrentes, e permite que a moeda flutue dentro de uma determinada banda definida políticamente, em vez de a sujeitar a flutuações bruscas. A adopção deste modelo deu à sua moeda flexibilidade de resposta a condições locais e globais de modo a manter a competitividade das suas exportações e a controlar a inflacção.
Muitos acreditam que a moeda chinesa continua subvalorizada entre 15-30%, no entanto este passo (aparentemente o primeiro de muitos), se acompanhado de alguma flexibilidade, permitirá a expansão do consumo das famílias chinesas (importante para a afirmação da China como mercado de troca de produtos, e não somente de produtor de baixo custo) e o desejado arrefecimento da explosão das exportações chinesas (crescimento de 30% ao ano).
Podem assim os três estarolas esboçar alguns festejos, mas por pouco tempo. A atitude proteccionista revelada perante as adversidades provocadas pela concorrência asiática, não promete apoio à profunda mudança que a economia portuguesa tem de empreender se quer ter viabilidade.
PS: Reagindo à alteração chinesa, a Malásia segue o mesmo rumo. As regras do jogo começam a ter contornos de alguma justiça. finalmente. Thank you, Mr. Bush!
-MB-

BOATOS DE VERÃO

Um amigo contou-me há pouco que o mandatário (militante destacado do PSD) da candidatura do CDS à Câmara de Lisboa terá dito hoje, na respectiva sessão de apresentação(promovida, naturalmente, pelo CDS), que seria muito díficil a eleição de um vereador, dificuldade cuja responsabilidade ele terá atribuido à campanha e ao candidato excessivamente populistas das eleições anteriores.
Para quem não se recorde, o candidato do CDS em Lisboa nas últimas eleições autárquicas foi Paulo Portas. Concorreu na altura contra Pedro Santana Lopes e contra João Soares. Para os mais esquecidos, lembro que Paulo Portas foi eleito vereador.
Suspeito, pois, que o meu amigo me enfiou uma galga, e que nada disto se passou. Hipótese, de resto, corroborada pelo facto de não se encontrar uma única referência na comunicação social a tal episódio.
Como poderia uma pessoa bem educada ir a um evento de um partido que não é o seu insultar o seu anterior líder? A que título é que uma pessoa coerente se lembraria, a propósito de uma eleição disputada por João Soares e por Pedro Santana Lopes, de chamar populista logo a Paulo Portas? Como é que uma pessoa inteligente pode defender que alguém não vai ser eleito por causa da eleição do seu antecessor?
Não pode ser verdade. E o CDS vai eleger um vereador em Lisboa. Apesar do mandatário. É que o meu amigo não mente...
-FCP-

ESCLARECIMENTOS

Desde que todos aceitam a premissa de que a Direita não é retrógrada, bafienta, autoritária, securitária e confessional, esta sua amiga não tem nenhum complexo em ser de Direita.
Sucede que, olhando à volta, percebo que andam por aí muito boas almas que, decerto por distracção, teimam em confudir-se. Bem, bem, não será só por distracção. Eu própria de quando em quando fico à beira de pequenas crises de identidade: quando oiço partidos propor dias nacionais de crianças por nascer, ou quando oiço ilustres deputados da Nação repudiarem a homossexualidade ou quando algum programa eleitoral é actualizado pela última encíclica papal.
Bem sei que não são estas - nem as outras que abordo no post anterior - as grandes questões nacionais. O Eduardo também sabe - até porque o PPM já esclareceu de forma eloquente - que as Noites à Direita não têm estes problemas na sua agenda.
Quando muito, o que as Noites também pretendem é que as pessoas se convençam de uma vez por todas que a Direita (ou pelo menos parte dela) não tem posições dogmáticas sobre o comportamento das suas vidas privadas. Nem é retrógrada, autoritária ou confessional.
E essa, caro Eduardo, é mesmo a agenda que não convém à esquerda. Pode-lhes custar a bandeira.
-FCP-

MAIS DIFERENÇAS ESSENCIAIS

Em mais uma brilhante lição sobre o que é não ser liberal, João Miranda escreve aqui que a direita liberal se aproxima do socialismo quando é "pelo aborto, se for homofila, se for pela estatização e descaracterização do casamento, se for cosmopolita e se for contra a igreja e as tradições". Na sua opinião, tudo isto são problemas da esfera privada de cada um. Não são problemas políticos.
É evidente que nós (os que nos supomos liberais) não temos nada que ver com a sexualidade dele. Com o seu modelo de planeamento familiar. Com os métodos contraceptivos que utiliza. Com a forma (jurídica ou outra) que dá à sua vida sentimental. Com as suas convicções religiosas ou com a falta delas. Com o seu provincianismo ou com o seu conhecimento do mundo. Com o sítio onde passa o Natal ou com a ementa lá de casa para o almoço de Ano Novo.
E para que conste, não nos sentimos mais liberais por nos desinteressarmos completamente da vida privada do João Miranda.
Já, pelo contrário, a mim, pessoalmente, incomoda-me o facto de o Estado não pensar como nós. Chateia-me que seja um tribunal a dizer se ele pode ou não desfazer um contrato tão privado como o casamento. Irrita-me que as amigas dele possam ir para a cadeia por terem abortado. Passo-me por saber que o Estado quer normalizar os comportamentos sexuais de todas as pessoas que ele conhece. Fico doente por saber que a paternalista Assembleia da República o quer tanto proteger dele próprio que não só o obriga a pagar uma coima se ele fumar uma ganza e o manda para a pildra se o pó for branco como ainda lhe recomenda um tratamento. Maça-me que os filhos dele aprendam na escola pública um qualquer modelo de sexualidade, ao mesmo tempo que lhes ensinam a catequese.
Mas claro, isto sou eu, que sou socialista. Ele, que é o verdaeiro liberal, não se importa.
-FCP-

quinta-feira, julho 21, 2005

SIM. NÃO. TALVEZ. ANTES PELO CONTRÁRIO.

