quinta-feira, junho 30, 2005

DÚVIDA EXISTENCIAL

PROJECTO LIBERAL "NOITES À DIREITA" II

Nos nossos “links” já está o Direita Liberal, blog das “Noites à Direita”.

Uma palavra especial de acicate cá da casa para o PPM e para a nossa ponta de lança, tão mortal como o Nuno Gomes (por mais incrível que isso pareça!), neste novo projecto: a FCP.

-ZPA-

PROJECTO LIBERAL "NOITES À DIREITA"

"Está a chegar o tempo de uma direita que não se revê em velhos costumes e bandeiras ultrapassadas" – diz Leonardo Mathias, um dos promotores do movimento Projecto Liberal "Noites à Direita". E diz muito bem!

O que se pretende é abrir a direita a um discurso mais liberal" de forma a que possa apresentar-se no futuro com propostas "mais claras, mais reformistas" – diz António Pires de Lima, outro dos promotores deste projecto. E diz muito bem!

Por mim, está arrematado.

Sejam bem-vindos.

-ZPA-

A VER NAVIOS

O Governo está hoje reunido, para celebrar os 100 dias da aprovação do seu programa.
O cenário escolhido foi o Forte de São Julião da Barra, em Oeiras. Um cenário grandioso tal como a expectativa, porque se espera o anúncio de um plano de 20 mil milhões de euros em investimentos públicos.
Mas, pelo que já ouvi e vi esta manhã, nas rádios e televisões, parece que ainda não é hoje que o Primeiro Ministro vai conseguir dar uma boa notícia aos portugueses, por ser necessário fazer acertos de última hora. Por certo, não será necessário corrigir qualquer erro, apenas alguma incorrecção nas contas feitas.
Assim, como nada devem ter para anunciar e como o balanço da sua actividade será positivo, sempre podem ficar na varanda do forte a ver passar os navios e para a fotografia final teremos o vasto e largo mar como pano de fundo.
-AB-

A NÃO PERDER...


É inaugurada amanhã no CCB a exposição “Espelho Meu, Portugal Visto por Fotógrafos da Magnum”.

De Cartier-Bresson a Susan Meiselas, a exposição é uma selecção de imagens realizadas por fotógrafos da famosa agência Magnum em Portugal ao longo dos últimos 50 anos.

-ZPA-

quarta-feira, junho 29, 2005

CONSIDERE-SE CONVIDADO




"Noites à Direita" tem o prazer de o convidar para participar no debate “A Direita e a Liberdade”, pelas 20h30 do próximo dia 5 de Julho, no Café Nicola, em Lisboa. Vicente Jorge Silva é o agente provocador de uma conversa sobre a direita, para discutir tudo. O director do “Diário de Notícias”, Miguel Coutinho, vai tentar moderar as vozes de António Pires de Lima e de todos os outros convidados, incluindo a sua. Contamos consigo.
O Projecto Liberal "Noites à Direita" é promovido por António Pires de Lima, Leonardo Mathias, Luciano Amaral, Paulo Pinto Mascarenhas, Pedro Lomba, Rui Ramos e por mim própria.
Esperamos vê-lo por lá.
-FCP-

DESTRUNFAR

Neste “post” insurgi-me contra a assunção de toda a problemática do aborto apenas como arma de arremesso político da esquerda contra a direita (e vice-versa).

De passagem, apelidei os participantes “normais” na discussão da IVG de fanáticos.
Mera constatação de facto… Senão vejamos:

- Não admitir o recurso ao aborto mesmo em caso de violação, mal formações graves do embrião e risco de vida da mãe, como algumas vezes por ai vemos, é fanatismo.

- “Matar uma criança no seio materno ainda é mais violento do que matar uma menina aos cinco anos” – a comparação feita pelo padre Domingos Oliveira durante a missa de 7.º dia de Vanessa Pereira, a criança alegadamente maltratada até à morte pelo pai e pela avó paterna, é fanatismo.

- O argumento “o corpo é meu, faço com ele o que quiser”, é fanatismo.

- Dizer que “a despenalização vai encher lixeiras de bebes mortos”, como fez em tempos reitor do santuário de Fátima, é fanatismo.

- Invadir as galerias da AR e insultar os deputados é fanatismo.

- Não querer discutir quando é que cientificamente começa a vida (questão magna para o “sim” e para o “não”), é fanatismo.

- O “Barco do Aborto” e todo o circo montado à sua volta, foi fanatismo

- A redução de problemas tão complexos como o da IVG a uma redutora escolha entre um qualquer “sim” e um qualquer “não”, é fanatismo.

- Abreviar a discussão do aborto apenas a uma questão religiosa ou moral, é fanatismo.

Muitos outros exemplos haveria…

O meu amigo JA, neste “post”, pergunta se também ele, rapaz com posição clara sobre a matéria, é fanático.

A resposta é não. O João e muitos outros são excepção… pena não serem regra.

-ZPA-

VOLTAR A DAR

Há muitos assuntos sobre os quais a discussão já não se faz sobre o objecto dos mesmos mas sim sobre toda a sua envolvência. O aborto é um desses casos.

Sempre discuti esta questão que, de facto, me interessa. Sempre o fiz baseando a minha opinião em princípios, valores e na análise de circunstâncias, como sempre faço. Tenho uma posição clara que penso transmitir com serenidade e oportunidade. Não sou diferente a discutir aborto ou manuais escolares, por muito que isso choque alguns (esses sim) fanáticos.

É por isso que não compreendo porque é que quem tem uma posição clara nesta matéria há-de ser considerado fanático. Muito menos o compreendo nesta altura.

Sou contra o aborto tal como o dizem ser todos os que intervêm nesta matéria.

Concordo com a actual legislação porque a acho um bom compromisso entre a defesa de um princípio fundamental e o equilíbrio da vida social.

Não acho necessário realizar um novo referendo mas se este vier a existir farei campanha e votarei serena e coerentemente.

É esta a minha posição sobre o aborto. Será que sou fanático?
-JA-

O QUE EU QUERIA DIZER...

...Mas não fui a tempo.
Aqui e aqui.
-FCP-

BARALHAR

A discussão do aborto está, miseravelmente, entregue a fanáticos. Dos dois lados! Tornou-se conversa de surdos, pouco esclarecedora, invadida por argumentos extremos, transformando-se em arma de arremesso político.

Falar sobre o aborto é, normalmente, iniciar uma batalha até à morte, onde não são admitidas tréguas enquanto alguém respirar.

Optei sempre por fugir a esta discussão. Não pelo tema, mas pelo tipo de comportamento que é exigido a quem o discute. Tenho a minha opinião, que se transformou, com a soma das barbaridades que por aí se dizem, em pessoal e intransmissível.

Hoje, o tema voltou aos escaparates. E voltou porque, no final da reunião entre o PM e o Grupo Parlamentar do PS para discutir o Orçamento de Estado Rectificativo, a decisão de apresentar um projecto de lei que altere os prazos de convocação de referendos, era o que tinham para anunciar. Mais uma vez, o aborto é parte integrante de uma estratégia política, de uma triste encenação que em nada protege quem se depara com este problema.

Falar hoje do aborto, principalmente da forma que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista o pretende fazer, serve para baralhar; serve para desviar atenções da discussão de um Orçamento de Estado atabalhoado que deixa feridas profundas na credibilidade e na competência do Governo; serve para tentar unir a esquerda que surge cada vez mais desavinda; serve para colar o referendo às eleições presidenciais.

É baralhar para respirar… Maltratando quem, como eu, vê o carimbo de “urgente” no dossier aborto.
-ZPA-

CARTA ABERTA AO PEQUENO DINIS MARIA

Caro Dinís Maria,
Escrevo-te estas linhas num misto de solidariedade e apelo. Sei que não deve ser fácil conviver com esta situação de indefinição que os senhores maus do PS criaram ao senhor teu pai.

Só gente sem a mínima noção das coisas pode achar que o senhor teu pai é arrogante, prepotente, antipático ou até incompetente. De facto, esses senhores do PS de Lisboa não merecem o senhor teu pai. Duvido até que alguém mereça, mas graças a Deus ele continua a dar-nos o privilégio de nos brindar com esmolas da sua sabedoria e segundos da sua atenção. Quanta generosidade.

É em nome dessa generosidade, com que o senhor teu pai nos brinda, que te peço que não o deixes ir-se abaixo. O senhor teu pai é fundamental para esta campanha. Todas as suas qualidades são essenciais para que o povo avalie convenientemente o PS nestas eleições. E, se no final, ele não ganhar ficará provado que o PS, o povo, Lisboa, Portugal e o Mundo não sabem dar valor a uma das suas inteligências mais brilhantes.
Um forte abraço amigo e solidário do
-JA-
PS: Peço desculpa de não falar na senhora tua mãe mas os senhores maus do PS acham que isso pode tirar votos.

ANAFADO ESTADO II

E eu que achava que um dia podiamos ser aquilo que afinal somos na nossa essência: pessoas.
Agora já nos contentamos em poder ser um bocadinho cidadãos. Triste consolo...
Já não há tempo para idealismos. O império do Estado é imparável.
Tudo pelo Estado, nada contra o Estado. Até à falência total.
-JA-

terça-feira, junho 28, 2005

PONTO DE SITUAÇÃO

-MB-

ANAFADO ESTADO

Com tanto Estado, somos cada vez mais contribuintes e cada vez menos cidadãos.

-ZPA-

COEFICIENTE DE CAGANÇO

Esses senhores do Ministério das Finanças devem ter estudado nas Faculdades de Engenharia. Aí sim, faziam-se contas por alto, admitiam-se tolerâncias, e nos casos mais complicados aplicávamos o afamado "coeficiente de caganço". E o que é exactamente este CC?
Velho conhecido dos praticantes da arte, é comum a malta recorrer ao coeficiente de caganço quando "lhe cheira" que pode ter metido água nos cálculos efectuados. É normal quando se projecta qualquer peça de engenharia, estamos na esfera dos números a dimensionar um engenho real constituido por materiais que apresentam tolerâncias e comportamentos ligeiramente diferentes uns dos outros.
Assim, não era raro ver soluções deste tipo: "Variável"= x +/- 5%.
Confortável este coeficiente de caganço, sempre a jeito de branquear qualquer imprecisãozita!
Infelizmente, uma peça financeira não é um projecto de engenharia. A uma peça financeira pedem-se contas certas e expeditas, não imprecisões ou outro tipo de calinada de nome fino.
Um número é um número: 6,83% são 6,83%. 50,1% não são 49,2%!
Este é um exemplo de como o recurso ao coeficiente de caganço pode dar, definitivamente, numa grande merda!
-MB-
PS: Bonito nome para um post sobre o Barnabé. Ver aqui.