Pacheco Pereira* transcreve e comenta (entre parêntesis rectos) excertos da entrevista de Francisco Louçã ao Público.
"Público - No BE ainda há marxistas-leninistas?
Francisco Louçã - Depende do que quer dizer com o conceito marxista-leninista. [Esta frase traduzida significa sim.] Há leninistas certamente, há leninistas que são marxistas. Agora o marxismo-leninismo foi entendido muitas vezes como uma representação do estalinismo e isso não há. Como há não marxistas.
P - Mas o BE como movimento identifica-se com o leninismo?
FL - Não, o BE não tem que se identificar com o leninismo. [Resposta ambígua, este "não tem que" é mais que dúbio.]
P - Portanto, não há ideologia única?
Não há nem vai haver. Como sabe, aliás, o BE nasceu e só podia ter nascido assim não por uma fusão ideológica que reinterpretasse o passado, mas por uma definição da agenda política e do programa. O programa constrói-se na luta social, nas alternativas políticas para o país, para a Europa. E foi isso que nos permitiu aprender um nível de política completamente distinto do que a esquerda radical tinha feito em Portugal durante 30 anos. Nós mudámos completamente a capacidade de actuação política e social, tornando-nos uma força política influente. [Fuga em frente, nada é concreto. Um novo conceito aqui se aplica: enguiismo ideológico.]"
É isto, meus senhores, o BE.
*-nenhum dos comentários de JPP, é fruto de uma análise política "rocket science". O interessante é que se fosse escrito por um de nós aqui em casa, lá vinha a chusma de adjectivos do costume. É por isso, só por isso, que dá tanto gozo ver o "seminarista de esquerda" assim desmascarado.
-MB-

EM POLÍTICA, O QUE PARECE É ou NÃO HÁ FUMO SEM FOGO

Sócrates propôs a Sampaio a exoneração do ministro das Finanças

Parecia que estavam “desafinados”. E estavam…

-ZPA-

quarta-feira, julho 20, 2005

CARO CAA

Volta a juntar as palavras “Prado” e “Coelho” no “E depois do adeus” e leva com os meus 14,28% de acções deste estabelecimento comercial na cabeça.

Muito grato

-ZPA-

5 O'CLOCK TEA

Alguns liberais não perdiam nada se em vez de café, bebessem chá...
"A expressão do Sr. Albino (foto do Quinto dos Impérios) é fortemente indiciadora da necessidade de administração de um forte laxante para lhe aliviar o patente sofrimento intestinal." - CAA* comentando no Acidental.
"Somos todos liberais (pá!). Nós, os nossos amigos, os amigos dos nossos amigos e os demais que quiserem jantar connosco. O liberal que espreita a seguir será o Garcia Pereira; ou o Prado Coelho; ou, ainda, a Zita Seabra. Afinal de contas, o liberalismo é uma emoção. Ou uma sensação. Tanto faz." - CAA* comentando aqui em casa.
"Irei comentar as autáqruicas do Porto nos próximos dias. Mas deixo aqui um aviso aos meus amigos "laranjas": - há 4 anos Fernando Gomes estava exactamente com o mesmo score nas sondagens que hoje é atribuído a Rui Rio.;- a escolha de Pedro Bacelar de Vasconcelos para candidato a presidente da AM é uma opção pela qualidade. O mesmo não poderá dizer Rui Rio que para esse cargo se vê obrigado e re-indicar uma personagem inenarrável." - CAA* escrevendo no Blasfémias.
Está por provar que sejam uma e a mesma pessoa. Por isso o melhor é ter 2 ou 3 chávenas prontas a servir.
-MB-

MENINAS E MENINOS, ACABOU O RECREIO!

E para os mais militantes, uma novela (esta sim verdadeiramente apaixonante):
Há vida para além do liberalismo!
PS: Diogo, obrigado pelas fotos.
-MB-

O PROGRESSO DA FILOSOFIA

De acordo com João Miranda:
1- O que não é liberalismo, não é liberalismo;
2- 99% de socialismo não é liberalismo;
3- A defesa do Estado não é liberalismo;
4- O socialismo soft não é liberalismo;
5- Quando as ideias são as mesmas, não é o liberalismo que as distingue;
6- O liberalismo que vende não é liberalismo;
7- O liberalismo que serve para salvar o socialismo não é liberalismo;
8- Meio liberalismo não é liberalismo;
9 -O liberalismo só é liberalismo se for implementado por alguém como João Miranda.
E nada o convence do contrário. Esclarecidos?
-FCP-

ORA AÍ ESTÁ...

terça-feira, julho 19, 2005

DIFERENÇAS ESSENCIAIS

Em tempos, temendo que o debate sobre uma direita liberal que parece estar a emergir se convertesse numa picardia infindável entre pseudo puristas sectários e outros apenas motivados pelas suas legítimas e saudáveis convicções políticas e cívicas, apelei a que nos concentrássemos naquilo que considerei essencial: a discussão das ideias e do projecto, descurando - ao menos por ora - o julgamento sobre os seus protagonistas.
Ao que parece, apesar de o risco ter sido bem antevisto, não fui a tempo.
As reacções a esse apelo - e o empolgamento com que foi contestado, como se se tratasse de uma questão pessoal - logo mostraram que a batalha da direita liberal politica e democraticamente empenhada será uma batalha sem tréguas.
Percebo hoje porquê. Existem de facto diferenças essenciais entre os promotores e simpatizantes do movimento "Noites à Direita" e os que a ele reagiram através da criação de espaços pretensamente paralelos.
Não se trata, como cheguei a supor, e usando a feliz imagem do AMN, de uma espécie de alergia destes últimos à massificação da ideia liberal, qual banda de garagem que, quando vende mais de 100 discos, se desagrega - embora o objectivo deles não seja compatível com a diversidade. Eles também não têm propriamente um problema com o formato ou com a agenda desta Direita Liberal - embora não hesitem em nos tentar impor as regras do seu pequeno clube (ver os comentários).
Nada disso. Eles querem, como nós, que a ideia se divulgue. Eles querem, como nós, que a ideia influencie e presida às opções de quem governa. Mas suspeito que o que os move não é nem uma ideia para o país nem uma convicção a impor no combate político. Eles movem-se por eles próprios. É por isso que não podem ser muitos. É por isso que não podem ser abrangentes.
Já nós - ao contrário deles - bem sabemos que em democracia não mandam os iluminados. Mandam os que votam. Mesmo quando votam mal.
Nós, ao contrário deles, aceitamos as regras. Mesmo as dos partidos, com as quais tantas vezes discordamos. Mas nós, ao contrário deles, preferimos partidos piores a partidos nenhuns.É por isso que não batemos a porta quando perdemos um combate. É por isso que não nos comportamos como os garotos que agarram na bola e acabam com o jogo só porque estão a perder. Não fazemos partidos novos. Não atacamos quem discorda de nós como se nos tivesse torturado os filhos. Aceitamos o mérito dos que ganham - mesmo que achemos o resultado um crime de lesa pátria - sem os insultar. Não os invejamos (ver o último ponto do Post Scriptum). Não usamos os blogs para destilar ódio (comentários no fim da página) e sarcasmo contra as pessoas sérias que, diariamente empenham o seu indiscutível prestígio e superioridade - mesmo sem merecerem um Nobel (à cautela, dê-lhe um xarope, Diogo, mas desconfio que nada resolve esta patologia) - em nome de uma ideia.
Também não nos calamos. Por sabermos que os partidos são apenas um instrumento - embora um instrumento indispensável - estamos a tentar influenciá-los. Aos partidos e às pessoas que votam neles. Democraticamente. De forma realista e de forma plural.
Ao contrário de nós, eles não querem convencer ninguém. Eles querem mudar as regras. Querem ser eles a mandar, mas não em democracia. Sem eleições e sem partidos. Está visto que de outra forma não é possível.
-FCP-

JORNALISMO DE ARRASTO



Imperdível, a reportagem feita pela militante do BE, ex-dirigente sindical, e ao que dizem bocas pequenas "jornalista no desemprego", Diana Andringa. Ver aqui o video.
Tema gasto, analisado à exaustão, debatido com e sem seriedade (ler aqui Ana Drago em mais uma das suas pérolas), sobre o qual muito pouco terá ficado por dizer. No entanto este "trabalho" da jornalista do BE, merece 3 breves comentários e uma nota prévia.
Nota prévia: Não é o facto de a srª estar, ao que consta, desempregada que belisca a credibilidade deste seu trabalho. Não é o facto de a srª ser militante do BE que periga a sua isenção enquanto profissional, e não é por ter desempenhado funções de dirigente sindical que está pior habilitada para trabalhar o tema.
Assim:
Ponto 1 - A peça jornalística aparenta ser pouco mais do que o que lá está. Percebo pouco de manipulações na edição de peças jornalísticas. Registo apenas o momento a partir do qual passamos a ouvir a voz da jornalista. Não é inocente. Não me parece objectivo.
Ponto 2 - Não foram 400, não foram 500. Foi um arrufo de namorados que descambou em pânico generalizado, valente traulitada e 30 carteiristas de improviso. Inverosímel. Concorre com a guerra dos mundos e a célebre edição radiofónica de Orson Wells. Concedamos que por absurdo é esta a verdade. Em 2005, num país da UE, com uma economia muito apoiada no turismo, ter 30 pessoas a espalhar o pânico numa praia e a levar o que lhes aparece à frente, não configura um preocupante incidente de criminalidade em grupo?
Ponto 3 - O mais preocupante nesta entrevista não é, de longe, o entrevistador. É o entrevistado. Em que qualidade foi esta jornalista recebida pelo comandante distrital da PSP? Como é possível que este senhor tenha emitido um comunicado baseado em boatos - a investigação policial em Portugal resvalou oficialmente para a emissão de comunicados oficiais baseados em boatos? Como é possível que este senhor tenha desmentido esse primeiro comunicado passadas apenas umas horas (antes do telejornal, de acordo com a peça) e não se tenha feito ouvir? Como é possível que o Ministro da Administração Interna, em face da confusão gerada não tenha feito uma declaração ao país, fintando o crivo editorial de quem vende desgraça às 8 da noite? Como é possível que o dito comandante assuma a responsabilidade pela precipitação na emissão de um comunicado incendiário, sem colocar o seu lugar à disposição? Como se admite que o mesmo comissario afirme que o crime em Portugal diminui acentudamente, quando dias depois o ministério da justiça afirma o contrário?
A páginas tantas o sr. diz-nos que aprendeu alguam coisa - terá aprendido que para a próxima vai verificar os boatos. Este senhor é só o responsável pelo comando distrital da PSP, no distrito capital de Portugal. Para este senhor não deveria haver lugar para uma próxima vez. Se ele se propõe a enfrentar essa próxima vez, não resta ao Sr. Ministro da Administração Interna outra solução que não dispensá-lo desse pesado fardo.
PS: O país arde como nunca. O Ministro da Administração Interna está a banhos. A oposição, pelos vistos também.
-MB-

segunda-feira, julho 18, 2005

DR. SOARES

Aqui está a rapaziada com que o senhor quer negociar:



Mohammed Sidique Khan, 30, had a daughter, Maryam, who was 14 months old. He worked for a number of years as a teacher's assistant at an elementary school helping problem children. He was the son of a Pakistani, but he was born at St. James's Hospital in Leeds. Khan, called "Mr. K," was often in Afghanistan and Pakistan, and investigators believe he was the mastermind behind the attacks, the quartet's father figure. They believe he recruited the others at the Hamara Youth Access Point, a two-story building with graffiti-covered blinds. At 8:50 a.m., Khan's bomb exploded in an Underground train as it pulled into the Edgware Road Station.