MAS ESTÁ TUDO DOIDO??!

Tal como os dois posts anteriores também este será sobre o “erro”. É que eu estou muito confuso com tudo isto.
Convido-os a um exercício de imaginário.
O Ministro das Finanças é Professor Universitário o que a meu ver pode explicar muito do insucesso escolar das nossas Universidades. A coisa poderá passar-se muitas vezes assim: o aluno entrega o exame com todas as respostas preenchidas. Acontece que uma das respostas, que nem é a que tem a cotação máxima, está errada e o valor não está correcto. Para o nosso Ministro das Finanças a resposta está errada mas como para ele não é a mais importante, vai dar a cotação máxima à pergunta.
O resultado é que o melhor aluno do curso, aquele que realmente teve tudo certo, vai ter a mesma nota do tipo que andava a tentar ser o melhor aluno e “só” errou aquela questão que “até nem era a mais importante”. Estão a ver a ideia???! Estão a ver o ridículo da coisa???!
Não vou falar da gravidade que uma má informação económica, que o efeito de um ERRO destes traz para as contas públicas. Isso deixo para quem sabe muito mais do que eu. Eu estou é verdadeiramente espantado com as justificações do ministério a tentar minimizar o erro.
Tal como o outro dizia, “um escudo é um escudo”. Aqui, também um erro é um erro. Mas um erro num documento oficial por mais pequeno que seja será sempre um “pormaior” e não um pormenor. Um documento oficial poderá (não deverá!) ter gralhas. Mas nunca poderá ter erros!
Quererem esconder esta questão é quererem fazer-nos passar por parvos.
Provavelmente, o quadro 6.1 foi elaborado pelo aluno da minha história inicial, o tal que tinha errado uma “perguntita”. Se o quadro tivesse sido preenchido pelo melhor aluno até à altura desta história, talvez a coisa tivesse sido diferente e a trapalhada não tinha existido.
É uma pena que esse outro aluno (o bom...) tenha deixado de estudar depois de ter assistido à injustiça das notas e agora trabalhe no muito digno sector da restauração!

-GLX-

POR FAVOR ACORDEM-ME MAIS TARDE

O país político segue, alegremente, nas suas discussões profundas e produtivas sobre a sua própria essência. Discutem-se as contas do Estado e o estado das contas.

Sim, porque neste momento é indispensável que se discuta o Estado. Afinal, ele já pesa meio país. Ou será que não é meio? Bom, o PEC diz que não... Pois bem, mas o orçamento rectificativo diz que sim.
Em que ficamos?

Ora aí está uma contradição bem ao gosto do tuga. O que interessa é discutir o pormenor. Mas ainda melhor é gozar e abusar do erro do vizinho. Um Ministro que não sabe fazer contas vem mesmo a calhar.

Foi assim que hoje Portugal acordou, no existencial dilema de saber se o Estado pesa 49 ou 50 % no PIB nacional.

Peço desculpa, mas ninguém merece acordar assim. Estou-me nas tintas se o peso do Estado é 49 ou 50% do PIB, em qualquer dos casos é completamente inaceitável e inqualificável. É atrofiante. É sufocante. É paralizante. E é, acima de tudo, socialista.

Se é para isto: acordem-me mais tarde…

Deixem-me sonhar com um Estado pequeno e eficaz. Deixem-me sonhar com gente livre e empreendedora. Deixem-me sonhar com um Portugal produtivo e competitivo.
-JA-

segunda-feira, junho 27, 2005

É IMPORTANTE QUE TODOS PERCEBAM…

que, para o Governo, incorrecções não são erros:

"O Ministério das Finanças reconheceu hoje a existência de "incorrecções", e não de erros, na informação compilada pela Direcção-Geral do Orçamento e tratada num relatório apresentado juntamente com o orçamento rectificativo para 2005."

Encantadora, a justificação do "perseguido" Ministério das Finanças.
Depois da confirmação matinal da grande dificuldade que este Ministério tem em fazer contas, vem a confirmação vespertina da grande complicação que é expressarem-se em português. Segue o meu modesto contributo:

Erro: s. m., acto de errar; engano; equívoco; resultado falso; incorrecção; desvio do caminho; mau comportamento, desregramento; delito, culpa.

Incorrecção: s. f., falta de correcção; erro; qualidade de incorrecto.

Eu não estou pasmado, estou abismado…

-ZPA-

IMPLOSÃO

O termo plural, quando utilizado para qualificar um fórum de discussão, pode traduzir pluralidade de opinião no sentido de promover o confronto de ideias e o debate. Ou, pelo contrário, pode limitar-se a implicar uma ideia de multiplicidade de contributos e de autores, afinado pelo mesmo acorde.
Devemos, assim, assinalar este pequeno - mas importante - pormenor. Ser plural não implica necessariamente ser variado, moderno ou tolerante. Mais bem dito, não significa obrigatoriamente a promoção da existência de uma heterogeneidade de opinião que se espera enriquecedora.
O Barnabé, enquanto montra do BE na blogosfera, adoptou com astúcia essa pluralidade. Vendeu como "plural" um produto para o qual contribuiam vários autores afinados num acorde. Quando um aparente erro de casting quebra a "disciplina partidária", tomando pluralidade por heterogeneidade, a casa vem abaixo.
O Barnabé não tem por que ser um forum de opinião, sem qualquer critério "editorial", sem uma linha ou sensibilidade política. Tem donos e, como em tudo que é propriedade privada, eles que façam dele o que entendem. Não podem é pretender ser o que não são e nunca serão.
O Barnabé implodiu. Como todos os regimes de sentido único na produção intelectual, implode vitíma de si mesmo e da sua intolerância. Sem processos disciplinares, é certo, mas intolerante.
Descanse em paz.
-MB-
PS: É urgente que uma rapaziada qualquer assegure a ocupação do espaço agora vago. A blogosfera já não passa sem um cheirinho a erva.

FORÇAS DE BLOQUEIO

Parece que o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) coloca dificuldades intransponíveis ao OE Rectificativo.

Há menos de um mês, o Ministério das Finanças, em Bruxelas, responsabilizou-se que manteria a despesa total equivalente a 49,1% do PIB.
Na última sexta-feira, o Ministério das Finanças, em Portugal, anunciou que a despesa total seria fixada em 50,2% do PIB.

Um estranho caso em que o Ministério das Finanças é força de bloqueio do Ministério das Finanças.

Como dizia um antigo PM, é só (voltar a) fazer as contas…

-ZPA-

NORTEPARTY

O Nortadas completa dois anos de vida. Parabéns aos seus autores.

-FCP-

sexta-feira, junho 24, 2005

EU CÁ ATÉ NEM SOU DE INTRIGAS

Mas que andaria Luis Filipe Menezes a fazer na noite de S. João, na margem errada do Douro?
De acordo com relatos chegados cá a casa, era vê-lo a distribuir marteladas e a ser lambuzado de beijos pelas velhas que passavam. Tudo isto, repito, na margem errada do Douro.
Eu cá até nem sou de intrigas...
-MB-

EM LISBOA, NA RUA SÉSAMO

Diz o Independente que o pai do Dinis está a fazer birra!

O Dinis já diz “papá”, come a sopa toda e birras nem vê-las… O pai do Dinis não. Sempre estimou uma boa birra.

Esta coisa de brincar às campanhas está a ser muito maçadora:

- O pai do Dinis quer que o delegado de turma na assembleia municipal seja a Barbie; a concelhia de Lisboa do PS quer que seja o Ken.

- O pai do Dinis quer brincar com um qualquer “mind game” muito intelectual e só com intelectuais; a concelhia de Lisboa do PS quer brincar com os “Action Man” num qualquer bairro da cidade.

- O pai do Dinis diz que “cidadões” é uma palavra válida no Scrabble; a concelhia de Lisboa do PS diz que não.

- O pai do Dinis diz que tem uma composição (cheia de ideias) com 38.760 caracteres (dei-me ao trabalho de calcular: 6.10 páginas sem espaços); a concelhia de Lisboa do PS diz que a composição é fracota, “um vazio de ideias”.

- O pai do Dinis já tem a “Caderneta da Lista” cheia de cromos; a concelhia de Lisboa do PS quer trocar os cromos todos.

- O pai do Dinis não quer brincar com o “sonso” do Carmona nem com os “débeis mentais que não se interessam pelo essencial”; a concelhia de Lisboa do PS não quer brincar com o pai do Dinis.

O Dinis, que já diz “papá”, deve estar de cabeça perdida…

-ZPA-

quinta-feira, junho 23, 2005

AND NOW FOR SOMETHING COMPLETELY DIFFERENT!

Pedem-me para comentar as frases do Dr. Sampaio sobre a posição da banca face ao investimento em projectos inovadores (logo, de risco, quando se fala de investimento).
Confesso que tenho dificuldade em fazê-lo até porque o assunto já não é actual (já toda a gente falou do tema).
Deixo no entanto algumas notas.
O Presidente está em fim de mandato e acha por bem, em período de defeso, mandar uns foguetes para acordar a malta. O estilo é copiado (ver últimos meses do mandato do Dr Soares) e até poderia ter alguns méritos, não fosse alguma superficialidade com que as coisas são feitas.
Dizer que a banca não apoia projectos de risco é redutor e por vezes injusto. Dizer: “que pena não precisar de comprar carro pois agora é tão fácil” é infeliz com a agravante de ofender quem realmente não pode comprar carro, não importa de que tipo de “embuste” estejamos a falar…
Finalmente, fazer esta comparação não é intelectualmente correcto. O capital de risco é uma coisa muito séria (aliás, como o crédito automóvel) e envolve outro tipo de interpretações que não passam necessariamente pelo simples facto da banca investir financeiramente num projecto inovador.
O que para mim é mais grave e estrutural é que para o Dr. Sampaio, projectos inovadores são aqueles que envolvem empresas ligadas às TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação, para os leitores mais distraídos). Para o Dr. Sampaio e demais pessoas de responsabilidade, os projectos inovadores são aqueles que, e para caricaturar a coisa, envolvem meia dúzia de chips e pc’s e trazem um enorme sucesso comercial intra e além fronteiras. Ora, eu não digo que estes projectos não são bons. O que eu digo é que o Presidente só visita este tipo de empresas e ninguém é capaz de lhe dizer que arranjar novos processos na área da tinturaria e confecção (sim, ligados ao têxtil…) também é inovação; projectos ligados ao ambiente também são inovação (às vezes também se utilizam computadores…) and so on and so on.
O Presidente devia era falar de instituições (essas sim) vocacionadas para o Capital de Risco, como a API e indagar sobre o que tem sido feito ou ainda vai ser feito nesta área.
Não pode é cuspir para o ar e não esperar que a coisa lhe caia em cima.