Shehzad Tanweer, 22, studied sports at the University of Leeds and he played cricket, a British pastime. In his bedroom, he displayed his sporting awards. A few months ago, he traveled to Pakistan to study Arabic and the Koran, but "he didn't like the people there," his uncle explained. On July 7, at 8:50 a.m., 90 meters into the Underground tunnel between the Liverpool Street and Aldgate stations, in the third Underground train car, between two and four kilograms of explosives detonated in Tanweer's backpack.



Hasib Hussain, 18, grew up in the Holbeck neighborhood in south Leeds, where he bought candy at the corner store owned by Ajimal Singh and played soccer on the streets. After the Sept. 11 terrorist attacks, Hussain passed out flyers stating that "Justice has been done." As a student, he was disruptive and loutish. So much so, that his father sent him home to Pakistan in order to instil some discipline in him. After he returned to Leeds, Hasib prayed five times every day. On July 7, at 9:47 a.m., his bomb exploded in a bus at Tavistock Square. Hasib decided against the Underground and, by doing so, disrupted the desired simultaneous detonations of the four bombers to create the ultimate image of destruction (the suicide bombers were supposedly trying to create a symbolic cross by attacking four trains heading in different directions). When his mother reported him missing, the investigation really started to take off.



Lindsey Jamal, 19, born in Jamaica, loved wrestling and bodybuilding, he didn't drink, he didn't smoke, he liked to blare Arab music on the radio and he would take his baby for drives in his red Fiat Brava. He was a carpet-layer and first converted to the Muslim religion four years ago. He lived in Aylesbury, southwest of Luton, his wife was named Samantha and carried the Muslim name Muslima Sharima. At 8:50 a.m., in the Underground station between King's Cross and Russell Square, the bomb exploded in the first car. Lindsey Jamal was standing between people who were commuting to work.
PS: É este ar subnutrido que os rapazes apresentam que me deixa consternado. Sou obrigado a concordar consigo, enquanto persistir este tipo de miséria o terror não vai parar. Temos de negociar com esta gente. O problema é quando - Entre o ginásio e o burger king? Entre a Universidade e os passeios de automóvel? Durante uma partida de cricket, essa ocupação de marginais e espoliados vestindo calça de linho branca e pullover de malha "gola em bico"? O melhor seria no aeroporto, enquanto esperam vôos de ligação para actividades de "turismo cultural".
-MB-

TERROR MUST STOP

Hassan Yousuf Yassin, antigo representante Saudita, no Financial Times, demonstra o absurdo dos ataques terroristas em Londres, num interessante mano-a-mano islamita.
-MB-

quinta-feira, julho 14, 2005

JORGE COELHO NÃO TEM DÚVIDAS...

A sua amiga Bárbara vai mesmo ganhar a Câmara de Lisboa. O país e o PS gostam muito dela. Mas e o Dinis Maria? Ninguém gosta do Dinis Maria?
Se eu votasse em Lisboa, preferia-o a ele. De certeza que é o melhor dos três.
-FCP-

quarta-feira, julho 13, 2005

ECONOMIA ESTAGNADA COM RECESSÃO À VISTA



-MB-

terça-feira, julho 12, 2005

OJALA



Ojala que las hojas no te toquen el cuerpo cuando caigan
para que no las puedas convertir en cristal
ojala que la lluvia deje de ser milagro que baja por tu cuerpo
ojala que la luna pueda salir sin ti
ojala que la tierra no te bese los pasos

ojala se te acabe la mirada constante
la palabra precisa la sonrisa perfecta
ojala pase algo que te borre de pronto
una luz cegadora, un disparo de nieve
ojala por lo menos que me lleve la muerte
para no verte tanto para no verte siempre
en todos los segundos y en todas las visiones
ojala que no pueda tocarte ni en canciones

ojala que la aurora no de gritos que caigan en mi espalda
ojala que tu nombre se le olvide a esta voz
ojala las paredes no retengan tu ruido de camino canzado
ojala que el deseo se vaya tras de ti
a tu viejo gobierno de difuntos y flores.

ojala se te acabe la mirada constante
la palabra precisa la sonrisa perfecta
ojala pase algo que te borre de pronto
una luz cegadora, un disparo de nieve
ojala por lo menos que me lleve la muerte
para no verte tanto para no verte siempre
en todos los segundos y en todas las visiones
ojala que no pueda tocarte ni en canciones

ojala pase algo que te borre de pronto
una luz cegadora, un disparo de nieve
ojala por lo menos que me lleve la muerte
para no verte tanto para no verte siempre
en todos los segundos y en todas las visiones
ojala que no pueda tocarte ni en canciones
-MB-

EXPERIÊNCIA 1,2,3 - SOM! SOM! EXPERIÊNCIA

A Banda Sonora que faltava cá em casa...



...se bem que não a original, sempre dá um toque de inovação aqui à sala de visitas.

-MB-

TONIGHT










Tonight's the night
It's gonna be alright...


Grande ideia! Excelente concerto!

Rod Stewart passou esta noite por Lisboa, valeu a pena dar por isso!

-JA-


PS: Este post é pessoal e intransmissível, pede-se a quem, eventualmente, o encontre o favor de o enviar para JA@edepoisdoadeus.blogspot.com

sexta-feira, julho 08, 2005

LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO

E agora, que já são nove da noite, vou tentar chegar a casa sem atrapalhar os calhambeques que cortaram o meu percurso habitual de 10 minutos. Vejo pela janela do escritório que talvez não precise dos 72 minutos da viagem matinal.
-FCP-