-GLX-

ps: para as discussões sobre o partido, apenas deixo o fim do poema Liberdade do Pessoa.

...Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que istoÉ Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

DESCONTO DE TEMPO

Não acho que esta casa deva ser sede de discussões partidárias. O caminho que todos quisemos e queremos seguir é muito mais livre e, sobretudo, arejado.

As discussões em público sobre a vida interna dos partidos têm sempre uma desvantagem: são enfadonhas para quem pode partilhar os mesmos ideais mas não quer saber das tricas e truques do mundo dos partidos.

Confesso que este ping-pong sobre a actualidade do CDS me parece desnecessário. Não me parece que seja essencial para o país a discussão sobre eventuais “chapeladas” nas directas. Se alguém tem a convicção de que existiram tem meios jurídicos e políticos de o arguir nos orgãos próprios do partido, poupando o país a mais minutos e caracteres de CDS negativo. Por outro lado, não me revejo em lógicas inquisitórias que dão exactamente a mesma imagem negativa. O CDS é um partido democrático e nunca poderá enveredar pelo caminho da perseguição ou censura com base em delito de opinião.

Em suma, acho que não é tempo para oposições internas precipitadas nem para excessos de autoritarismo de quem por ter estado do lado vencedor se julgará dono da verdade.

O tempo é de trabalhar para que o CDS consiga liderar a oposição, e nem sequer está difícil conseguir esse objectivo. É tempo de subir o tom no Parlamento, de mostrar mais capacidade de intervenção no Caldas e sobretudo de ganhar terreno na preparação das autárquicas.

Será que dá para nos concentrarmos nisso?

-JA-

PS: Quanto ao epíteto atribuido ao nosso Miguel penso que está tudo dito, é um caso claro em que diminuição não afecta o destinatário mas sim o autor. Mas há-de ter sido sem intenção. Ou não…

RAPAZOLA

Fazendo eu parte da rapaziada e não tendo andado na JC (H)á (tenho a mania de não corrigir ninguém mas não me parecia bem dar um erro) mais de vinte anos, tive grande dificuldade em perceber o epíteto de “rapazola” dirigido ao MB num post do Nortadas.

À primeira vista pareceu-me uma tentativa de insulto.
Mas como me sinto muitas vezes atraiçoado pela minha primeira vista, tentei encontrar uma forma imparcial de descodificar a dita palavra. E encontrei:

Rapazola- s. m., rapaz espigado”
Espigado- que criou espiga; desenvolvido, crescido”


Era apenas um elogio ao estado de desenvolvimento do nosso MB.

Tenham calma, tenham muita calma.

-ZPA-

IMPERDÍVEL...

A lição de história que o Rodrigo dá aqui.

-FCP-

EU LAVO DAÍ AS MINHAS MÃOS…

Como o Hospital de S. João tem o dobro das infecções hospitalares que a média nacional, o preocupado Ministro Correia de Campos mandou os profissionais deste hospital lavar as mãos com mais frequência.

Óbvio que o prevalecimento de infecções no Hospital de S. João não tem nada a ver com as más condições do hospital, nem com a carência de profissionais de saúde que faz obviamente aumentar o ritmo de trabalho e torna “fácil” a escolha entre a torneira e o doente, nem com a ausência, por exemplo, de ar condicionado nas urgências do S. João.

Lavem as mãos e pronto…

-ZPA-

AÇORES INDEPENDENTE

Esta manhã, nem queria acreditar, quando ouvi a Ministra da Educação declarar a independência dos Açores.

Então, não é que a senhora diz que uma decisão de um tribunal dos Açores, o qual aceitou a providência cautelar interposta pelos professores, ordenando de imediato a suspensão do despacho do Governo Regional impondo a requisição dos docentes, não “respeita à República Portuguesa, portanto não respeita ao nosso sistema”.

Não respeita à República Portuguesa? Diz respeito a quê então?

Alguém no gabinete da senhora lhe dá um mapa administrativo de Portugal, para ela ficar a saber que Portugal é constituído pelo território continental e duas regiões autónomas. Ou seja, os Açores são parte integrante da República Portuguesa, logo as decisões dos seus tribunais também. Não existe um sistema judicial açoreano.

E é esta senhora Ministra da Educação. É assim que querem educar os nossos jovens, com estes belos exemplos vindos de cima.

-AB-

SORRISO PEPSODENT

O José Mexia não nos responde. Ao que parece, é porque não nos respeita. Já tínhamos notado. Como também nisso somos diferentes dele, vamos seguir o conselho que BLX deixou aqui.
But smiling... Smiling a lot!
-FCP-

quarta-feira, junho 22, 2005

E PARA ACABAR O DIA, UM POST À PAULA BOBONE

Uma das coisas boas da vida é a diferença de opinião, e o direito ao contraditório, quando exercidos de forma leal, construtiva e elevada. Não está à altura de todos, bem sei. Por vezes somos brindados com mimos tais que, a bem da elevação do debate, não podemos levar a sério. Contra o insulto não há argumento, sobra a desilusão sobre quem o pratica.
Este meu post, escrito, creio, com lealdade e elevação, se bem que em desacordo com os visados, mereceu aqui este comentário.
Quando colocados perante a desconsideração fácil e gratuíta, não temos outra solução que não a de fazer algum humor, dando assim ao assunto a importância que ele tem.
Assim sendo, e uma vez que acabei agora de jantar, vinha saber se dão autorização para que me levante da mesa.
-MB-

BEING ZPA NA LOJA DOS TREZENTOS

Não gargalhei, não gostei das acusações de “chapelada” nem da resposta da Secretaria-geral do CDS a essas mesmas acusações e estive na apresentação da candidatura a Lisboa do CDS, onde até bati palmas. Serei oposição da Oposição? Oposição da Direcção? Ou cumulativamente oposição da Oposição e da Direcção?

-ZPA-

PS- Francisco, achas conveniente inscrever-me nos Opositores Anónimos ou descanso chega?

TEMOS POUCO, PORTANTO!

Caiu mal nas tropas de Ribeiro e Castro o que o Miguel Barbosa disse aqui sobre a forma inqualificável como a Direcção do partido se referiu aos seus adversários do último Congresso.
É natural. O Miguel criticou precisamente a técnica - que reconheceu como recorrente das lideranças fracas - de demonizar o adversário interno com vista a uma afirmação política que de outra forma não é conseguida.
Alinhado, o José Mexia é da mesma escola. É por isso que o José Mexia não discute os argumentos, alías invencíveis, do Miguel. É por isso que o desqualifica.
Acredita em mim, Miguel, já cá ando há muito tempo. Quando, no combate político, a única arma que te apontam é a do insulto, não tenhas dúvidas Miguel: é porque tens razão.
-FCP-

E AGORA ZÉZINHA?

Maria José Nogueira Pinto apresentou, ontem a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, e à sua volta reuniu dirigentes e notáveis do seu partido, mas também figuras conotadas com o PS.

Prova de que a sua candidatura, que é para vencer, é por isso muito mais abrangente.

Daí a questão: E agora Zézinha, o que se segue a Lisboa?

-AB-

O EMBUSTE DO PRESIDENTE

O Presidente, enquanto principal promotor da criação da COTEC Portugal, sabe do que fala. É precisamente este pequeno detalhe que torna as suas declarações perigosas e inaceitáveis. Sampaio sabe que o principal entrave à inovação em Portugal não é a falta de empenho da banca no apoio a empresas que queiram inovar. Quase todos os Bancos, têm os seus fundos de capital de risco. Podem não ser muitos, chamar-lhes "de risco" pode ser um exagero, mas vão existindo e dando conta do recado.
Qualquer pessoa minimamente letrada nas matérias da inovação sabe, e o Presidente também, que os grandes entraves à inovação em Portugal são outros, bem mais incómodos, de resolução bem mais complicada. E aos quais o Presidente, se adoptasse uma postura pedagógica e não absolutamente demagógica como faz, se poderia, com mérito, dedicar.
Estes problemas são de três ordens: cultural, económica, e de organização do Estado.
1. Existe, à cabeça, um enorme constrangimento cultural nas sociedades europeias (especialmente no sul da Europa) no que toca à tomada de risco e ao empreendedorismo. Quem entre nós arrisca abraçar um projecto pessoal, inovador e potencialmente criador de riqueza, é olhado como alguém esquisito, "com a mania que quer ser rico", e os prognósticos (encapotando desejos) de insucesso multiplicam-se. Este traço cultural é um pesado fardo. Deve ser combatido através de campanhas organizadas onde se valorize a iniciativa, onde o insucesso seja tolerado, e as 2ªs oportunidades sejam opção. Devem ser sobretudo valorizados os exemplos, poucos, que vão existindo, sejam estes de sucesso ou insucesso, mas sobretudo valorizando o exemplo de alguém que arriscou.
2. Do ponto de vista financeiro, sabe muito bem o presidente que não é a banca, nem o Capital de Risco, o principal entrave. O grande problema está a montante, e não pode ser solucionado por modelos deste tipo. É necessário criar redes de Business Angels e Capital de Semente (seed and pre-seed capital), que apoiem de forma efectiva os primeiros passos do lançamento de novas empresas (essas sim, mais do que as grandes empresas) portadoras de inovação. É a este nível que existem as grandes falhas. É o chamado vale da morte (a zona onde morre a maioria dos projectos inovadores por falta de agentes tomadores de risco):


3. Do ponto de vista da organização do Estado, e da sua afirmação como um agente confiável e previsível, no sentido de criar a confiança necessária ao investimento, estamos conversados. Em Portugal, a carga fiscal é propria para bons samaritanos, a burocracia e instabilidade tanto dos pacotes legislativos como das instituições (veja-se o "casa" "descasa" ICEP-IAPMEI) transformam os trabalhos de criação e lançamento de empresas, em verdadeiros trabalhos de Hércules, contribuindo para o afastamento de quem sofre já das dificuldades acima enunciadas.

Existe ainda um problema de formação para o empreendedorismo, e alteração das perspectivas de qual o mercado natural para um projecto empresarial inovador nascido em Portugal, mas não sendo dificuldades determinantes, falamos delas noutro dia.

O Presidente, conhece esta realidade. Poderia portanto dedicar-se a três coisas muito simples:

1. Ser um verdadeiro Embaixador do Empreendedorismo. Inverter tendências. Promover exemplos de sucesso. Combater a tendencia cultural de aversão ao risco e ao desconforto. Exaltar a iniciativa. Criar condições para que o insucesso não seja culturalmente tão castigado.

2. Promover, entre um conjunto de empresários, detentores de grandes fortunas, investidores informais, a sindicância de fundos de capital de semente, e a criação de redes de Business Angels. Aí sim, a influência da mais alta magistratura da república poderia ser determinante na inversão do panorama.

3. Combater de forma determinada, a burocracia, os entraves ao desenvolvimento e criação de negócios inovadores. Exigir o essencial investimento em I&D, defendendo o necessário conforto fiscal para que este possa existir. Promover legislação laboral mais flexível e competitiva. Combater o "braindrain" a que o país assiste, impávido e sereno, há décadas.

Três conjuntos de medidas, tão necessárias quanto eficazes, a que o Presidente no execicício das suas competências se poderia, pedagógicamente, dedicar.

É este o embuste presidencial. Não é isto que se pede a um Presidente. Conhecedor das causas e das boas soluções opta, frívolamente, por um discurso profundamente demagógico e populista. Reduz a discussão ao non-sense típico com que se abordam as questões fundamentais em Portugal. Desgasta o tema, cansa a opinião pública, e perde a oportunidade de mobilizar o país numa batalha que é fundamental para o futuro das próximas gerações.

É como o outro. É pena.

-MB-

PS: Para quem possa enventualmente achar que este post é de mais um cego defensor da banca e do capital de risco, desengane-se. Esses senhores são nesta matéria "perigosos cadastrados". Não pode é o Presidente reduzir a questão aos termos que utilizou. Não tem 16 anos, e não é desconhecedor do tema. Aqui o nosso amigo GLX, que também "dá uns toques" nestes temas, é que podia "apostar" relativamente à postura da banca e do capital de risco.

terça-feira, junho 21, 2005

DONDE LHE VIRÁ TAMANHA AUTORIDADE? SERÁ DA TAL PARVOÍCE? OU É SÓ ARROGÂNCIA?

E o rapaz insiste. Não quer perceber. Acha que somos todos salazarentos, herdámos a direita bafienta e a todo o momento podemos fazer perigar a democracia. Somos uns parasitas ou descendemos deles. Não repudiámos a herança. Blogamos, para preservar o legado. Nunca demos nada ao país, e não veneramos Mário Soares. Somos uns palermas, sem qualquer legitimidade para discordar dele.
Compreensivelmente, o rapaz não tem paciência para nós.
Será que o país tem paciência para ele?

-FCP-

DEMENTIA PREACOX

O termo deriva do grego e significa "cisão da mente". Foi inicialmente utilizado para descrever uma doença que passou a ser conhecida como esquizofrenia. Aqui, encontra informação sobre o tema, que ajudará a uma melhor leitura das próximas linhas.
O aproveitamento que a direcção do CDS faz de uma notícia onde, alegadamente, uma misteriosa trindade de maus perdedores teria posto em causa a lisura processual que deu lugar às eleições directas do líder do CDS e à transparência das mesmas, traduz em meu entender, um alarmante sintoma de Dementia Preacox.
Alimentar polémicas deste mau gosto, e lançar para o ar atoardas do tipo: isto é "um ataque cobarde à honorabilidade do partido", não enobrecem nenhuma direcção partidária, bem pelo contrário, e só podem ser justificadas por um estado alucinogéneo tal, que se começa a ver inimigos e teorias da conspiração onde estes, manifestamente, não existem.
É público e notório que a malta cá de casa esteve, no último congresso, com a moção derrotada. Da mesma forma, houve quem na família, no local próprio e dando a cara, criticasse a manifesta ausência de sentido de oportunidade da direcção do CDS pela convocação de eleições directas para esta altura, considerando-as desnecessárias do ponto de vista formal, e prejudiciais do ponto de vista político. A legitimidade de Ribeiro e Castro não é passível de ser questionada, e o partido fazia bem melhor em manter-se concentrado no objectivo autárquico.
Quando vemos figuras como Telmo Correia, António Pires de Lima ou Álvaro Castelo Branco, a dar a cara, dizendo que consideram mau o resultado das directas do último fim de semana, o número de possíveis anónimos com mau perder tende a reduzir-se practicamente à exiguídade do conjunto vazio. O que suscita a dúvida sobre quem serão estas "vozes" destituidas de fair-play.
Vamos para eleições autárquicas. Não estamos, absolutamente, em altura de criar "inimigos sem rosto". Onde se deveria promover a união, começa a praticar-se a acusação. É má estratégia. Por nós, aqui em casa, continuamos empenhados num único objectivo: contribuir para um bom resultado do CDS nas eleições autárquicas. Não é tempo, ainda, de nos distraírmos com outros assuntos.
É processo recorrente em lideranças fracas o surgimento desta tentação esquizofrénica. Promove-se a afirmação com recurso à demonização um adversário (imaginário no caso) que urge desconsiderar. Por contraste com a capacidade de apresentar uma visão que mobilize e promova a união das "tropas".
É pena.
-MB-

FURA GREVES

Venho por este meio (e interrompendo de forma algo abrupta a minha jornada de luta) esclarecer que este meu protesto silencioso tem como motivação um mero problema logístico de gestão do tempo, e não nenhuma motivação laboral mais substancial.
Quanto à greve dos professores, telegraficamente, penso o seguinte:
- A utilização dos exames nacionais, que por natureza têm enorme importância no futuro dos alunos e envolvem sempre uma certa carga dramática, como forma de pressão sob qualquer Governo, parece-me absolutamente inaceitável;
- A experiência tem-me ensinado que, para cada questão jurídica, há sempre duas (no mínimo) respostas possíveis. É o eterno problema dos pareceres discordantes e divergências doutrinais para os quais o direito português parece ter uma irresistível atracção;
- Se fosse um Governo de um partido à direita do PS a tomar esta medida teríamos em Portugal uma interminável discussão (de cuja legitimidade suponho que ninguém duvidará) não sobre a sua legalidade, mas sobre a sua constitucionalidade e sobre os atentados aos direitos dos trabalhadores e ao Estado de Direito Democrático.
-CM-

"QUEM ÉS TU, ROMEIRO?"

Meu caro Francisco,
Não sei quem é, de onde vem, como se chama, o que pensa ou qual é o seu partido. Em todo o caso, suspeito que a democrática vida interna do CDS não lhe diz respeito.
Ao contrário de si, nós por cá - e eles também - nunca hesitamos em usar nossos nomes. É fácil saber quem somos, de onde viemos, que partido temos, se temos um, de que clube somos, o que fazemos e todos os dias partilhamos com quem quiser ler o que temos para dizer.
Não nos escondemos atrás do anonimato. Somos transparentes. Não fazemos insinuações. E posto isto, sinto-me dispensada de desmentir o que escreveu.
Mas, para seu governo, a única oposição que fazemos nos espaços que deram nome ao seu post é mesmo a tudo o que ele representa.
Cumprimentos
-FCP-

“É QUE É JÁ A SEGUIR!”

Estou convencido que este deverá ser o lema deste governo e julgo mesmo que deve ser a frase mais ouvida nos Conselhos de Ministros.
O panorama é o seguinte: as matas já começam a arder; a insegurança já chegou às praias; os comboios já sofreram tentativas de assalto e as pessoas já ficaram feridas; os relatórios por tudo e por nada já chegaram (quase) todos a “brilhantes” conclusões; alguns alunos já ficaram sem fazer exames e finalmente, parece que “alguns” pacientes estão à espera de uma intervenção cirúrgica.
Pois bem, a solução para estes problemas tem sido:
a) os meios mais eficazes para o combate aos incêndios vêm já a seguir; b) o reforço da polícia nas praias vem já a seguir; c) as descobertas “fantásticas” que os relatórios mostram vão ser combatidas já a seguir; d) os exames vão ser repetidos já a seguir e os doentes, que até não são muitos, vão ser operados já a seguir, direi mesmo, é que é já a seguir!
Eu lembro ao governo que o Verão (eu gosto muito do Verão) começa hoje e com ele, naturalmente, o calor.
Só espero que dentro de dias, quando isto começar a apertar e depois das televisões mostrarem mais umas quantas desgraças originadas pelo calor excessivo e pela falta de àgua (e, viva a demagogia: a falta de ar condicionado!) eles não se lembrem de dizer que o Outono será a medida de combate a adoptar pelo governo para fazer face a todos os problemas e felizmente, vem já a seguir!

-GLX-

segunda-feira, junho 20, 2005

MÃO ESQUERDA

Escrevo este post exclusivamente com a minha mão esquerda.
Porquê?
Será que me deu para homenagear Cunhal uma semana depois?
Será que também acho que as vitimas do arrastão foram os criminosos?
Será que fui com Sampaio passear para a Cova da Moura?
Será que também eu alinhei no flic-flac do dia e agora sou defensor de greves oportunistas?
Não, meus amigos, a verdade é que caí de mota e fui coerente: caí para o lado direito e ganhei uns tempos de imobilidade para o respectivo braço.
Pois é: nós, à direita, temos esta mania de dar explicações óbvias para as coisas simples. O que seria de nós sem os delirios e divagações da esquerda que temos?
Que falta nos fariam as explicações complexas e pseudo-filosoficas da nossa auto-proclamada intelectualidade.
-JA-
PS - Pede-se a algum membro da família o favor de editar este post porque, acreditem, escrever à esquerda é mesmo muito complicado.

E POR FALAR EM GREVES...