ENJOOS DE FIM DE SEMANA

Nos dias que correm, a última coisa de que apetece falar é de aborto. Não deixa de ser estranha esta obsessão permanente com um problema que apenas afecta um escasso número de mulheres e de famílias. Não que pretenda negar a dimensão do problema, ou que pretenda reduzir a sua importância só por não estarem em causa “todas” as mulheres: o problema é sério, e envolve questões delicadas que merecem ser resolvidas. O que me espanta é que, numa altura em que quase todas as famílias vêm o seu poder de compra a diminuir de forma preocupante, em que o desemprego aumenta, em que se percebe que o problema das listas de espera nos hospitais públicos não se resolveu e em que o Estado canaliza os seus recursos para projectos faraónicos, a esquerda tenha transformado a liberalização do aborto em grande desígnio nacional.
Por ser assim, vale tudo: vale usar o aborto como arma de arremesso contra a direita na tentativa de unir a esquerda, vale alterar a lei do referendo à medida duma obscura conveniência eleitoral, vale ultrapassar as regras da Constituição, enfim, vale o que for preciso.
Há muito que me apetece partilhar as minhas irritações com o argumentário da esquerda radical (por onde andará a outra?) e com o da direita beata e fundamentalista. Mas o meu espírito jurídico sobrepõe-se por vezes ao meu espírito liberal – confissão que decerto me habilitará a ser definitivamente votada ao ostracismo pelos puristas da doutrina, mas paciência – e esta é uma dessas vezes. Num Estado de Direito Democrático, as regras são para cumprir, e a Constituição, mesmo que herdada do PREC, não é para brincar.
Deixo assim para depois – não me faltará tempo, já que a novela do referendo, como se verá, está para durar – o relato das minhas impressões sobre a substância do problema. Hoje, dedico-me à forma:
1 - A Assembleia da República, nesta sessão legislativa e no uso das suas competências, iniciou um processo referendário, aprovou a pergunta a formular aos portugueses e apresentou a respectiva proposta ao Presidente da República. Este, por sua vez, também no uso dos seus poderes, recusou a referida proposta.
2 – Simultaneamente, e não obstante a decisão de consultar os eleitores sobre a matéria, a Assembleia da República iniciou um processo legislativo que visa a descriminalização do aborto e sua liberalização da sua prática até um número determinado de semanas.
3 – Duas notas há a salientar a propósito: por um lado, e ao invés do que por aí tenho ouvido dizer, em parte alguma da lei se determina que um processo referendário seja acompanhado de um processo legislativo em curso: pelo contrário, isso viola o espírito dos referendos, transformando-os em verdadeiros plebiscitos à vontade da Assembleia da República; por outro lado, o mínimo que se exige, caso ambos coexistam temporalmente, é que sejam coincidentes os sentidos de um e de outro: convém lembrar que a pergunta do referendo, caso fosse aprovada, apenas permitiria a descriminalização do aborto até às 10 semanas, enquanto o projecto de lei aprovado na Assembleia prevê a sua liberalização até às 16 semanas.
4 – Entretanto, o Partido Socialista lembrou-se, não obstante a recusa do Presidente da República, de arranjar forma de tornar viável o referendo ainda este ano civil, promessa que o Eng. Sócrates fez ao país.
5 - Sucede que, se tal calendário é manifestamente impossível – mesmo com a alteração que hoje se pretendeu efectuar à lei do referendo – ele também é manifestamente inconstitucional. De acordo com o n.º 10 do art. 115º da CRP, as propostas de referendo recusadas pelo Presidente da Republica só podem voltar a ser apresentadas na sessão legislativa seguinte. Ora, ao contrário do que pretende o Partido Socialista, hoje não se encerrou qualquer sessão legislativa: uma vez que cada legislatura apenas pode ter 4 sessões, e que, nos termos do n.º 2 do art. 171º da CRP, em caso de dissolução do Parlamento, a legislatura tem a duração de 4 anos acrescidos inicialmente do tempo que faltava para completar a sessão em curso à data da tomada de posse da nova Assembleia, é claro que a sessão que se iniciou a 10 de Março de 2005 só terminará em Julho de 2006. De outra forma, ou teríamos 5 sessões legislativas (o que a Constituição veda de forma indiscutível) ou a 4º sessão legislativa duraria de Setembro de 2007 a Outubro de 2009 (o que, além de absurdo, evidentemente contraria o disposto naquele n.º 2 do art. 171º da CRP).
6 – Temos pois, para conclusão intercalar, que à luz da CRP – como de resto, certamente o Tribunal Constitucional terá oportunidade de esclarecer – qualquer tentativa de referendar o aborto antes do Outono de 2007 será um fracasso.
7 – Acresce que a lei do referendo é uma Lei Orgânica, o que significa que só pode ser alterada com mais de 2/3 dos votos dos deputados em efectividade de funções. É um facto que hoje se votou a alteração apenas na generalidade. Mas não resisto a perguntar como será que o Partido Socialista se prepara para comprar os votos que lhe faltam, na votação final global, para conseguir esta alteração “a la carte”.
8 – No meio deste complexo emaranhado de normas, parece que o CDS conseguiu demonstrar que, mesmo que as violações à CRP não fossem grosseiras, o referendo, para se fazer este ano, tinha de se fazer no dia de Natal…

Posto isto, tenho uma dúvida: se não houver referendo, quem é que o Partido Socialista vai culpar desta vez? Ou será que, afinal, o Partido Socialista só vai levar a sério a consulta quando tiver a certeza de que ganha? Por mim, pode ser já. Já não quero saber do resto, fui vencida pelo cansaço…e pelo enjoo.
-FCP-

ABORTO E RELIGIÃO

O PS quer alterar a lei para poder haver referendo do aborto ainda este ano. Para que sejam cumpridos os prazos da nova lei, só há um domingo em que é possível fazer a consulta.
Adivinham qual?
25 de Dezembro.
E depois somos nós que misturamos o aborto e a religião!
-JA-