Atendendo à escassa participação dos demais progenitores nas reuniões familiares, o Conselho de Família - reunido com os membros presentes - concluiu que deve haver aí uma reivindicaçãozinha qualquer a justificar tão prolongada grve. Sim, é para vocês todos: AB, CM, JA, GLX e ZPA.
Sucede que: i) não houve pré-aviso; ii) a família reservou ao Conselho - e não às posições de força - a regulação dos conflitos; iii) há uma inequívoca necessidade de assegurar os serviços mínimos, tanto mais que os membros mais assíduos estão prestes a transformar este espaço numa guerrilha entre a sensibilidade conservadora e libertária da família - coisa que, de resto, vêm fazendo por correio electrónico.
Assim, apela-se a todos que rapidamente regressem aos seus postos, devolvendo a desejada pluralidade ao debate e, se for caso disso, convoquem o Conselho de Família para a dirimir qualquer litígio imanente.
Porto/Darmstad, 20 de Junho de 2005
-MB-
-FCP-

JUST FOR THE RECORD

Constatando que o assunto "greve dos professores" domina a blogosfera, à esquerda e à direita , e verificando-se a inédita circunstância de serem aqueles a criticar a decisão de greve dos professores e estes a criticar a reacção do Governo, importa esclarecer o seguinte, para que não haja equívocos:
1) A malta, pelo lado de cá, não se pronunciou sobre a questão de fundo: a nenhum de nós se ouviu um elogio a esta greve, ao direito à greve em geral, à legislação aplicável em particular ou ao peso excessivo dos direitos sociais dos trabalhadores no nosso ordenamento jurídico. Nem aqui, nem aqui, nem aqui, nem aqui (obrigada aos blasfemos pelas simpáticas referências).
2) A malta também não manifestou propriamente uma discordância ideológica sobre a forma como o Governo pretendeu contornar o problema ou sobre o que os seus delfins vieram à praça pública reinventar sobre o significado jurídico dos conceitos aqui em causa.
3) A malta limitou-se a assinalar, por um lado, o que há muito se sabe e que tem sido sempre salientado por esta malta: tal como está feita, a legislação laboral é perniciosa, iniqua e desigual. E de nada adiantam as interpretações correctivas desta nova esquerda, nem mesmo quando protagonizadas pelos ilustres responsaveis pelo estado da arte. É preciso mudar a lei. Ponto.
4) Por outro lado, a malta também só chamou a atenção para a coerência da comunicação social no tratamento do assunto. Ninguém disse que esta forma de comentar as opções dos governos não é séria. E também ninguém disse que estava errado evitar o prejuízo das populações, dos empresários, da economia ou do Estado por causa de meia dúzia de reivindicações sociais, num país onde essa coisa dos direitos da 3ª geração tem mais peso do que os da 1ª.
5) Enfim, a malta só queria saber a resposta à pergunta: Olha se era a malta a fazer isto?
-FCP-

FRETES

Acha que já viu de tudo!? Ás vezes pensamos que sim, mas Vital Moreira prova-nos o contrário.
O ataque despudorado que lança à função pública e seus previlégios, a defesa do sector privado enquanto parente pobre do sector público, no que toca às facilidades e previlégios, é discurso que nos habituamos a ouvir da boca de gente politicamente nos antípodas deste senhor.
Como diz o a sabedoria popular: "Depois de ter visto um porco a andar de bicicleta, estou preparado para tudo!". Para tudo!? Não. Confesso que não estava preparado para assistir a este acto de travestismo. Ver este grande combatente e resistente anti-fascista, militante intransigente na defesa da utupia falhada, transvestir-se de perigosa ameaça às conquistas de Abril é no mínimo curioso (se bem que não completamente destituído de sentido de oportunidade). Pelo que podemos inferir da sua opinião, hoje em dia:
  • Vital Moreira é contra o direito à greve, que prejudca os patrões e as empresas;
  • Vital Moreira é especialemente contra as greves dos funcionários públicos, que prejudicam o patrão e a população em geral;
  • Vital Moreira é a favor de medidas repressivas por parte do Governo, para que a autoridade do Estado não seja posta em causa.

A novidade destas posições justifica a pergunta: Estaremos perante mais uma consequência da morte das ideologias? Será uma OPV sobre o Primeiro-Ministro? Será apenas mais um frete ao Governo, bem ao jeito de "trabalhinho de capanga"? Ou esta e(in)-volução justifica que o convidemos cá para casa? Até somos uma família acolhedora...

-MB-

LISBOA FASHION BUT INTELLECTUAL

Eis o que Carrilho oferece a Lisboa:
i) 38.760 caracteres de ideias;
ii) 86-60-86 de pensamentos pecaminosos;
iii) 15 meses de afirmação política precoce;
iv) 3 toneladas de arrogância;
v) 120 hectares de vaidade;
vi) 2 séculos de superioridade intelectual;
vii) 100% de faz-aos-outros-o-que-não-gostas-que-te-façam-a-ti;
viii) 4 anos de capas na Caras.
Não é o sonho de qualquer eleitor?

-FCP-

AH! DRAGÃO!!!!

Bem sei que o programa não deveria ser tema cá em casa...mas a nossa Rute ganhou!!!
Não ganhamos o campeonato, mas esta bonita e verdadeira "mulher do norte" ganhou a Quinta das Celebridades!
Tripeira e Dragão, até o "carro da moina" guiou!
De uma beleza sem palavras, é dona de um dos mais bonitos sorrisos com pronúncia do norte! Puoortoo!!!!
-MB-

sábado, junho 18, 2005

RIMA FÁCIL

No inferno por estes dias,
não se sossega um instante,
Com o Cunhal e o Diabo,
a cantarem o Avante!
-MB-

sexta-feira, junho 17, 2005

SABIA QUE

"HORA DO DESPERTADOR" foi o post do dia de ontem na Capital?

Graças à nossa Filipa!

-MB-

ONDE PÁRA A OPOSIÇÃO?!

Lia há dias um artigo de opinião, ou uma notícia já não me recordo, sobre mais uma escandaleira qualquer do PS. Terminava dizendo que todos os partidos à excepção do CDS se haviam manifestado, e que as declarações do PSD teriam sido evasivas. Dito por outras palavras, perguntava-se: "Onde pára a Oposição?".

Devo dizer que não tinha, até ontem, argumento cabal contra a dita sugestão de inépcia. No PSD, o Dr. Marques Mendes entretém-se a enterrar autarcas que criou, que manteve, e dos quais se alimentou durante 20 anos... um destes dias leva com o boomerang na cabeça, mas ele é que sabe da sua vida. O CDS entretinha-se com propostas mobilizadoras e de profundo desígnio nacional como a divertida história do dia nacional da criança por nascer...

Era de facto complicado, encontrar argumento cabal... Até que ontem, alguém se lembrou de dar razão aos que entendiam nas suas estratégias ser fundamental para o CDS ter o seu Presidente no Parlamento. Foi um regresso em grande da combatitividade e da qualidade a que em tempos idos nos tinha habituado a melhor bancada do Parlamento. Através do seu líder parlamentar Nuno Melo, o CDS, volta a apresentar um claro alinhamento com aquelas que são as necessidades do país, e assim a falar para as pessoas, e sobre as pessoas. O fundamental em política dirão alguns, aparentemente não, pelas práticas de outros...

Assim, e depois de ter procurado na imprensa declarações de quem de direito, e de ter aguardado pela iniciativa de alguém aqui de casa, vejo-me na obrigação de ser eu a prestar aqui esta homenagem, ao Grupo Parlamentar do CDS na pessoa do seu Presidente, saudando este prometedor regresso. E, ao mesmo tempo, a indignar-me perante a inqualificável reacção da bancada do BE, a esta proposta da bancada parlamentar do CDS.

Tinha a foto com que abro o post na manga há já algum tempo. Era previsível com os resultados de 20 de Fevereiro que não tardaria muito a sair, e que tal se irá, infelizmente, repetir várias vezes.

Ana Drago e o BE, revelam com este seu comportamento o perigo que representam para o regime democrático. Gratuitamente promovem o ódio onde ele não existe, tentando desta forma uma capitalização de circunstância pela exponenciação de tensões sociais, no mínimo perigosas. Que eu saiba as leis quando se fazem são iguais para todos - brancos, pretos, amarelos, mancos, ceguinhos ou combinações destes. Insinuar que é xenofobia e preconceito propor que, em sede de revisão do código penal se reveja a idade mínima a partir da qual se pode ser alvo de responsabilização criminal, não é sério. Pior, não é sério, não é respeitador, não é leal, não é sobretudo aceitável. Agora, não deixa de ser uma argumentação desonesta e ordinária.

O BE e a sua estratégia cega de capitalizar votações em nichos sociológicos, demonstra mais uma vez que nunca chegará a ser um partido mainstream (se é que aquilo se pode chamar partido), e transforma o Parlamento num teatro de comuna, onde encena (em conluio com as televisões e os jornais) uma peça demagógica e de muito mau gosto, dirigida às suas franjas eleitorais. Desrespeita a casa, e o regime. Põe em causa, a prazo, este mesmo regime e a paz social (imperfeitos) que todos valorizamos.

Racista, assumidamente racista, é a posição dos que, como Ana Drago, descriminam positivamente um grupo de delinquentes, pelo facto de este ser composto por negros. É racista porque alavanca na instigação do ódio racial mais umas centenas de votos na cintura industrial da capital. Ganha, quanto a mim lugar no dispositivo acondicionador de artigos dispensáveis, ilustrado pela foto...

Com este triste episódio, dá o tempo razão a quem, em Abril, alertou para a necessidade de ter o Presidente do CDS na Assembleia da República. Enfim, pelo menos já ficamos a saber onde pára a Oposição!

-MB-

BEING ZPA DE REGRESSO

1. A Europa está em pausa ou na menopausa.

2. O referendo já era.

3. O PM Sócrates é bom a nomear.

4. O Cunhal e o Vasco morreram. O Otelo é que ainda não.

5. O Dinis já sabe dizer “papá”!

6. Filmaram a segunda parte do filme “Cidade de Deus” em Carcavelos.

7. O Coelho continua a ser o “bufo” do Governo.

8. O Koeman, holandês, disse “Sim” ao Benfica.

-ZPA-

quinta-feira, junho 16, 2005

QUEIRA O SENHOR!

Queira o Senhor! Queira o Senhor!!! Possa eu também, um dia, alcançar pela escrita a mesma precisão que revela aqui o nosso amigo Diogo Henriques! Uma foto e SETE LINHAS, SETE!!! Não foram sete molengosos parágrafos... SETE LINHAS, que lhe mereceram comentários de tal modo elogiosos, que sou obrigado a admitir que os invejo!!!!

Podem ler-se na caixa de comentários a este seu post, corajosamente anónimas*, estas pérolas , que, confessêmos, muitos aqui em casa não desdenhariam ostentar:

"É ridículo exibir vaidosamente tanta limitação ideológica. É coerente com o egoísmo de quem desconsidera quem alimenta este mundo de xulos sem moral."

"Falam os criminosos bombistas do ELP e do MDLP que assaltaram mais de 150 sedes de partidos de esquerda e de sindicatos durante o PREC. Os bombistas que mataram mais gente durante o PREC. Bombistas com as mãos cheias de sangue, bombistas que se tivessem vivido na alemanha nazi sabemos nós por quem teriam alinhado. Bombistas hipócritas! CDS! Os bombistas da direita lusitana. Caceteira, medieval e sem pudor."

Bem sei que inveja é coisa feia, mas...Queira o Senhor!!!! Queira o Senhor!!!!

*- estes gajos são de rebolar a rir!!! Até espumam!!!

-MB-

JÁ SÓ FALTAM 148.906!!!! FORÇA RAPAZES!!!