THE DAY AFTER - DISCURSO DIRECTO

Email recebido por um amigo também no Programa NetworkContacto:
"THE DAY AFTER
Acho que depois de um dia como o de ontem, é conveniente fazer um relato do que se passou, na primeira pessoa.
Aliás, mais do que um relato do que foi o meu dia, vou tentar exprimir o que senti e o que vi.
Eu vivo mesmo em frente à estacão de Aldgate. Tão em frente, tão em frente, que, estava eu a sair de casa de manhã quando sinto o meu prédio a abanar de uma forma anormal. Não posso dizer que tenha sentido um abanão estrondoso ou um barulho ensurdecedor, mas foi completamente anormal e violento.
Não me apercebi do que se estava a passar até chegar ao trabalho. Só aí, começo a ver as pessoas a chegar atrasadas e a dizer que as estações de metro nas redondezas estavam fechadas. As associações começam a ser feitas... recebo um telefonema da minha mãe bastante preocupada a dizer que tinha havido atentados em Londres... A partir daqui foi uma maratona de emails.
Tentar localizar as pessoas, avisar namorada e amigos do que se estava a passar e que eu estava bem. Até que, finalmente, no site da BBC aparece a confirmação da notícia e vejo uma imagem da estação de King's Cross como uma das mais afectadas. Ora eu tenho um amigo a viver nessa zona e que apanha o metro todos os dias a essa hora para ir trabalhar... Foi neste momento que eu senti definitivamente o atentado. Nao me apercebi da dimensão nesta altura, mas senti muita apreensão. Comecei a sentir total impotência...
Estava mais ou menos confiante de que a probabilidade de quase todas as pessoas que conheço aqui estarem numa das estações afectadas era miníma. Com excepção do Matos (o de King's Cross). Impossivél contactá-lo. Nao havia telefones móveis, ele não respondia a emails e durante 45 minutos nada de notícias dele.
Entretanto, íamos recebendo notícias de que os elementos do programa Contacto estavam todos bem. Finalmente, consigo contactar o Matos - tinha ido para a noite no dia anterior pelo que se levantou mais tarde para ir trabalhar... Ainda dizem que o álcool faz mal... A partir daqui foi seguir as notícias... E trocar mais alguns mails a dar conta da situação.

É de realçar a forma como todos nos nos organizamos para localizar as pessoas. O Carlitos em Chichister, a Ana Oliveira (ICEP, para quem não sabe), em Portugal, com uma disponibilidade tremenda , C8's (oitava edição do programa NetworkContacto - a decorrer) e C7's (sétima edição do mesmo programa) em perfeita consonância. Criou-se muito rápidamente uma estrutura em que todos estavam a lutar pelo mesmo. Todas as empresas Portuguesas fossem assim e não havia falta de produtividade...
Saí do banco em direcção a casa, e claro: barrado pela polícia. Comecei a tentar arranjar soluções e encontrar sítios onde dormir caso durante a noite não conseguisse entrar. Por volta das dez da noite lá convencemos um polícia a deixar passar e entrei em casa finalmente...
Entrei em casa, relaxei. Só nessa altura me apercebi da dimensão do que se tinha passado... Começámos a olhar para trás e a colocar os "ses": Se tivesse acordado mais cedo, se tivesse a chover... Senti que não teria sido necessária a conjugação de muitos factores para eu estar no Metro áquela hora... Não foi fácil!!! Demorou a adormecer...
Sabem que quando cheguei a Londres em Janeiro, uma das coisas que mais me impressionou, foi a agressividade da cidade. Muito movimento, sirenes por todo lado, pessoas que não se conhecem a cruzarem-se com a maior indiferença, avisos em todas as esquinas, metros lotados com constantes avisos para não abandonar malas sobre qualquer pretexto... Foi um choque! Principalmente para quem vem de Sanguedo... Acabamos por nos habituar ao ritmo e sentimos facilidade em criar o nosso espaço numa cidade cuja cultura é ser acultural... Mas de facto, uma das primeiras sensações foi mesmo esta: agressividade!

No dia de ontem nada disso aconteceu. As pessoas olhavam-se nos olhos. A indiferença que é permanente nesta cidade, e penso que em todas as grandes cidades, não existia. Toda a gente tinha um sentimento comum. Estava uma cidade completamente transformada. Notava-se que mesmo sendo os Ingleses um povo duro e habituado ao terrorismo sabia que este não era igual. Tinha chegado o dia em que Londres depois do 11 de Setembro tinha sido um alvo...Toda a gente sabia que isto um dia tinha que acontecer. Esse dia foi ontem...
Beijos e Abraços a todos de Londres,
João Lei"
O João é um amigo que como eu está a participar no Programa Contacto e foi colocado em Londres no European Bank for Reconstruction and Development (EBRD). Recebi este mail seu esta manhã.
-MB-

THE DAY AFTER


Infelizmente, já nos vamos habituando aos dias seguintes a este género de ataques cobardes contra gente inocente

Foi assim, em Nova Iorque, em Madrid e agora em Londres. Por isso, assistimos hoje, ao regresso à normalidade possível, ao curar das feridas e à homenagem aos inocentes que perderam a vida, tudo porque uns fanáticos religiosos dão ouvidos a dementes mentais.

Mas não podemos baixar os braços e devemos continuar a combater o terrorismo que cada vez mais se apresenta bem organizado e preparado para actuar em qualquer ponto do globo.

-AB-

quinta-feira, julho 07, 2005

WAY TO GO

A não perder, o comovente post do Fernando.
Perante o horror e o drama, a coragem e a lucidez de quem podia simplesmente estar com saudades de casa.
Por aqui, sentimos a vossa falta. No meio desta barbárie, é um conforto saber que estão bem. Beijinhos para ti e para a Sofia.
-FCP-

FREEDOM SHALL PREVAIL

Longe da blogosfera, constato, à hora de almoço, que o mundo livre voltou a ser sacudido por uma onda de violência cuja dimensão era ainda desconhecida.
O alvo é Londres. Um dia depois da euforia da vitória no COI, no dia em que a pobreza do 3º mundo é discutida pelo G8.
Dou conta do contraste. Percebo o paradoxo.
Interrogo-me sobre o que pode justificar tamanha atrocidade. Pergunto-me em que espécie de mundo vivo. Não tenho resposta. Não percebo o que pode levar um ser humano, seja a pretexto de uma suposta vingança ou de uma obscura tentativa de domínio civilizacional, a eliminar o seu próximo desta forma fria e cruel. Próximo que ele desconhece. Desconhece a sua etnia, convicção política ou crença religiosa. Desconhece o seu modo de vida, o número de filhos ou as dificuldades com que vive. Desconhece o seu rosto. Mas sabe o mais importante: sabe que se trata de uma vida, cuja morte ele transforma em medalha.
Enquanto tento compreender as contradições da natureza humana, e assisto, impotente, ao olhar aterrorizado dos londrinos, lembro-me do Fernando Albino. Nesse instante, a sua voz familiar tranquiliza o meu coração - em directo, oiço-o na SIC Notícias a relatar a tragédia na primeira pessoa. Retenho o mais importante da sua mensagem: mesmo com as feridas da tragédia, a corajosa Londres regressará em breve à normalidade porque ninguém está disposto a abdicar da sua liberdade.
Resta saber de quantas mais vidas teremos de abdicar - no "mundo ocidental" e nos outros - para a preservar.
-FCP-

LOCALIZAÇÃO E HORA DAS 4 EXPLOSÕES

Nota: "clicar" na imagem para aumentar


-ZPA-

EM NOME DELES













Em nome daqueles que sofreram em Nova Iorque, em Madrid e, hoje, em Londres, não podemos ter medo.
O seu sofrimento tem de ser fonte da nossa força na luta contra o terrorismo.
Poderá parecer discurso de ocasião e políticamente correcto. Mas, infelizmente é a Liberdade que está em causa.

-JA-

LIFE MUST GO ON…

Em Londres, começou o regresso a casa (a pé!) e foi tornado público o primeiro balanço oficial das vítimas provocadas pelos atentados: 33 mortos, 300 feridos ligeiros e 45 feridos graves.

Há um grupo de cobardes com as mãos cheias de sangue… Sangue de inocentes “commuters”.

Atrás da Inglaterra há um imenso mundo livre que não está disposto a render-se.

Life must go on…

-ZPA-

DÚVIDA CARPINTEIRA



Guantánamo o quê!?!?!?

-MB-

PARTIDO EM DOIS


Segundo algumas testemunhas da explosão no autocarro, a parte superior do veículo “voou” ficando aberto “como uma lata de sardinhas”.

-ZPA-

OS CLIENTES DO ANTIGO ESTÃO ENCANTADOS COM A POSSIBILIDADE

Em entrevista à SIC, Marques Mendes fala da Ota como uma afronta aos portugueses e um novo elefante branco.

-ZPA-

THEY WILL NEVER SUCCEED

O SILÊNCIO DOS INOCENTES



Alguém me pode explicar,por favor, onde estão as fardas e as armas destas pessoas.

-AB-

INFO (PARA OS AMIGOS)

Depois de escrever o “post” anterior, vi no Quinto que, por 5 sagrados minutos, está tudo bem com o Fernando e com a Sofia.

Um abraço para eles dos amigos (agora mais descansados).

-ZPA-

UM BLOG TEM QUE SERVIR PARA ISTO

Fernando, está tudo bem?

-ZPA-

GUERRA DE NOVO

11 de Setembro
11 de Março
7 de Julho
Três datas escritas com o sangue de inocentes por reles cobardes!

-AB-

WHERE IT IS HAPPENING

Scotland Yard have confirmed reports of explosions at the following Underground stations:Edgware Road, King's Cross, Liverpool Street, Russell Square, Aldgate East and Moorgate.

There are two confirmed reports of explosions at Russell Square and Tavistock Place.An eyewitness said there had been a second explosion at Russell Square, while union bosses said there had been a third blast.

-ZPA-

COBARDES!!


-ZPA-

LONDON UNDER ATTACK



Quando as bombas explodem no metro e na rede de autocarros num curto espaço de tempo, a intenção é atacar pessoas.

Cobardes!

-ZPA-

quarta-feira, julho 06, 2005

ÓH FACH' VOR

Peço desculpa, não estou a incomodar, não?

É capaz de me dizer se afinal os impostos ainda vão aumentar, outra vez, até 2009?

É só p'ra saber?

Obrigadinho.

-JA-

GOD SAVE THE QUEEN



Porque é que é tão bom ver uma derrota francesa contra os velhos rivais do Canal!?

Au revoir Paris

-JA-

DO DEBATE DO O.E. RECTIFICATIVO (JÁ RECTIFICADO)

O Ministro das Finanças não garante aumento real dos salários da função pública, mas (quase que) garante novo tsunami de impostos.

Ontem, em entrevista-comício, José Sócrates garantia que não haveria aumentos de impostos até 2009.

Será que eles falam uns com os outros?

-ZPA-

O ESTADO A QUE CHEGAMOS

Hoje é aprovado o Orçamento Rectificativo. Hoje não é, portanto, um bom dia para o País.
Penso que o mais grave não está nas sucessivas rectificações ao Rectificativo, nas inúmeras trapalhadas que se sucederam a uma velocidade alucinante, nem sequer no aumento de impostos em si mesmo.
O mais grave é a concepção de Estado que preside a este Orçamento. Um Estado que se propõe alcançar a consolidação das finanças públicas através do aumento da receita, e não da diminuição da despesa. Um Estado que aposta no investimento público, enquanto asfixia o investimento privado com cargas fiscais insuportáveis e burocracias impraticáveis. Um Estado que disfarça o desemprego provocado pelo aniquilamento da economia privada, com obras públicas faraónicas.
É o Estado a que, infelizmente, chegamos.
-CM-

CONFISSÃO

Sempre que a França perde, eu fico contente…
-ZPA-

segunda-feira, julho 04, 2005

UM ANO

Que fique só da minha vida
um monumento de palavras
Mas não de prata Nem de cinza
Antes de lava Antes de nada
Daquele nada que se aviva
quando se arrisca uma viagem
por entre os pântanos da ira
além do sol das barricadas
Ou quando um poço que cintila
parece o tecto de uma sala
Ou quando importa que se extinga
dentro de nós a inexacta
irradiação que vem das criptas
em que o azul nos sobressalta
em que à penumbra se diria
que se acrescenta o som das harpas
Ou quando a terra não expira
senão segredos feitos de água
Ou quando a morte nos avisa
Ou quando a vida nos agarra

[DAVID MOURÃO-FERREIRA]

-FCP-

UM ANO

Um ano. Tanto e tão pouco tempo…

Tantas vezes nos lembrámos de ti e te sentimos longe. Tantos dias passaram com a tua falta. Tanto tempo se consumiu preso à saudade e refém da perda.