Triste figura esta, a que se presta a 2ª linha de dirigentes socialistas, nos dias de Sócrates.
No blog em que co-habita com outros ilustres do PS de hoje, Vital Moreira - esse grande combatente e resistente anti-fascista -, afirma, despeitado, que o Jornal de Negócios comparou o que não era comparável por afirmar que Sócrates bate Santana ao nomear mais de mil pessoas nos primeiros 2 meses e meio de mandato.
Não é novidade para ninguém que o PS, desde que tomou de assalto o poder em conluio com o Presidente, vive num autêntico festim, alimentando-se e alimentando os seus da "carcaça" do aparelho de Estado. Exemplos gritantes aqui, aqui e aqui.
A analogia proposta é dura, mas a imagem pública de virgem ofendida que o governo tenta fazer passar na praça pública contrasta de tal modo com o comportamento de má vida que leva dentro de portas que justifica a sua força e rudeza: o despudor deste governo faz lembrar um bando de necrófagos atacando uma carcaça com a sofreguidão imposta por uma lei que está a chegar, e que pode vir a negar os pedaços mais suculentos deste repasto, obtidos, as mais das vezes, sem mérito.
Novidade curiosa e bem demonstrativa do ponto a que se chegou, é o facto de se começar a notar uma necessidade auto-justificativa!
De forma absolutamente consciente, Vital Moreira mistura argumentos, força diferenciação de contextos onde esta não existe, desvaloriza comportamentos exauridos de qualquer sentido ético e de solidariedade para com "os outros" a quem foram pedidos os sacrifícios, baralha tudo isto muito bem, e propõe-se, uma vez mais, servir-nos o prato da senhora impoluta! Intelectualmente desonesto, para dizer o minímo. Nestes dias, em que tanto se fala de coerência, ficava melhor a Vital Moreira a intransigente defesa da utupia falhada - pela qual tão dedicadamente militou - do que prestar-se a este tipo de "trabalhinhos de capanga"!
É assim que se vão cumprindo promessas eleitorais... Ó Zé! Já só falta criares menos de 148.906 empregos*!!! Força rapazes!!!
*- ao escrever esta frase fiquei na dúvida, deveria utilizar: empregos ou postos de trabalho? Por pouco tempo, logo me lembrei do que diz o povo:"a malta quer é um emprego, porque trabalho não falta". É um significante mais alinhado com o significado e, assim, tudo fica no seu devido lugar!
-MB-

PAIXÕES LEVA-AS O VENTO

Acabo de ouvir Jorge Coelho explicar na Quadratura do Círculo, a propósito do arrastão, que a criminilidade organizada, quando protagonizada por jovens comunidades imigrantes, encontra explicação no nosso péssimo sistema de ensino.
Que engraçado... não foi Jorge Coelho Ministro de Estado do Governo da Paixão pela Educação?
Não é Jorge Coelho, actualmente, destacado dirigente do partido que apoia o Governo?
Ah, claro, já percebi tudo. Durante 6 anos, Guterres fez tudo bem - o que se prova pelo facto de não ter havido um único arrastão. Depois, o Zé Manel, o Pedro e o Paulo, em dois anos, estragaram tudo. E agora, Sócrates ainda não teve tempo de consertar. Foi por isso que houve arrastão.
É nisso que dão as paixões. É por isso que prefiro o amor.
-FCP-

quarta-feira, junho 15, 2005

PARA QUÊ FAZER DELES O QUE ELES JÁ SÃO?

O rapaz, por ele, puxava do lápis azul para os que blogam, mandava para Dachau os que não pensam como ele, excomungava os que votam à direita e seviciava Paulo Portas, Adriano Moreira e todos os que ousaram destruir a superioridade moral da esquerda.
Deve ser disto que falam, quando falam na vitória da liberdade.
-FCP-

OLHA SE ERA A MALTA A FAZER ISTO....

Os professores convocaram uma greve para um dia de exames. O Governo - socialista, recorde-se - reagiu (gosto sempre deles quando são "reactivos", if you know what I mean) e requisitou-os.
Desconheço o fundamento da greve, não sei se é justa ou injusta. Mas conheço as regras da requisição civil que, de resto, se pecam por defeito é porque estes valentes combatentes anti-fascistas, paladinos da democracia e do direito ao trabalho em condições de justiça e igualdade e pregadores da greve como instrumento de combate ao patrão explorador que agora nos governam, nunca permitiram que fossem alteradas :
Artigo 598º
Obrigações durante a greve

1 – Nas empresas ou estabelecimentos que se destinem à satisfação de necessidades sociais impreteríveis ficam as associações sindicais e os trabalhadores obrigados a assegurar, durante a greve, a prestação dos serviços mínimos indispensáveis para ocorrer à satisfação daquelas necessidades.
2 – Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se empresas ou estabelecimentos que se destinam à satisfação de necessidades sociais impreteríveis os que se integram, nomeadamente, em alguns dos seguintes sectores:
a) Correios e telecomunicações;
b) Serviços médicos, hospitalares e medicamentosos;
c) Salubridade pública, incluindo a realização de funerais;
d) Serviços de energia e minas, incluindo o abastecimento de combustíveis;
e) Abastecimento de águas;
f) Bombeiros;
g) Serviços de atendimento ao público que assegurem a satisfação de necessidades essenciais cuja prestação incumba ao Estado;
h) Transportes, incluindo portos, aeroportos, estações de caminho de ferro e de camionagem, relativos a passageiros, animais e géneros alimentares deterioráveis e a bens essenciais à economia nacional, abrangendo as respectivas cargas e descargas;
i) Transporte e segurança de valores monetários.
3 – As associações sindicais e os trabalhadores ficam obrigados a prestar, durante a greve, os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e instalações.
Alguém se importa de explicar ao Governo que a lei não considera a Educação um serviço essencial? E que a decisão de requisitar é ilegal? E que os professores estão a exercer um direito constitucionalmente garantido e, no caso deles, constitucionalmente ilimitado?
Ainda bem que são eles que estão sempre na linha da frente a defender os direitos dos trabalhadores. Ainda bem que são eles os arautos da democracia. Ainda bem que o direito à greve é invenção deles.
Deixá-lo. Eles ficam com esse espólio, nós com o Estado de Direito.
-FCP-

SANTOS POPULARES

Recebida por sms:
"O Vasco foi o primeiro,
o Cunhal logo a seguir!
Sant'António milagreiro,
quis milagres repetir!
Tu, meu rico S. João,
sentado no teu castelo,
para não ficares de fora,
vê se levas o Otelo!
E o S. Pedro coitadinho,
que milagre há de fazer?
Só falta o Rosa Coutinho,
leva-o contigo a valer!"
-MB-

LIQUIDAÇÃO TOTAL

República, Democrática, do Sul da Europa, disponibiliza a preços de liquidação total: Ideólogos responsáveis pela tentativa de imposição de um regime ditatorial de extrema esquerda, na Europa do séc.XX:
Vasco Gonçalves - (felizmente) esgotado,
Álvaro Cunhal - (felizmente) esgotado,
Otelo Saraiva de Carvalho - (infelizmente) em stock,
Vasco Lourenço - (infelizmente) em stock,
Rosa Coutinho - (infelizmente) em stock.
No caso de nos fazer o favor de os levar, suportaremos com gosto os encargos com portes de envio.
-MB-

ARRASTADOS PARA O CAOS

Falando de coisas mais sérias, acho notável que a oposição, entre funerais e subvenções vitalícias, não tenha arranjado um tempinho para perguntar ao Senhor Costa como é que num país com 10 milhões de habitantes, na sua maioria de tez clara, é possível montar um assalto com 500 participantes, com evidentes características fisicas distintivas, sem que ninguém dê conta. 500 pessoas que, decerto, falaram uns com os outros, se organizaram e que, com certeza, tinham um plano.
Apesar de ainda não estar esclarecido a que horas foi avisada a PSP da existência de um bando a desembarcar na linha e de, portanto, não ser possível avaliar o seu tempo de reeacção, parece-me que nos devíamos concentrar na revelada incapacidade do Estado para prevenir a criminalidade organizada. Para que servem os serviços secretos? Onde param as brigadas de prevenção da Judiciária? Já alguém se lembrou da vulnerabilidade que demonstrámos este fim-de-semana? Como somos o alvo perfeito para um ataque terrorista? Quantas células da Al-Qaeda haverá na Europa com 500 pessoas?
De resto, este não é apenas um problema de segurança. É também um sinal sobre o desconforto que as colónias imigrantes sentem em Portugal. O que ressuscitou de imediato o fantasma racista sobre a abertura das fronteiras.
Seja como for, há que apurar responsabilidades, tratar de prevenir arrastões semelhantes e já agora, montar uma política de imigração que permita ao Estado português saber quem cá está. Para que só estejam aqueles que têm condições mínimas de integração. Ou isso ou o caos.
-FCP-

HORA DO DESPERTADOR

Pensando bem, não é exactamente a hegemonia da esquerda em Portugal que me irrita. Ou pelo menos não é só isso.
Irrita-me que a direita - nem sempre só de forma omissiva - contribua tanto para ela. Não querendo voltar ao tema da unidade nacional que tomou conta do país no contexto das mortes de duas das figuras mais relevantes do PREC - e às inusitadas declarações de alguns combatentes do que elas representaram - saliento outros factos mais comezinhos.
Os primeiros 3 meses do Governo socialista têm evidenciado o que a direita já suspeitava. Os jornais, a comunicação social em geral e os comentadores em particular - salvo escassas excepções - só aguçam o seu espírito crítico quando o PS perde eleições. Os eternos estados de graça dos governos socialistas passam permanentemente ao lado de todas as suas fantochadas. E quantas vezes, a direita também...
O que tem a direita dito sobre a quebrada promessa de não aumentar os impostos? O que pensa sobre a subida do IVA ou sobre o fim dos privilégios dos políticos como instrumentos de combate ao défice? Como reage às centenas de nomeações para os gabinetes de um Governo cujos responsáveis tanto criticaram as nomeações do anterior? Ou sobre as contradições das declarações de Ministros e Primeiro-Ministro? O que pensa a direita da exploração do beautifull das vidas privadas como arma eleitoral?
Não se sabe. Parece que pensa pouco. Talvez por isso o país continue a dormir.
Fait divers, dirá a esquerda. Dos que provocaram eleições antecipadas, digo eu.
-FCP-

A QUEDA DE UM MITO

Não pretendia escrever sobre Álvaro Cunhal. Tenho para mim que não devemos falar das pessoas de quem não gostamos na hora da sua morte. Não que não anote a convicção com que se dedicou à construção do seu projecto de sociedade. Ou a firmeza e a intransigência com que defendeu o seu ideal. Sucede que isso não me parece suficiente para enaltecer a sua figura ou para realçar o seu papel histórico.
Todas as personalidades que marcaram a história da humanidade se reconhecem pelos traços fortes do seu carácter (ou falta dele). Pelo seu carisma. Pela sua capacidade de suscitar nos outros uma intensa e acritica devoção. É sempre essa a massa de que são feitos os gandes líderes. Pois bem. Cunhal seria tudo isso. Mas felizmente, nisso não foi original.
É por isso que não creio que se justifique o feriado nacional. Ou funerais com honras de Estado. Não vejo por que há-de merecer o nome de uma rua numa cidade tão tradicionalmente liberal como é a do Porto.
Mas para ser franca, até nem é isso que me irrita. Irrita-me este maniqueísmo tão enraizado na cultura portuguesa que transforma as pessoas da esquerda em herois e as da direita em torcionárias. As qualidades pessoais e políticas de Cunhal não estavam ao serviço de uma boa causa. Nem são mais louvaveis só por serem dele.
A coragem, a convicção, a resistência ou a dedicação à causa pública não são património da esquerda. E apesar de serem sempre assinaláveis, nem sempre são exaltáveis. Tudo depende da bondade e da justeza da ideia e do propósito que veiculam.
Ora, o que Cunhal tinha na ideia não era nem justo nem bom. Ao contrário da sua propaganda, o seu projecto não era pelas pessoas, era contra elas. Foi por isso que, ao milhões, as pessoas o rejeitaram em todo o mundo.Não foi por gozar do rótulo - tão próprio das ideias da esquerda - de que traduzia uma bela utupia.
Que a liberdade e a democracia não deixem que a morte eternize uma mentira!
-FCP-

TAMBÉM TU ZÉ MANEL

Depois de Tony Blair é, agora a vez de Durão Barroso, enquanto Presidente da Comissão Europeia, vir dizer numa entrevista ao canal de televisão France 3, que será aconselhável uma pausa ou reflexão sobre a Constituição Europeia.

Barroso, fala em “prudência” e em “dar tempo”. Ora, quando se fala em dar um tempo, está-se normalmente a acabar com algo, pouco tempo depois.

E a dois dias do Conselho Europeu de Bruxelas, já percebemos que o que vai acabar mesmo é o Tratado Constitucional Europeu.
-AB-

terça-feira, junho 14, 2005

COERÊNCIA NA DESPEDIDA

Com a morte do Dr. Cunhal foram vários os notáveis que se pronunciaram sobre a personalidade do último líder comunista europeu de renome internacional. (Do lado de lá o Fidel ainda manda…)
Acho muito bem que se elogie e que haja opiniões tão positivas sobre uma pessoa inquestionavelmente inteligente e importante para a história recente de Portugal.
Mas o que hoje me apetece também realçar -porque é preciso ser justo - são as declarações coerentes (característica tão elogiada em Cunhal) do líder do CDS sobre a morte do adversário político: curtas, claras e sobretudo coerentes (repito-me). Espero que não apareça nenhum incoerente a fazer acusações de insensibilidade! Esteve bem o Sr. Dr. Ribeiro e Castro.

-GLX-

sábado, junho 11, 2005

VIVAM OS NOIVOS

Ontem foi o dia do "SIM", para o Tiago e Filipa.

Lá estivemos, em regime de turnos, a testemunhar e a celebrar a alegria detes nossos amigos. E queriamos deixar-lhes aqui os nossos votos de felicidades!!!!

Vivam os Noivos!!!!!

-MB-

sexta-feira, junho 10, 2005

10 de JUNHO, CONDECORAÇÕES... E POR QUE NÃO O PEDRO MIGUEL RAMOS?

Pois é, chegámos a mais um dia 10 de Junho. Confesso que acho importante que se comemore o dia da nacionalidade. Portugal é um país com história e deve afirmá-lo com orgulho e convicção. No entanto, todos sabemos que este dia serve para que sejam condecoradas muitas figuras da nossa praça que vão fazendo umas coisas que agradam ao políticamente corrente e entretendo o pagode. Assim género Herman José ou Francisco Louçã. No entanto, este ano parece-me da maior injustiça não reconhecer um homem que, verdadeiramente, representa o espírito português. Um homem que desfez um embuste (desfez mesmo), que conquistou uma princesa do reino e que, ainda por cima, é um empresário de sucesso. Pedro Miguel Ramos é o homem a condecorar, porque português a sério é aquele que não se fica!
-JA-

quinta-feira, junho 09, 2005

JUST AN INNOCENT FRIENDS DINNER, SO...

-MB-

CENSURADO

Tenho alguns amigos a trabalhar na China. Como se isso não chegasse para castigo, o Dragão Escondido (o link não é fantástico, mas...), não os deixa ler o "E Depois do Adeus"! Aparentemente os endereços blogspot.com são censurados, pelo que o acesso a este tipo de páginas dentro do território chinês não é permitido.
É uma pena, sempre poderiam aprender qualquer coisita. Poderiam por exemplo ler este modesto espaço de livre "apostagem" de opinião, e ficar a saber que o Secretário Geral do PCP Português defende a imposição de medidas proteccionistas contra a entrada de têxteis chineses, na Europa.
Até podemos ser "des eléménts subversifs", mas... A nós ninguém nos cala!!!!
-MB-

quarta-feira, junho 08, 2005

PLÁGIO

Carrilho não tem vergonha na cara. Nunca teve, basta lembrar a forma como afastou o Dr. Artur Santos Silva da Porto 2001, e ver no que aquilo veio a dar... Mas enfim, contas de outro rosário!
Carrilho não tem vergonha na cara, dizia. Depois de a roubar ao PMR (não sem que pelo meio tenha levado uns tabefes) e depois de alavancar a sua popularidade com a imagem de uma das figuras públicas femininas indiscutivelmente mais bonitas da nossa praça...Giro, giro, era o Carrilho adoptar este grito de guerra para a campanha: "Amo-te Lisboa"!!!!

-MB-

MEMORY REFRESHMENT

Já estava à espera...isto agora descarrilhou de vez...

-MB-

PAPÁ

Acabei de ver o video promocional da candidatura do Manuel Maria Carrilho a Lisboa.
Estou francamente em estado de choque...
Suponho que o próximo passo será a transformação da denominação "Câmara Municipal de Lisboa" em "Confraria Municipal dos Papás de Lisboa", após o que serão distribuídos formulários de candidatura para a presidência em todas as creches, infantários e escolas do município (sobre a possível aceitação de candidatos com filhos maiores está a gerar-se profunda divergência doutrinal, que só o tempo e horas intermináveis de debate poderão solucionar).
Como é que é possível ?!!!
- CM -

TERRA QUEIMADA

Não sou um entendido em história mundial mas sempre atribuí aos russos a invenção da chamada “politica da terra queimada”. Que me desculpem se não foi deles a autoria mas para o efeito até nem é importante.
Ora como o próprio nome indica tal politica consistia em literalmente queimar as próprias terras para que, quem viesse a seguir (de preferência, o inimigo…) ficasse a “ver navios” e dela (da terra) nada pudesse retirar ou extrair para a sua sobrevivência. Devia ser doloroso destruir o próprio património mas os fins justificavam os meios.
Julgo que os exércitos franceses e os alemães sofreram, em tempos diferentes obviamente, com este táctica militar.
Poderão dizer que brinco com coisas sérias. E têm razão.
Mas o que hei-de eu fazer se saio do escritório em VNF e vejo fumo por todo o lado. Vou para casa e Matosinhos cheira a caruma ardida (que saudades da refinaria!). Vou "de fim de semana" e dizem-me que na Fig. Foz não se consegue ver o sol tal é o cenário de destruição!
Mas está tudo doido ou quê? Isto anda a arder há três anos seguidos e parece que ninguém, apesar de imensos estudos e de imensas aquisições de equipamento e de imenso treino e de…e de…, parece conseguir impedir esta destruição! Não posso acreditar que se passem este tipo de situações noutros países civilizados. Não acredito. Nem me digam que é do clima. Não explica tudo. É claramente um problema de ORGANIZAÇÃO!
Ou então, num delírio estadista (repito delírio, doutra forma ainda me levam a sério) de quem não sabe governar, é acreditar que faz parte de uma qualquer política de terra queimada para não deixar mais nada para ninguém.
O pior é que está a resultar.

-GLX-

OS MANUAIS ESCOLARES E A COMPETITIVIDADE

Acabei de ouvir que os deputados do CDS vão hoje ter mais uma iniciativa parlamentar sobre os “Manuais Escolares” e a sua utilização por tempo definido.
Pelo que ouvi, estas são as propostas democratas cristãs que encerram preocupações com os (cada vez mais parcos) rendimentos das famílias, com especial preocupação com as numerosas.
Desejo a maior sorte ao nosso JA para a defesa do documento mas ao mesmo tempo estou em pulgas para saber quais serão os argumentos “contra” da bancada da maioria.
É que com tantas preocupações (dizem eles) para apertar o deficit e sempre argumentando que o objectivo final é estimular a economia, ainda os vamos ouvir dizer que a medida proposta pelo CDS é contrária ao crescimento da competitividade da indústria do papel, da indústria livreira, and so on and so on…

-GLX-

terça-feira, junho 07, 2005

LISBOA FASHION

Manuel Maria Carrilho divulgou hoje, na sessão de apresentação da sua candidatura à Câmara de Lisboa, um pequeno filme em que a sua esbelta mulher e o seu encantador filho explicam, a uma só voz, como a cidade vai ganhar se todos votarem no papá.
Fico sempre comovida com a exibição da vida privada como forma de angariação de votos. Especialmente se a vida privada tem glamour e desperta na audiência aquele misto de inveja e admiração que caracteriza a nossa gente.
Que sorte teve Carrilho em casar com uma mulher bonita e famosa. Que sorte em ter tido um filho perfeito, e precoce, que se empenha na carreira do pai e manifesta a sua consciência política logo desde os 15 meses.
Curiosamente, na mesma sessão, o Secretário-Geral do PS - que por azar também é PrimeiroMinistro - apelava ao voto em Carrilho. Segundo ele, é preciso acabar com a era do vazio que dominou Lisboa nestes 4 anos. Ele há cada coincidência...
-FCP-

JÁ SE ACORDAVA A MALTA, NÃO?