Tanto tempo concentrado aqui onde nós estamos e não te vemos. Tanto tempo sem ver além, sem sentir mais do que ver.

Tão pouco tempo de noção da tua presença, agora diferente. Tão pouco tempo para tomarmos consciência desta mudança tão inesperada.

Tanto e tão pouco tempo para quem ficou a falar de ti, e ainda procura a forma de falar contigo.
-JA-

UM ANO (II)

"A morte não é nada, eu só passei para o quarto ao lado.
Eu sou eu, tu és tu, o que nós éramos um para o outro nós seremos sempre.
Chama-me como tu sempre me chamaste, fala comigo como sempre o fizeste, não uses um tom diferente, não fiques com um ar solene ou triste. Continua a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, ri-te, pensa em mim, reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa como ele sempre foi, o fio não está cortado. Porque estarei eu fora dos teus pensamentos, simplesmente porque estou fora da tua vista?
Eu espero-te, eu não estou longe apenas do outro lado do caminho, no quarto ao lado.
Tu que aí ficaste, segue em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.
Como vês está tudo bem!"
Santo Agostinho
-MB-

UM ANO

"Many that live deserve death. Some that die deserve life. Can you give it to them, Frodo? Do not be too eager to deal out death and judgment. Even the very wise cannot see all ends."
Gandalf the Grey in, "Lord of the Rings" - Tolkien.
-MB-

domingo, julho 03, 2005

CONCENTREMO-NOS NO ESSENCIAL

À medida que o modelo em que actualmente vivemos vai provando as suas contradições, vai ganhando força, em todos os fora, a convicção de que só uma política virada para a criação da riqueza, que promova o emprego e a inovação, onde a intervenção do Estado se reduza ao indispensavel, assegura realmente o bem estar comum.
Se essa crescente adesão aos ideiais do liberalismo é de apreciar e promover, já o azedume com que alguns supostos liberais, convencidos da sua pureza doutrinária, a têm recebido, me parece de evitar.
Não sei se esta "vaga liberal" é genericamente utilitária, táctica, estratégica, convicta, genuína ou resignada. Sei que é um sinal inequívoco da falência do Estado Providência. E sei também que por muito mediática que se tenha tornado nos últimos meses, ela é ainda muito incipiente para que se abram já fracturas no seu interior.
O caminho da transição para um modelo liberal parece-me um caminho longo e díficil: os eleitores, que na sua maioria vivem de prestações do Estado, não querem ouvir falar de perder privilégios; os partidos, por sua vez, vocacionados para a conquista do poder, não estão dispostos a perder votos com propostas impopulares. Admitindo que, em democracia, não é possível a substituição do actual modelo sem a adesão da maioria dos agentes políticos, talvez fosse útil que todos se empenhassem na promoção da mensagem, em vez de desperdiçarem energias a combater os seus protagonistas.
Aceitando o tradicional cepticismo com que qualquer novidade é recebida - mesmo na direita liberal - sugiro aos mais inflamados divulgadores da ideia de que o movimento "Noites à Direita- Projecto Liberal" pretende golpes de estado partidários, é dominado por forças ocultas ou não tem na sua origem convicções suficientemente sérias, que façam o favor de marcar presença no Café Nicola no próximo dia 5 de Julho. A participação de todos é maior prova de autenticidade, independência e eficácia que podemos invocar.
-FCP-

ARTE DA FUGA

sexta-feira, julho 01, 2005

ESPANHA INOVA NO SECTOR DOS SERVIÇOS

Depois da boda do Rei a indústria casamenteira, explora também a boda do gay!!!!

-MB-

O ICEP ERROU

Cá vai, com carinho, a correcção ao anúncio do ICEP.

Onde está www.portugalinbusiness.pt/it deve ler-se http://www.portugalinbusiness.com/. É um erro de domínio... Um mau domínio das novas tecnologias.

Nota: Origado ao Braap pela dica.

-ZPA-

AS CONTAS SOCIALISTAS


Afinal parece que o sábio Constâncio também não sabe fazer contas. E vai daí engana o país e diz que o défice é uma coisa quando afinal é mais baixo.

Ficámos assim a saber, hoje, que os socialistas não sabem fazer contas. Lembram-se do Guterres? E do erro que afinal é apenas uma incorrecção do actual Ministro das Finanças no Orçamento Rectificativo?

Pois é! Para evitar mais erros deste género proponho aqui o lançamento de uma campanha a favor da angariação de fundos para a oferta, a tudo o que é dirigente socialista com responsabilidades públicas, de uma máquina de calcular.

-AB-

PORTUGAL EM CHOQUE (TECNOLÓGICO)

O ICEP publica, nas revistas “TIME” e “The Economist”, um anúncio que exorta as tecnologias de informação e inteligência artificial desenvolvidas em Portugal.

Este mesmo anúncio encaminha os leitores para uma página (www.portugalinbusiness.pt/it) que pura e simplesmente não existe.

Das duas uma: ou o choque foi tão grande que um corriqueiro Internet Explorer não é suficiente para aceder à dita página ou a coisa é mesmo muito ridícula. Ridícula e esclarecedora da "enorme" qualidade das “tecnologias de informação desenvolvidas em Portugal”.

A palhaçada custa 16 mil contos por semana…

-ZPA-