É evidente que alguma coisa muito estranha se passa neste país: temos das mais altas taxas de impostos em toda a Europa; pagamos quase todos os serviços públicos que, tradicionalmente, o Estado devia prestar gratuitamente; fartamo-nos de vender património para aumentar a receita e...ano após ano, o défice aumenta. Nos últimos tempos, nem sequer se pode dizer que o investimento público seja relevante: há quanto tempo não se constroi um novo hospital ou uma nova escola? Que redes rodoviárias foram incrementadas sem recurso aos privados? Não percebo que raio de projecto nacional é este, em que tudo piora dia após dia, e ninguém se indigna.
O caso do dia de hoje é paradigmático: pelo 3º ano consecutivo, o país assiste, passivamente, à destruição das nossas florestas. Triunfante, o fogo avança, comendo árvores, ameaçando populações, pondo em causa o escasso sustento de quem vive da terra.
Nem discuto a qualidade - ou sequer a existência - do programa de prevenção aos incêndios. Manifestamente é insuficiente. O que me atormenta é pensar que o Estado, pelo 3º ano consecutivo, não dispõe de meios eficazes de combate aos fogos. Once again, são as máquinas dos privados, os bombeiros voluntários, os braços populares que se empenham nessa luta infernal. Não me canso de achar que o que os move é um sentimento de pertença que este Estado, assim organizado, jamais será capaz de nutrir pelo que quer que seja.
Portanto, o Governo encara estas coisas como mais uma pequenas crise política que, politicamente, é preciso gerir, minorando o estrago político. Preparemo-nos: o problema dos incêndios, daqui até Setembro, há-de ser - a par com a moralização dos rendimentos dos políticos - o grande desígnio nacional.
Como é certo que o que vamos poupar com a eliminação das reformas dos deputados, dos governadores do Banco de Portugal, dos diplomatas e de outros quejandos, não é sequer suficiente para pagar a alguém para pensar numa forma de resolver este crónico problema do quanto mais tens, mais deves (verdadeiro milagre da multiplicação da dívida) - ou sequer para que alguém se dedique a pensar numa solução para o problema dos fogos, o que até há-de ser mais bartato - , é certo também que no próximo Verão vai estar tudo na mesma.
Talvez só com pequenas diferenças: os impostos voltaram a subir, o vencimento dos deputados foi reduzido, o peso do Estado na economia aumentou um pouco mais, cresceu a área ardida e as sondagens dão significativo crescimento das intenções de voto no PS.
Continuo na minha: é um país com classe, este nosso.

-FCP-

segunda-feira, junho 06, 2005

FUI A TUI COMPRAR CARAMELOS

O prometido é devido! Aqui vai un post sobre caramelos, chocolates, chicles, otras golosinas y competitividad fiscál.

Não é novidade para ninguém que as zonas fronteiriças são propícias ao estabelecimento de trocas comerciais, mutuamente benéficas, entre os habitantes de cada uma das respectivas jurisdições. Não é também novidade que estas trocas são tão mais apetecíveis quanto maior a possibilidade de arbitragem,e consequente maior vantagem económica, que daí retirem os agentes económicos.
Mesmo quando as barreiras de acesso a esse tipo de trocas são grandes, a vantagem que o agente retira da possibilidade de arbitrar preço entre dois mercados, ou a necessidade de aceder a bens cuja oferta no seu mercado de origem não é satisfatória, motiva a que ainda assim os agentes se envolvam nessas trocas.
Lembro os tempos difíceis vividos na região transmontana, superiormente convertidos em obra literária por Miguel Torga em "Novos Contos da Montanha". No conto "Fronteira", conhecemos os personagens "Isabel" e "Robalo", dois jovens que convivem amorosamente em Fronteira e que se dedicam a actividades naturalmente incompatíveis: enquanto ela, cumprindo as exigências e o destino de uma terra «Pequenina (…) escondida do mundo nas dobras angustiadas e ossudas de uma capucha de granito» e à semelhança do que acontecia com os seus conterrâneos, se ocupa e vive do contrabando, ele chega do Minho para exercer inabalavelmente a sua profissão de guarda - Robalo o "guarda que guardava". No enredo deste amor de dificil compatibilidade, são-nos relatadas as vicissitudes e riscos corridos por quem na fronteira com Espanha, fazia do contrabando garantia do difícil sustento familiar.
Nasci em Democracia, aliás como toda a geração dos membros aqui da família. E, sem "barreiras à entrada" como a de viver numa terra «Pequenina (…) escondida do mundo nas dobras angustiadas e ossudas de uma capucha de granito» (viver no litoral tem, entre outras, a vantagem de termos sido sempre servidos por uma melhor rede viária), lembro-me como, algures nos anos 80, se ia a Tui (localidade Espanhola que a norte faz fronteira com Valença do Minho) comprar caramelos. Quem diz comprar caramelos, diz aceder a todo um conjunto de bens cuja oferta, a existir, não abundava ou os preços a que era disponobilizada justificavam que se exercesse a arbitragem numa viagem até à Galiza.
Estávamos, como disse, nos anos 80. Não havia autoestrada a ligar o Porto a Vigo em cerca de 45 minutos, como acontece hoje. Eram viagens de dia inteiro, para justificar a empresa. Sair do Porto pela Estrada Nacional e ir trepando o Minho em curva e contracurva. Parecia nunca mais acabar. Lembro-me que passavamos Ofir, e logo a seguir à Praia da Mariana procurávamos sinais de que estavamos a chegar, tentando vislumbrar o Monte de Santa Tecla. Aquele que, ao longe parecia um simples morro, apresentava-se agora envolto por um espesso manto de nieblas, adquirindo uma presença carregada e inquisidora, no olhar que nos lançava quando passavamos Caminha. Vila Nova de Cerveira estava ainda distante, Valença e o posto fronteiriço não eram mais do que uma miragem, e o destino, esse, far-se-ia aguardar por mais uma boas 2 horas de viagem. Mas todas as guloseimas que nos esperavam em Tui, e sobretudo, os juguetes que nos esperavam no El Corte Inglés, valiam a bom valer este "custo de transporte". Não tinhamos a possibilidade de encontrar a maioria destes bens em Portugal, e como o escudo ainda valia umas boas pesetas, os nossos pais permitiam-se mimar-nos com brinquedos de fazer estalar de inveja o colégio inteiro. Pelo caminho aproveitavam para "atestar" o depósito com combustível Galego, bem mais barato que o do lado de cá do rio Minho.
Seja pelo instinto de sobrevivência da Isabel de Fronteira, ou pelos instintos de consumo das gerações mais abastadas do Norte Litoral, a arbitragem de preço entre 2 mercados e a tolerância até determinado nível de custo de transporte, justificam a manutenção e insificação de trocas comerciais entre os dois lados da fronteira.
É este tipo de comportamento dos agentes económicos que os professores de economia do MBA que o Engº Sócrates frequentou, se esqueceram de lhe ensinar. Não lhe terão explicado também, que a receita procedente da aplicação de uma taxa de imposto está sujeita à lei dos rendimentos decrescentes. Ou seja, a partir de determinado patamar da taxa de imposto, os agentes arbitram entre o mercado oficial e o mercado paralelo, ou outros aos quais tenham acesso numa estrutura de custos eficiente. Pelo que, o aumento da taxa para além desse patamar, terá um efeito contrário ao esperado, isto é, a evolução da receita fiscal tenderá a estagnar ou mesmo a retroceder, seja como resultado de uma maior actividade económica em mercados paralelos ou por arbitragem de taxa de imposto entre diferentes domicilios fiscais.
Estamos em 2005, longe vão os tempos dos "Novos Contos da Montanha" ou das idas a Tui em busca de juguetes e golosinas. Em 2005, estamos a cerca de 45 minutos de Vigo, não existe fronteira, e a peseta que entretanto se apreciou em relação ao escudo também já não existe. Em 2005, a taxa de IVA em Espanha é de 16% e em Portugal o Governo PS, ao arrepio de qualquer compromisso eleitoral, fixou a taxa do IVA nos 21%. Em 2005, contra tudo o que seria expectável após os esforços de integração económica na UE, volta a existir uma oportunidade considerável de arbitragem nas decisões de consumo de uma das regiões mais populosas de Portugal.
O governo socialista disfarçou manhosamente não estar à espera do valor anúnciado como previsão para o défice orçamental em 2005, num golpe de teatro, simula ter sido apanhado de surpresa com o desfecho do relatório Constâncio. Assim sendo, vai de aumentar impostos a torto e a direito, sem apresentar uma medida concreta no que toca à contenção da despesa.
À primeira contrariedade, José Sócrates mete o programa eleitoral na gaveta e resvala para a tomada de medidas fiscalmente cegas e pouco inteligentes. Nem para isso o MBA lhe serviu! Sócrates, e a esquerda em geral, parecem ainda não acreditar no dinâmismo dos agentes económicos. Não acreditam que às medidas agora impostas, não se aplica o académico conceito de "ceteris paribus" - "e tudo o resto constante".
Quando o governo ultrapassa, como eu acredito que terá ultrapassado, o limite máximo de carga fiscal que garanta uma receita fiscal crescente e toma os agentes económicos como agentes estáticos, entra num regime de rendimentos crescentes a uma taxa decrescente, podendo mesmo "passar ao outro lado da derivada" e ver a receita fiscal a diminuir. O capital, entendido enquanto investimento, é o primeiro a fugir arbitrando taxas de imposto entre diferentes economias, segue-se o consumo sempre que a arbitragem de preço for uma possibilidade, e finalmente assiste-se à partida daquele que será porventura o nosso maior activo - a massa critica e de maior produtividade - seguem-se os Franciscos e outros factores de menor mobilidade, fica uma administração pública pesada, inieficiente e em histeria pela possibilidade de reformas contrárias ao interesse do funcionário público.
As medidas apresentadas pelo governo têm uma sentença antecipada: fuga do investimento, retracção do consumo ou arbitragem para outras economias (essas sim vêm a receita fiscal aumentar), menor confiança dos agentes, maior desemprego.
Um exemplo muito objectivo: O IKEA, pretende (pretendia?!?!?) instalar uma unidade em Matosinhos, com o objectivo de servir todo o noroeste peninsular. A alteração do panorama fiscal terá uma consequência directa, e julgo que pesada, sobre o periodo necessário à recuperação do investimento efectuado. Bem sei que o Sr. IKEA, não tem a empresa cotada em bolsa, e que não saberá ao certo quanto vale o seu império, mas não acredito que tenha chegado onde chegou por ser burro. A loja estava prevista para uns terrenos junto ao IC1, e por este esperava ver chegar centenas de consumidores Galegos dispostos a contribuir para a receita fiscal do Estado Português.
Não sei pormenores sobre a evolução do projecto quando o governo, sem nota prévia, alterou as regras do jogo. Espero que estivesse para lá do ponto sem retorno, caso contrário, lá se vão umas centenas largas de postos de trabalho para a Galiza e uns bons milhares de euros de impostos para os cofres espanhois.
O erro de Sócrates, é não ter ainda aprendido que as nossas gentes, sobretudo as gentes do norte (que conheço melhor) não são, apesar de tudo, muito diferentes da Isabel e do Robalo. São gentes duras, valentes, que aceitam a vida como ela é e que actuam em consequência. Por isso mesmo não faltára muito para que se volte a ouvir o diálogo:
Pergunta: "Então o que fizeste no fim de semana?!"
Resposta: "Fui a Tui comprar caramelos!"
Infelizmente.
-MB-